Consequências de ações sem sentido

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Sinto a luz do sol bater nos meus olhos, me forçando a levantar. Me espreguiço e vou ao banheiro escovar os dentes.

Hoje eu iria treinar com Diluc, planejamos ir até um domínio perto da adega.

Encaro o espelho.

Kaeya estava realmente agindo daquele jeito por gostar romanticamente de mim? Eu não acho isso improvável.

Suspiro.

Visto meu traje e arrumo meu cabelo, então abro a porta e desço as escadas, sendo recebida por Adelinde.

—— Bom dia senhorita Lumine, está com fome? O café da manhã já está quase pronto.

—— Obrigada Adelinde. —— Lhe entrego um sorriso doce.

Ela então se afasta, indo em direção a Diluc que está não muito longe, sentado resolvendo algumas papeladas.

—— Mestre Diluc, o café esta quade pronto. —— Ele assentiu com a cabeça e ela foi para a cozinha.

Observo ele por alguns segundos, até que ele percebe e direciona o olhar para mim, sorrio constrangida e me aproximo, sentando na sua frente, atrás daquela longa mesa.

Desvio o olhar.

Nossa relação está boa ao ponto de podermos conversar sobre assuntos mais profundos? Eu gosto de como estamos agora, mas parece que estou sempre querendo algo mais. Me sinto imprudente, mas tem tantas coisas que eu gostaria de falar com Diluc, porém tenho medo dele não aceitar muito bem isso.

Diluc abaixou a folha de papel que analisava para me encarar, então fui forçada a olhá-lo de volta.

—— Está tudo bem? —— Perguntou de maneira cuidadosa.

Tinha o cabelo amarrado, camisa branca com a vista de um pouco de seu peitoral e uma calça preta. Eu não havia notado, Diluc está incrivelmente bonito esta manhã.

—— Você vai se vestir depois?

Assentiu.

—— Vou, só estou terminando essa papelada.

Ia voltar aos papéis, mas notou o silêncio que ficou e suspirou, colocando a folha na mesa.

—— Vamos, se estiver acontecendo algo em relação a mim, pode falar comigo. —— Disse com um olhar gentil.

—— Bom... —— Esperou eu falar mas fiquei quieta.

—— Não vou te julgar, Lumine.

Sinto minhas bochechas esquentarem de repente, talvez ele tenha notado.

Olho nos seus olhos, sentindo que ficaria tudo bem.

—— Eu... sempre quis saber mais de você, desde que nos conhecemos, não tive muitas oportunidades que me aproximar. —— Desviava o olhar algumas vezes. —— Assim que me hospedei na adega, vi que seria uma chance. No começo... eu achei que não tinha gostado da minha vinda aqui, mas no dia do nosso primeiro jogo de xadrez, você falou que estava tudo bem e que até gosta da minha companhia, mas aquilo foi quando não éramos tão... próximos igual agora. —— O encaro fixamente. —— Agora, você gosta de estar comigo por achar agradável, ou se sente mesmo confortável pois me vê como uma amiga sua?

Assim que percebo o que disse, desvio o olhar e me encolho na cadeira, tentando disfarçar minha vergonha. Droga.

—— Gosto de estar com você porque você me alegra. —— Disse simples, me deixando surpresa, fazendo minha atenção voltar para si. —— Gosto de você, Lumine. —— Se ajeitou na cadeira. —— Certo, vou ser sincero companheira. Também sentia interesse por você, mas como disse, não tivemos muitas oportunidades de aproximação, então confesso que no fundo eu me senti um pouco bem com sua chegada aqui. Não estou acostumado a ficar perto dos outros, eu gosto de ficar sozinho, e muitas pessoas percebem isso, é normal que tenha se sentido insegura sobre se hospedar na adega. —— Então seu olhar penetrou bem fundo no meu, me deixando sem saber o que fazer. —— A princípio também fiquei um pouco inseguro com você aqui, mas com o tempo, você me fez bem. E está fazendo, obrigado.

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