O castigo

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Entro no galpão seguindo Pablo e me perguntando o que está acontecendo. Luca está a frente completamente carrancudo. Eliah está ao seu lado e não olha em minha direção. Um aglomerado de homens fazem um semicírculo que vai se abrindo quando me aproximo.

No centro do galpão, amarrado e completamente deformado está Guilhermo, vacilo um passo e sou amparada por Pablo que me segura e me impulsiona pra frente. 

- Venha aqui. - Luca fala com o olhar sombrio. 

Olho através dele, o cheiro de sangue  chega ate meu nariz. Olho pra mão empapada de Guilhermo e lembro o horror que Luca fez no outro dia.

- Venha logo Mariah! - a voz baixa e autoritária de Luca, invade meu topor.

Sigo em direção a Luca, ao lado dele alem de Eliah está, meu tio, o pai de Luca e sua mãe.  Logo a frente outro homem, que reconheço como pai de Vito, um homem baixo e gordo que olha pra Guilhermo com rancor e pena ao mesmo tempo. Luca prende minha mão na sua, sinto seu aperto se intensificar, mas nesse momento me sinto incrivelmente segura.

- Vamos logo com isso - Luca fala em voz alta e firme.

Giovanni olha para o homem baixinho e da permissão para que ele fale.

- Essa moça alega, que meu filho tentou a agredir. 

- Tentou não meu caro, seu filho a agrediu. - Tio Raul fala impassível.

- O que me garante que é verdadeira a história que ela conta? 

- Eu garanto - a voz de Luca soa tão fria, que sinto minha espinha tremendo. - Ou quer questionar meu testemunho, assim como o dos meus homens?

- Não é isso senhor Luca. - O pai de Guilhermo tenta se justificar. - Só estou falando que antes do ocorrido, pode ter acontecido algo que não estão levando em consideração.

- A unica coisa que você tem que levar em consideração é minha palavra. E o que eu digo caros senhores - ele se vira pra plateia soltando minha mão - é que esse homem que vocês estão vendo, desobedeceu uma ordem direta minha, de não tocar em um só fio de cabelo de Mariah. Ele a agrediu, ele tentou matá-la, por puro egoismo. Achando que com ela fora do caminho, eu me assumiria compromisso com a irmã dele, que não passa de uma cadela que vive de joelhos pra qualquer um que tenha um pau.

- Olha a boquinha querido - Luna fala com a voz completamente passível. 

- Desculpe mamãe. - Consigo ver a sombra de um sorriso no rosto dele.

- Alguma objeção? Alguém mais quer falar algo? - Giovanni questiona.

Vejo os homens presentes esquivando-se. Pablo da um passo a frente e tira uma arma da cintura.

- Peço a honra de fazer isso senhor - Fala olhando para Giovanni. 

- Esteja a vontade. - Giovanni fala com um sorriso. Quanta frieza vejo nesses homens. Olho para Luca e os olhos dele estão penetrantes nos meus. Tento através do olhar pedir para que ele impeça o que esta para acontecer. Ele me olha profundamente e meneia a cabeça.

Não sei o que me impulsiona, mas quando percebo estou segurando a mão do Pablo que está com a arma apontada para a cabeça de Guilhermo.

- Não faça isso. - Meu grito ecoa no grande galpão.

- Porra! que merda você tá fazendo? - Luca me segura e me joga para o outro lado se colocando entre mim e Guilhermo.

- Vocês não podem matá-lo. - Escuto meu choro, e só então percebo que meu rosto está banhado em lágrimas. 

LucaWhere stories live. Discover now