Guerra Fria

558 51 16
                                    

Luca esta a dois dias falando somente o necessário. Confesso que isso me deixa triste bem mais do que eu imaginei que ficaria. Uma verdadeira guerra fria se desenrola entre a gente, apesar de estarmos os últimos dois dias juntos a todo momento, enquanto estamos na escola, ele simplesmente consegue me ignorar a maior parte do tempo. Na verdade, ele está ignorando todo mundo e quando se propõe a falar e pra cuspir uma ordem ou um insulto.

- É melhor você se resolver logo, chega nele e abre o jogo do que aconteceu, ou ele vai piorar e muito o humor, está se segurando pra não explodir. - Pablo fala em um momento em que Luca, aparentemente  desligado da nossa conversa.

-Não sei como falar, no inicio, eu queria evitar a reação dele e agora, não sei como chegar do nada e tocar no assunto. - Falo com a voz chorosa, sim, to muito mal por ter a sensação de estar sendo ignorada por Luca.

Seguimos pra casa, em carros separados. Dois dias que ele me acompanha em silencio e que eu realmente, não sei como quebrar esse gelo que se formou. 

O pervertido do Louis, não apareceu mais na minha frente, só o via de longe mas ele realmente não estava mais olhando pra mim. Pablo, Eliah e Vito estão sempre a espreita, todos eles sabem que o Louis demonstrou interesse, embora nenhum saiba que ele fez movimentos explícitos, eu sei que deveria contar, mas não quero ver meus meninos envolvidos em problemas se puder evitar, eu evitarei.

Mais uma tarde no inferno que era estar em guerra fria com Luca, ele absolutamente era tenaz eu jurei que ele não aguentaria mais de dois dias me ignorando, mas ele seguia firme. Raramente eu o pegava olhando em minha direção e isso começou a me apavorar. E se ele não me quisesse mais?



Luca


Inferno! Definitivamente, to entrando no meu terceiro dia no inferno.  Eu sei que quem ama mais, sempre vai estar em desvantagem e nessa equação, essa pessoa seria eu, sempre.

Estávamos novamente no refeitório, nosso grupo se sentava em silencio nos últimos três dias, era notório pra quem estava de fora, que algo ali não estava indo bem. Mesmo estando em silencio, eu fazia questão de ficar coma a Mariah, ela tem que saber que mesmo estando chateado, eu estaria do lado dela.

Olhei em direção ao bastardo que estava afim dela, ele rapidamente pegou sua bandeja e saiu do refeitório. Meu aviso, tinha surtido efeito, mesmo eu estando no escuro e não sabendo os detalhes do que aconteceu eu deixei ele avisado que descobriria e que quando isso acontecesse eu seria o juiz e o executor da pena dele. Depois disso, ele evitava nosso grupo, como o diabo corre da cruz. Eu gosto assim, embora, não saiba o motivo de querer estrangular esse cretino ate a morte, a vontade estava lá e eu aprendi a confiar nos meus extintos, e eles acendiam um enorme alarme sobre esse cara. Só queria que a Mariah, confiasse em mim o suficiente, pra me contar e acabar com nosso inferno e com essa maldita guerra fria entre a gente. 

Mariah se levanta e por um impulso eu me levanto também, quando nosso grupo começa a se levantar, dou sinal pra que permaneçam sentados. Paro na frente dela e olho no fundo de seus olhos, ela abaixa o olhar e por um momento desvia do meu. Pego em seu braço e saio a arrastando pra fora do refeitório, não pra muito longe das vistas dos nossos, mas o suficiente pra que ninguém nos ouça. 

Assim que paro, ela puxa sua mão e me olha com raiva, sei que fiz uma cena e sei que ela odeia cenas. Foda-se.

- O que eu sou pra você? - Pergunto esperando uma resposta sincera. 

- Meu noivo. - Ela responde rapidamente, o que me faz estreitar os olhos coma resposta pratica.

- Eu sei, como você se sente em relação a mim? Eu estou tentando controlar meu temperamento, sei que pra você me amar, eu tenho que fazer vários arranjos em relação a minha personalidade, mas será que tudo que fiz ate hoje, não te mostrou que pode confiar em mim?

Ela me encara e eu continuo falando o que não consigo mais segurar.

- Eu sinto que você ta em perigo, mas não posso fazer nada, por que você não pede minha ajuda! - Falo esperando que ela entenda meu ponto.

- Desde o inicio da minha vida - Ela começa a falar, e seu olhar é de desafio - Eu tive que ser auto suficiente, eu tive que ser forte e em parte, por sua causa! 

- Eu sei disso, eu sei de tudo que eu te fiz, sei das vezes que eu permiti que coisas ruins te acontecesse, eu sei muito bem! - Minha voz sobe um pouco, por que eu tento fazer com que ela esqueça o quanto eu fui otario, so quero que ela me ame e esqueça quem eu fui, mas aparentemente, ela ta longe de esquecer e confiar em mim, plenamente.

O olhar dela pra mim, continua desafiador, essa conversa, não está indo pelo caminho que eu gostaria. Ficamos nos encarnado por um momento e o que vejo nos olhos dela me assusta. 

Tento controlar minha voz e retomar nossa conversa de forma civilizada. 

- Eu fico preocupado, com as coisas que você pode enfrentar sozinha, você não precisa disso, você tem a nos, você me tem. - Falo como uma ultima tentativa de fazer ela se abrir, mas ela continua irredutível. 

- Eu sei que eu tenho vocês, e quero mantê-los. Nem sempre eu vou correr pra você e é bom que você compreenda isso. - O olhar dela, parece estar se esvaziando e isso desperta um pânico que eu não sabia que tinha.

- Eu não sabia que te amaria assim - Falo ainda tentando manter meu temperamento sob controle. Vejo ela apertando as mãos e desviando o olhar do meu.

- Eu acho melhor a gente terminar - Ela fala do nada. 

Como que isso veio parar aqui? Como ela solta uma bomba dessas, olhando nos meu olhos. 

- O que? - Procuro seu olhar e ela respira fundo antes de fixar os olhos nos meus.

- Namorar é uma futilidade pra mim. - Fico tão perplexo que não sai uma palavra da minha boca. Ela continua falando. - Antes de mim, você tinha uma vida aparentemente boa, sem tantos problemas, devia voltar pra essa vida...

Antes que ela termine, deixo meu temperamento dominar e foda-se, quem tivesse atento, veria a porra de um show. 

Quando ela vê que meu olho ta chumbo, ela vira pra sair mas eu a impeço, segurando firmemente em seu braço.

- O que você acabou de dizer? - Pergunto mas não dou chance de resposta, pois continuo falando o que ta entalado a dias - Você realmente sabe como me irritar. Está de parabéns! Você realmente acha, que eu vou amolecer completamente com você, por que te amo com loucura? 

Ela tenta soltar do meu aperto, mas eu to completamente descontrolado. Minha irritação subiu a um nível que eu nunca julguei possível.

Nessa hora, observo nossos amigos chegando. 

- Ei pessoal, sei que vocês não se importam, mas tão começando a chamar atenção demais. - Vito fala assim que  chega a nosso lado. 

- Pablo, leva ela pra sua casa! - Preciso de um tempo pra me controlar. 

Deixo eles e saio andando, tentando conter a vontade que estou de pegar ela e jogar no ombro, levar pra algum lugar e foder a mente dela, até que ela saiba a quem pertence. 







LucaWhere stories live. Discover now