Não o conheço de verdade

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Depois que havia saído do cômodo de preparo de vinhos ontem, não havia o visto mais. Fui ao meu quarto e fiquei horas e horas tentando me concentrar em outra coisa que não o seu toque.

O que teria acontecido de Adelinde não tivesse aparecido?

Colocava na minha cabeça que por mais que tenha sido incrível aqueles breves segundos, eu não poderia me deixar levar e ainda deveria pensar na chance dele não ter feito isso por querer, por mais que seja decepcionante. Torço para que ele não esteja me evitando.

Acaricio meu maxilar, lembrando de seu toque. Levo a água do lago ali.

Usava apenas meu short branco, um top bege, da mesma cor que meus brincos de pena. Meus cabelos longos estavam amarrados em tranças, um penteado parecido do meu amigo Venti.

Hoje de manhã fui ver se estava na adega, mas não o encontrei, então me arrumei e parti para esse mesmo lago que estou agora. Não o mesmo em que encontrei Kaeya.

Suspiro. Não sei quando vou ter a coragem de falar com ele, preciso fazer isso logo, só tenho que encontrar ou criar uma ocasião certa, não vou mais fazê-lo esperar.

O sol batia em minhas costas e rosto, me fazendo caminhar até uma sombra.

Me assusto ao ouvir o som de algumas frutas do pôr-do-sol caírem de repente. Olho para trás, vendo a figura que eu tanto procurava atrás de árvore, que havia parado de pegar as frutas ao me ver.

Seus olhos se arregalaram automaticamente ao me ver naquele estado. Vejo suas bochechas corarem.

-- Diluc?

-- Lumine... -- Se recompôs, pegando as maçãs que haviam caído, colocando na cesta pendurada em seu braço.

Me arrepio, ouvindo meu nome sair em sua voz levemente grave e calma. Eu a adorava.

Fico num posição para vê-lo melhor. Camisa preta de manga curta, perfeitamente colada em seus ombros, por cima um blazer branco com pequenos detalhes dourados nas laterais, uma calça preta, assim como o sapato e a gravata. E os cabelos amarrados.

Lindo, mais uma vez.

-- Me desculpe, eu não queria... -- Me olhou de baixo a cima. -- ... interrompê-la.

Parecia tenso.

-- Tudo bem, não é como se eu estivesse totalmente exposta. -- Fico envergonhada do meu próprio comentário. -- Estou apenas me refrescando. -- Me aproximei. -- São para o novo sabor de vinho?

Diluc desviou o olhar. Ele com certeza se lembra.

Assentiu com a cabeça.

-- São, preciso levá-las para a adega agora. -- Se afastava, então se virou de costas para ir embora.

Sem saber muito o que fazer, segundo na sua mão livre.

-- Espera. -- Ele parou, ainda de costas. Olho para o gramado, tentando pensar em alguma maneira de fazê-lo ficar para conversar. -- Entra na água.

Se virou, hesitante, me encarando confuso e um pouco envergonhado.

-- Vamos, por favor. -- Lhe entreguei um sorriso sincero.

Ele suspirou, desviando o olhar para o lago.

E para a minha surpresa, ele começou a tirar seu blazer, me causando um frio na barriga repentino por saber que o veria naquele estado. E então descalçou seus sapatos, e tirou sua gravata. Jogando suas peças de roupa perto de uma árvore.

-- Faz um tempo que não entro num lago para me molhar. -- Entrava na água, indo até a direção que eu ia de costas.

Então parei, e ele fez o mesmo. A água batia em meu umbigo, e nele, no início de suas coxas.

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