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                                           Ret🤬

Letícia coloca o prato na mesa e da um sorriso enorme antes de se afastar. Não foi um simples sorriso, teve até uma singela piscadinha.

Murilo: Largou o tráfico e virou dentista? O tamanho do sorriso que ela te deu explicaria muita coisa.

Ele não perde a oportunidade de pegar no meu pé, juro tenho certeza que ele vai falar pra loirinha que tô bancando o dentista.

É foda. Esse cara me ama só não admite. Não é possível,  muito amor pela minha pessoa.

Ret: Te chamei para conversar por dois motivos. Primeiro, nós dois sabemos que o teu acidente na real não foi um acidente. E como a gente pensou não foi o pessoal do Talibã.

Murilo: Quem  mais seria?  Tá evidente que isso tem ligação com você- concordo. Disso aí não tem nem como discordar- Você tem uma intriga com um presidiário de alto nível e em pouco tempo o cara que ia te tirar da prisão sorte um atentado. Nesse mundo não existe coincidência.

Ret: Eu nem falei pra Luana ainda pra não parecer que sou só um idiota ciumento.

O filho da mão me encara e ergue uma sobrancelha como se dissesse " Mas tu é".

Tô falando, esse maluco me ama.

Ret: Foi o Pedro. - ele me olha confuso- Tenho certeza que foi ele, a forma que ele ficou puto por tu continuar a audiência mesmo machucado.

Pô, ele deixou óbvio tá demais. Tava sedento pra me deixar lá por o máximo de tempo possível.

Murilo: Pedro? A porra do Pedro?

Uma das poucas coisas coisa que gosto do Murilo além da filha gotosa dele é o fato dele odiar o Pedro tanto quanto eu odeio.

Ret: A porra do Pedro.

Murilo: Eu sempre soube que ele não era tão certinho como dizia, mas passou de tudo que eu imaginei. Mandar cortar o freio do meu carro? Que merda é essa?

Ret: Vou cuidar disso.

Murilo: Exatamente o que você vai fazer?

Ret: Acho que esse assunto não deve ser discutido contigo, quanto menos tu souber melhor.

Murilo: Qual a segunda coisa? Tu disse que tinha dois motivos para me chamar aqui.

Ret: Ah, claro! Vou pedir a Luana em casamento.

Murilo: Não - ele resmunga com os olhos arregalados- Não mesmo.

Ret: Sim. Vou casar com a loira, sogrinho.

Murilo: Isso é castigo divino, não é possível - ele continua resmungando.

Vai ser meu sogro sim e ponto final.

                                         [...]

Orochi manteve o Complexo em ordem. Na verdade sempre soube que ele ia manter as coisas em ordem, confio de olhos fechados no meu irmão.

Fora que tem o Cabelinho, o Ferreira e o Hariel que estão na caminhada comigo a muito tempo.

Cabelinho: O médico ainda tá lá na casinha, não sei o que tu vai fazer com ele. Luana já andou me sondando sobre essa história. Não quero problemas com ela, papo reto, parece que a mina consegue ver até a minha alma.

Ret: Eu tava na minha paz e o Talibã não consegui ficar com a língua presa dentro da boca. Não vou deixar isso passar, não é assim. Pessoal vai achar que pode mexer com a minha mulher e eu não vou fazer nada. Fez merda e vai pagar, não tem outra.

Cabelinho: Concordo contigo. O que vamos fazer?

Ret: Meu problema é com o Talibã, vou dar um jeito nele. Se os outros ficarem no canto deles vão continuar respirando, agora se quiserem problema vão ter.

Cabelinho: Quem vai fazer o serviço?

Ret: Tem alguém dentro do presídio que pode cuidar disso pra mim, vai ser moleza.

Cabelinho: O filho da mãe do Aranha?- nego.

Ret: Não, não arrumar problema pro cara que já tá quase saindo.

Cabelinho: Todo preocupado, nem digo nada.

Ret: Nem começa com essa porra de novo, já tô de saco cheio.

Cabelinho: Não tô começando nada, só achando engraçado essa tua preocupação com um cara que tu mal conhece.

Ret: Vai pra puta que pariu. Mas antes de ir acha o Carlos Eduardo e diz que agora ele cuida das cobranças com os outros.

Vou tirar aquele verme da cola da minha loirinha.

                                        [...]

Esse primeiro dia de volta foi um caos, mal tive tempo de almoçar com a loirinha. Muita merda pra resolver.

Mandei mensagem pra saber se ela quer que sair pra comer algo de noite. Aproveitar já que assim que o moleque nascer vai ficar difícil sair nos primeiros meses.

Ergo o olhar do telefone quando sinto alguém parar na minha frente.

Natália: Que bom que você saiu.

Ret: Tava piorando lá dentro. Eu tinha como colega de quarto uma versão piorada do Cabelinho- ela ri e se escora na parede do meu lado.

Natália: Ouvi o Cabelinho falando disso, o cara tem um ciúme doentio. Me rendeu altas risadas.

Ret: Cara estranho. Curto mulher.- acendo o meu baseado e observo a loira respirar fundo.

Natália : Então, pai.... Ret o mais novo papai do Complexo. Como você se sente com a novidade?

Ret: Estranho, mas um estranho bom. Desde que seja ao lado da Luana eu topo tudo.

Natália: Moro aqui a um bom tempo e confesso que é estranho ver que você amadureceu tanto ao ponto de formar uma família.

Ret: É, se eu soubesse que pra minha vida ficar assim eu só tinha que tomar um tiro e invadir o apartamento de uma enfermeira eu teria invadido antes.

Aliás, bons tempos. Aquele maldito sofá branco....

Natália: Nossa, você gosta mesmo dela.

Ret: Pra caralho!

Natália: A gente pode conversar, ret?

Ret: Ué, a gente já tá conversando. - Mina malucona. Depois os maconheiros que são estranhos.

Natália: Preciso que seja em particular.

Já logo nego. Papo estranho de ter conversa em particular com alguém que eu sei que era afim de mim.

Acabei de me acertar com a loirinha e não vou testar minha sorte.

Natália: Por favor, é importante.

Ret: Qual foi? Fala logo é que tu quer, Natália. Não curto enrolação e tu sabe disso.

Natália: Eu realmente preciso falar com você em particular, é importante.

O jeito que ela me olha como se implorasse pra eu aceitar conversar com ela.

Que porra....

FightWhere stories live. Discover now