O "você"

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—— Senhorita Lumine?

Levanto minha cabeça bruscamente, se assustando.

—— Me desculpe pelo susto, mas eu preciso que se retire so quarto, preciso ver como Mestre Diluc está.

Disse Adelinde, na batente da porta.

—— Ah, certo, tudo bem.

Me levanto quase cambaleando de sono, me levanto tão rápido que minha pressão pareceu ter caído, me dando tontura, fazendo com que eu quase desse de encontro com o chão, mas acabo sendo impedida por Adelinde, que havia me segurado.

—— Por favor, descanse, você não sabe o olhar que Mestre Diluc vai me fazer quando ver que você ficou desconfortável desse jeito nos últimos dias.

—— Honestamente, eu acho que ele está bravo comigo, então meu desconforto pra ele talvez seria o menor dos seus problemas.

Me recomponho, conseguindo sair do quarto e entrando no meu, fechando a porta atrás de mim de forma desajeitada, então me jogando na cama.

Meus olhos automaticamente começam a se fechar, mas balanço a cabeça, me esforçando para me manter acordada. Não dormiria agora.

É de manhã, havia passado a noite toda acordada, dando alguns chochilos uma vez ou outra, mas com certeza não o suficiente para ter sido uma boa noite de sono.

Quatro dias sentada em uma cadeira, esperando que ele acordasse. E durante esses quatro dias, o que eu fiz de entretenimento naquela sala foi contar os dedos, ver quanto tempo eu ficava sem dormir e pensar o que tinha acontecido pra ele segurar minha mão daquele jeito.

Não foram muitas as vezes que ele ficou no mínimo acordado igual aquele momento.

Seu olhar pareceu tão fixo em mim, tudo bem que eu havia falado que ele não fez aquilo por coincidência, mas ainda tem a chance de ele não estar consciente por completo naquele momento, o que eu torci e estou torcendo para não ser isso.

Minhas olheiras e cansaço pioravam a cada dia naquela sala, e apesar dos conselhos das empregadas, principalmente de Adelinde, eu não aceitaria sair dali até vê-lo acordar.

Eu não conseguia nem pensar na declaração de Kaeya mais. Todo o meu cansaço fazia minha cabeça doer sempre que eu me obrigava a pensar nele. Apesar de eu já saber como isso vai acabar, o fato da nossa amizade terminar sempre ocupava minha mente de repente, pois eu realmente não queria perdê-lo por conta de sua declaração. Esse fato ainda é muito decepcionante para mim.

Me remexo na cama, e, contra a minha vontade, acabo fechando os olhos, sendo tomada pelo sono.

Acordo, sentindo a boca completamente seca, uma fome terrível e um gigante dor de cabeça.

Meu olhar se direciona na janela. Ainda era de manhã? Sinto que dormi tanto. A única sensação boa que estou sentindo é eu ter descansado o suficiente, do que eu tanto estava (por mais que não quisesse admitir) precisando.

Me levanto com dificuldade, com as costas doendo. Vou em direção ao banheiro, vendo minha aparência horrível no espelho.

Escovo os dentes, então levanto os braços para lavar o rosto, sentindo o odor terrível vindo das minhas axilas. Vou direto ao banho, sentindo a água quente relaxar meus músculos que tanto doíam por alguma razão, eu devia ter dormido de mal jeito.

Faço o que tinha que fazer, então coloco uma roupa e ando em direção a porta do quarto de Diluc, indo abrir, mas estava trancado, as empregadas provavelmente estavam tomando conta dele.

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