Antonella Menezes foi criada em meio as pessoas da maior favela de São Paulo. Desde de pequena teve que mostrar ser uma pessoa valente para sobreviver em meio a violência e o preconceito das pessoas. Só não sabe que sua história está prestes a sofre...
Até que enfim consegui uma folga com a madame Bourjois e posso ir ver alguns lugares para alugar. De todos que visitei, uma quitinete na Sé foi a mais promissora. Fui comer algo afim de pensar e decidi pela mais próxima ao Instituto. Voltei ao prédio de apartamentos e deixei tudo acertado com o senhorio. Finalmente encontrei algo que posso pagar. Finalizei tudo e antes das duas da tarde já estava em Paraisópolis para buscar minhas coisas.
O momento era perfeito. Sei que a esta hora, Maycon está cuidando de seus negócios e meus irmãos estão na escola. Vanessa como sempre, deve estar passeando no shopping ou em algum salão fazendo as unhas. Então sei que poderei entrar e sair sem que ninguém me veja.
Entro na casa e vou direto para o meu quarto. Pego uma mochila e algumas sacolas e começo a colocar as minhas roupas que não são muitas. Pego meu computador, verifico se não esqueci de nada e saio.
Mas antes de chegar a porta, ouço um barulho que me deixa petrificada. Se for o Maycon que voltou mais cedo estarei perdida.
― Quem está aí? – ouço a voz da Nana
― Oi, Nana sou eu. – digo com a voz baixa
― Ah menina é você! – diz me tateando. Virou seu costume depois que perdeu a visão
― Onde está indo com essa mochila? – pergunta
― Desculpe, Nana. Mas não posso continuar aqui. – respondo
― Torci para que esse dia chegasse logo. – diz segurando minhas mãos ― Sinto muito que tenha que sair desse jeito minha menina. – fala com pesar e eu a abraço
―Obrigada por cuidar de mim. Serei eternamente grata. – digo depositando um beijo em sua bochecha antes de sair.
Saio da residência em direção ao ponto de ônibus apenas para despistar algum conhecido de Maycon e peço um carro de aplicativo. Tenho a ligeira impressão de que estou sendo seguida. Mas olhando ao redor não vejo ninguém. Balanço a cabeça em negativa. Todo esse estresse deve estar me deixando paranoica.
Cerca de quarenta minutos depois estou na portaria do prédio que chamarei de lar e respiro aliviada. Cumprimento o porteiro antes de entrar, sigo para as escadas, estou muito ansiosa para esperar pelo elevador. Subi seis lances de escada como se estivesse flutuando. Ao colocar a chave na porta, sinto uma lágrima rolar pelo meu rosto. Um misto de felicidade e alivio brotam em meu peito. Aqueles dias de escuridão, finalmente ficarão para trás.
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"Tio Maycon chegou em casa e eu estava assistindo televisão na sala. Ele pegou o controle e desligou o desenho. Comecei a chorar e pedir que me deixasse assistir o desenho. Ele ficou bravo comigo e como das outras vezes me xinga, me pega pelo braço e me sacode. Só que desta vez eu me desiquilibrei e cai com as costas na quina do rack da sala e machuquei as costas. Saio chorando e minha mãe que acabou de chegar, começa a brigar com ele.