Familia Colosimo

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Mariah


Ver Luca me dando as costas e saindo, mexe comigo mais do que eu poderia imaginar. Eu pedi pra terminar e diferente das outras vezes que ele me ameaçou em qualquer insinuação que fiz, ele foi embora me deixando pra trás. 

Olho pra o Pablo e começo a chorar descontroladamente.

- Vamos pra casa, deixa ele se acalmar que ele vai te buscar. - Fala me puxando pela mão e indo comigo na direção que o Luca foi. Chegamos no estacionamento e o carro do Luca está parado com as janelas abertas. 

"Vai, me chama pra entrar!"  

"Me obriga a ficar colada em você"

Ele nem se quer, abre o olho e permanece na posição que esta, apertando a têmpora.

Acho que finalmente, fiz uma grande bosta, quando vou chegando perto do carro que irei, limpo as lágrimas, não quero que ele veja. Embora a escola toda ja tenha visto e que provavelmente, já devo ser meme nos fóruns da internet. 

I'm pathetic, devia estar escrito na minha testa.

Na hora que eu pedi pra terminar, parecia ser a melhor decisão da minha vida, se eu me afastasse deles, eles não teriam problemas por minha causa e poderiam ficar bem. Quando falam que o amor altera a nossa capacidade de raciocino, é sobre esse tipo de coisa que estão falando. Depois de falar aquelas merdas, pra o garoto que eu amo, eu consigo ver o quanto fui patética. 

Simplesmente, eu na minha logica absurda, jurei que os príncipes da máfia, não teriam problemas se se afastassem de mim. Começo a rir histericamente dentro do carro, Pablo olha pra mim assustado.

- Você quer ir pra casa, ou pra o psiquiatra? - Pergunta serio.

Minha crise de riso só aumenta. 

- Como eu posso ser tão burra? - Olho pra o meu primo mas o questionamento é pra mim mesma.

- Relaxa, ele não vai conseguir ficar longe de você - As palavras do meu primo, me confortam.


Luca


Ela não me quer. Essa constatação me deixa em pânico. Meu carro segue o carro dela, ate a casa do Pablo enquanto eu penso em como conseguirei fazer com que ela fique comigo, sem a necessidade de ameaça-la. Deixar ela livre, definitivamente, não é uma opção.

Olho pra os papeis que estão ao meu lado no banco, as informações sobre o futuro cadáver.

"Louis Moore: informações " 

Louis era um pervertido, que se mudou pra nossa cidade e nossa escola, depois de  cometer vários atos libidinosos contra varias meninas de outra escola. As informações que constavam dela, além de serem difíceis de achar, ainda estavam incompletas, ou seja:

Alguém estava apagando o rastro podre que ele deixava pra trás. Isso era coisa da máfia. Eu tinha ideia de quem faria uma coisa tão nojenta, quanto da proteção pra um pervertido sexual, a família Colosimo, a nova família da mãe da Mariah. Se minhas suspeitas estavam certas, essa porra ia ficar muito pior, antes que melhorasse. 

Os Colosimos estavam pra nossa família, assim como Coringa está para o Batman. E nós eramos o batmam.

Eles eram o que de pior, tinha na mafia. Faziam todo tipo de serviço podre, desde que fossem pagos o suficiente. Preciso colocar todos em alerta e proteger Mariah, ainda mais. Essa guerra fria terá que acabar de uma vez por todas. 

Ligo para Pablo imediatamente. Assim que atende dou a ordem:

- Leva ela direto pra minha casa. - Desligo sem esperar respostas. Ele não questionaria.

Mando mensagem pra Eliajh e Vito, vamos a caça de um pervertido que provavelmente, se insinuou pra minha mulher. Antes disso, vou deixar as coisas bem claras com ela.

Mariah

- Ele ja mandou que eu te leve, pra casa dele, que determinação fraca. - Pablo fala rindo.

Meu coração erra uma batida. Quando chegamos, ele desce do carro e seguimos pra dentro, os meninos descem também. Meu alerta rapidamente fica ligado, alguma coisa está acontecendo.

Ele tem alguns papeis nas mãos, os entrega pra os meninos, eu quero saber o que ta acontecendo e vou ate onde eles estão, sou impedida por Luca antes de chegar, mas vejo que Vito esta completamente tomado de raiva, enquanto observo os papeis passar por eles, Luca esta parado a minha frente, o olhar de gelo dominando seu semblante.

- Entre pra comer alguma coisa - Sua ordem chama minha atenção, embora a voz fosse firme, pude sentir a doçura que ele usava, quando falava comigo.

- O que ta acontecendo? - Observo os meninos todos tomados de raiva e sei que realmente tava acontecendo algo grave.

-Você precisa comer - Ele ignora minha pergunta.

- Não estou com fome - Respondo rapidamente.

- Me desculpe. Foi culpa minha. - Ele fala de repente, encontro seus olhos com os meus. 

A sinceridade em seu olhar, me pega e por um momento eu quase esqueço que estamos em crise.

- Não precisa se desculpar. - Olho pra os meninos e falo exigente - Quero saber o que ta acontecendo.

- Você ta ignorando minha tentativa de concertar as coisas - Luca me olha e vejo que seu temperamento explosivo, quer tomar conta dele de novo. - Certo, faça como você achar melhor. Morra de fome, se preferir assim, cansei dessa merda. 

Com isso ele vira e entra na casa, os meninos passam por mim, todos com semblante carregado e entram em seguida. 

Cai a ficha que de novo, dei mancada com o Luca. 

Entro pra tentar resolver as coisas, e vou direto pra cozinha de onde vem o barulho de panelas batendo, chego e me deparo com os meninos sentados na bancada e Luca, meu Luca, colocando a porra do avental rosa e indo cozinhar. 

- Senta que eu vou fazer uma massa pra você. - Ele da a tentativa de um sorriso, que mais parece uma careta. 

- Vai prima, ajuda um pouco também, você já fez ele se rastejar demais. - Pablo fala serio. Alguma coisa grave estava acontecendo, e meus meninos, estavam em um turbilhão mas mesmo assim, tentando manter a normalidade pra mim. Eu tenho que saber retribuir o amor e cuidado deles, eu preciso facilitar as coisas e não ficar escondendo nada deles. 

- Preciso contar algumas coisas sobre o Louise pra vocês. 

Luca que estava de costas cortando os ingredientes, parou imediatamente de descer a faca sobre os legumes. A tensão era palpável.





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