Apenas você

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Não é a primeira vez que a tão conhecida viajante, Lumine, tomava conta da mente de Diluc Ragnvindr. A ida da garota para sua adega somente intensificou a forma como ela invadia sua mente, e também, seus sentimentos, que até então eram apenas uma atração boba e leve.

Diluc admirava não só a sua habilidade em combate, como a sua beleza, os seus feitos, sua coragem e determinação, o fato de que ela nunca para até cumprir seus objetivos. Adorava aqueles olhos dourados brilhando ao se deparar com um desafio, mesmo que ele tenha visto eles poucas vezes, havia se encantado.

Quando Lumine se hospedou na Adega do Alvorecer, a mesma havia imaginado que o dono do lugar havia detestado sua presença ali, ao menos se incomodado, mas muito pelo contrário. Por mais que ele não demonstre, uma pequena luz de felicidade acendeu em si. Ele nunca havia se incomodado, em momento algum com sua presença, apenas estava um pouco nervoso no começo pois não tinha o costume de hospedar pessoas, muito menos por um longo período, seu nervosismo era um pouco mais intenso devido o fato de ser logo Lumine que ficaria ali. Da mesma que Lumine queria aproveitar a oportunidade para conhecê-lo, Diluc também queria, queria saber se a julgaria como os outros.

No horário da pequena festa que ocorreria na adega, ela estava deslumbrante. Diluc a achava bonita até mesmo encharcada ou completamente suja por conta do combate, suas vestes chiques e penteado arrumado o deixaram realmente hipnotizado. Gostaria de dizer como ela estava bonita aquela noite, mas não achava que possuía um grau de intimidade suficiente para dizer algo assim.

Sentiu seu olhar em si diversas vezes, o que normalmente ele ignoraria, pois já estava acostumado. Mas dessa vez não, dessa vez se tratava de Lumine, e isso o deixava inquieto. Ela o via como uma pessoa ruim igual os outros viam? Essa dúvida o deixava cada vez mais curioso.

O desconforto pela suposição de que Lumine não gostava de sua pessoa, alternou para uma certa raiva ao ver Kaeya se aproximando da garota, e constantemente ficando cada vez mais perto da mesma. Olhares maliciosos, a proximidade, tudo isso o incomodava. E motivo era bem óbvio, pois Diluc tinha a sabedoria de que Kaeya se sentia atraído pela amiga. Diversas vezes também Kaeya suspeitava de que Diluc tinha certo interesse na mesma, mas ele sempre negava e nunca deixava parecer.

Kaeya percebeu o olhar do irmão, e riu internamente, vendo que suas suposições de que ele tinha interesse em Lumine eram verdade.

—— Isso chega a ser engraçado, sabe, normalmente parceiros gostam quando o outro sabe demonstrar seus sentimentos. —— Diluc franziu as sobrancelhas. —— Quis dizer que entre eu e você, sabe quem possui mais habilidades sociais aqui, não? Acredito que Lumine prefere caras que sabe demonstrar o que sentem, não concorda? Homens frios com coração de pedra igual os seus não sabem como conquistar ou satisfazer uma mulher.

—— Do que você está falando? —— O encarou com ódio, e sua fala o fez rir.

—— Está vendo? Você não consegue aceitar o que sente. Ah, irmãozinho... desista. Quando se trata de relações eu estou sempre à um passo a frente.

—— Está se gabando por isso? Quando penso que não conseguiria ser mais estúpido, você sempre consegue me surpreender, Kaeya, parabéns, não são todos que conseguem fazer isso.

Os olhares de ódio se mantiam fixos, em silêncio.

—— Sabe o que me deu vontade? —— Diluc o encarou com desconfiança, temendo algo ruim. —— Xadrez, vamos jogar xadrez.

A partida foi tensa do início ao fim, silenciosa com apenas algumas falas aqui e ali. Surpreendentemente, Kaeya acaba vencendo seu irmão. Ele se levantou e se aproximou de seu ouvido, colocando uma mão no ombro.

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