_ Skatá!! Sempre que aquela mulher parece melhorar um pouco, ela faz alguma coisa para voltar a ser uma pórni ridícula! - do lado de fora da sala, Júpiter começou a soltar sua raiva, enquanto também tentava se acalmar. - E esse idiota não acordou ainda? Eu não vou carregar ele enquanto subo essas escadas!
_ Pode deixar que eu continuo carregando, ele nem é tão pesado assim! - Fenrir parecia calmo, mas, algo em sua fisionomia parecia errado. Alguns tiques em sua mão, mostravam que ele estava ansioso ou nervoso. - E o que é skatá e pórni?
_ Eu estudei um pouco de linguagem antiga quando era mais nova, aí essas duas palavras são ofensas que eu decorei! - Júpiter suspirou após terminar de falar, diminuindo um pouco do ritmo de seu coração, e se acalmando mais um pouco, enquanto aquele tom alaranjado em seu olho esquerdo ia sumindo.
_ Ok, mas, o que elas significam?
_ Fenrir, por favor, não me obrigue a te ensinar esse tipo de coisa! - Por mais que ainda estivesse irritada, ela forçou um sorriso irônico em seu rosto, enquanto falava da maneira mais suave possível.
(Skatá: Merda, Pórni: puta)
_ Ok. - Ele apenas concordou, junto de um movimento de cabeça - Ela vai está mesmo lá em cima?
_ A Europa?
_ Sim.
_ Ela prometeu que estaria. Então, com certeza, ela estará!
_ Você tem certeza de que podemos confiar nela?
_ Sabia que ela fez a mesma pergunta sobre você?
Fenrir não parecia surpreso. Em sua mente, a única pessoa confiável naquela situação, era Júpiter, principalmente, porque foi ela quem teve a maluca ideia de resgatar Diaz. Se ela confiasse na mulher, então ele também confiaria, mas, se por algum motivo, existisse um pingo de dúvida em Júpiter, a situação já se tornaria um pouco diferente.
_ Você não parece surpreso.
_ Eu deveria?
_ A decisão é sua.
Os dois pararam de frente para a escada que dava para um salão mais iluminado. Era, no mínimo, uns trinta degraus do pé ao topo da escada, e Fenrir estava encarando os primeiros deles, considerando a melhor forma de carregar Diaz enquanto subia para o andar acima.
_ É verdade o que dizem sobre ela? - Fenrir começou a subir, carregando o Diaz por sobre o ombro esquerdo, e, apesar do peso do garoto, aquele parecia o melhor jeito de se manter em equilíbrio nos degraus, contanto que ele não acordasse repentinamente.
_ Você acredita em boatos, Fenrir? - Júpiter estava o acompanhando, mantendo um passo lento ao seu lado.
_ Não. Mas, é um pouco inconveniente quando não são apenas boatos!
_ Também existem bastante boatos sobre você, e, nem por isso eu fico te perguntando sobre eles. - Ela não precisou de olhar para ele, já que sua voz deixava clara o que ela queria dizer.
_ Ok.
Fenrir se calou. Ele não estava satisfeito, então ainda pretendia buscar mais informação sobre a outra guarda, mas, decidiu não tocar naquele assunto novamente com Júpiter, pois, obviamente, isso se tornaria algo bastante inconveniente para si mesmo.
O corredor no qual estavam ainda era bastante escuro, apesar de alguns cristais pequenos emanarem uma fraca e triste luz. O ambiente no pé da escada também se mostrava um pouco sinistro, criando um contraste perfeito com o resto do corredor. Apesar de não fazer parte da prisão, aquelas escadas também eram mal iluminadas, e a luz vinda do salão acima deixava cada degrau um pouco mais visível.
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Fragmentos Da Morte
FantasyQuando deuses compartilham seus poderes com humanos, uma nova sociedade é criada e moldada ao redor disso. Algumas situações se tornam mais simples, mas, outras, nem tanto. Entre milhares de bênçãos, Diaz, um jovem órfão, acaba recebendo uma bênção...