Capítulo 8

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— O que está acontecendo entre vocês? — perguntou Happy com raiva — Vivo maior parte do meu tempo torcendo para vocês calarem a boca, e duvido que vocês consigam ler pensamentos, e duvido ainda mais que vocês fossem calar a boca só porque eu pedi.

— Eu te conto depois Happy — falou Tony olhando discretamente para Peter.

Happy resmungou no banco da frente e o carro voltou o silêncio de antes, Tony achava que com a conversa de ontem seria mais fácil falar com Peter mas ele estava enganado, o garoto entrou no carro e não falou nada, Tony até tinha tentado puxar assunto mas só recebeu respostas curtas e sem sentido.

A viagem até o prédio de May demorou um pouco, o silêncio no carro continuou até Happy ligar o rádio e colocar uma música qualquer para tocar.

— Bom.. chegamos, podem demorar o quanto quiserem, vou estar aqui ligando para Pepper para saber qual o problema de vocês dois — falou Happy irritado desligando a música.

— Obrigado Happy — agradeceu Peter saindo do carro e indo na direção da porta do prédio.

Happy pareceu insatisfeito com a resposta do garoto e se virou para Tony pronto para começar um interrogatório, Happy odiava não saber das coisas.

— É sério Tony, qual o problema de vocês? — perguntou Happy mostrando preocupação.

Tony hesitou um pouco, sabia que podia confiar em Happy mas ele e Peter não conversaram sobre o assunto ainda, talvez o garoto quisesse segredo, mas Happy era da família, que confusão.

— Faz o que você disse, liga para Pepper que ela te explica — falou Tony saindo do carro.

Se Peter ficar bravo a culpa foi da Pepper.

Tony se apressou para entrar no prédio, e subiu as escadas quase correndo. Logo percebeu que a porta de May já estava aberta, quando olhou dentro ficou surpreso de não conseguir ver o garoto de primeira.

— Peter?

Fechou a porta, e andou em direção do quarto do filho. Tony não conseguiu disfarçar a surpresa quando viu Peter de pé numa cadeira vasculhando a parte de cima do armário.

— Quer ajuda aí? — perguntou Tony um pouco hesitante, não tinha ideia do que Peter queria subindo numa cadeira, talvez quebrar a perna de novo.

Peter parou o que estava fazendo e olhou para Tony com surpresa, parece que ele não tinha escutado Tony entrar, ou só estava distraído demais para perceber.

— Peter — chamou Tony acordando o garoto do transe.

— Não, valeu — falou Peter tirando duas caixas do armário e descendo da cadeira num salto que quase fez o coração de Tony parar — Essas caixas foram entregues pelo orfanato para os meus pais, disseram que eu estava com isso quando apareci, nunca quis abrir porque sabia que não teria nada além de roupas, então não tinha porque me decepcionar com isso.

Peter colocou as caixas no chão e se sentou do lado das mesmas, sendo acompanhado por Tony que parecia hipnotizado pelas caixas.

— Sabe o que tem aqui? — perguntou Peter se virando para Tony.

— Não tenho ideia — respondeu Tony com sinceridade — Mas tenho esperanças de encontrar alguma coisa que ajude a achar o homem que te sequestrou.

— Eu não teria tantas esperanças, meus pais já olharam essas caixas, tia May disse que eles queriam ver se tinha algo que ligasse a vocês, caso um dia eu quisesse ter algo dos meus pais biológicos — contou Peter abrindo a primeira caixa e vendo um tipo de cesta com um cinto, provavelmente onde ele foi deixado — Por que o cinto?

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