𝗡𝗢𝗫 ; marvel ✓

prólogo; aos cem anos de Nox

       UM DIA a humanidade aceitou uma verdade simples, a de que eles não estavam sozinhos neste universo, em alguns mundos os homens acreditavam ser os lares dos seus deuses, outros, eles sabiam que deviam temer.

  De um reino frio e sombrio surgiram os gigantes de gelo, ameaçando mergulhar o mundo dos mortais em uma nova era glacial. Mas a humanidade não enfrentaria sozinha sua ameaça. Os nossos exércitos expulsaram os gigantes de gelo de volta para o mundo deles, o preço foi alto.

Mas no fim, o reino deles caiu, e a fonte do poder deles lhe foi tirado.

   Com o fim da última grande guerra, nós nos retiramos dos outros mundos e voltamos para casa. Para o reino eterno, Asgard.

   Aqui nós permanecemos um símbolo de esperança, brilhando através das estrelas e embora tenhamos caído nos mitos e lendas dos humanos, foi Asgard e seus guerreiros que trouxeram paz ao universo.

      Quando nascemos nós temos aquela pessoa ao qual nossos olhos vêem pela primeira vez, quando o primeiro ar entra em nossos pulmões e quando temos certeza de que agora somos algo em um mundo maior e mais caótico; aquela pessoa que te olha e você tem certeza de que vai fazer parte de sua vida, pois vai te proteger pelo resto de sua vida, ou da vida dela.

  Geralmente a primeira visão de um recém nascido é o seu pai, sua mãe ou até mesmo a pessoa que lhe faz o parto, um médico em Midgard ou uma parteira em Asgard.

  Frigga tinha dado a luz a uma bela menina, era uma noite chuvosa, raios caiam dos céus fazendo o castelo vibrar e o som dos trovões eram tão altos que ressoavam por todos os nove reinos como a grande bigorna de Thor.
  Odin tinha se ausentado naquela ocasião, ele não aguentaria ver aquilo, ele não conseguia mais ter filhos, ele não conseguia acreditar que teria mais um filho saindo do ventre de sua amada.
  Porém Loki esteve lá, ele ficou ao lado de sua mãe desde o início, segurando sua mão e sentindo sua dor; ele não sabia o porquê de ter ficado, mas havia ficado.
  De qualquer modo aquilo tinha algum propósito, e Frigga sabia disso enquanto apertava a mão de seu filho.

  A primeira visão de Nox foi os olhos de Loki, meio vermelhos pelo choro, mas que havia um sorriso nos lábios, ele a segurava com ternura, com amor, foi o que Frigga pôde notar.

  Loki não viu remorso ou algum tipo de arrependimento nos olhos da pequena criança, tudo o que ele pôde ver foi amor e ternura, a inocência de um ser tão jovem que havia acabado de vir aos nove mundos.

-- Ela tem os olhos iguais aos seus"_ Frigga sorriu para o seu filho não sanguíneo, Loki, esse que sorria para a criança nos braços de sua mãe, seu dedo indicador estava sendo enrolado por pequenos e delicados dedos. – Verdes e poderosos.

– Qual o nome dela? __ Thor, que estava do outro lado da cama encarando a criança no pequeno embrulho, perguntou de modo encantado.

  Encanto, foi o que a criança passou para todos.

– Nox!"_ declarou Frigga. - O período tênue entre pôr do sol e alvorada. _ Loki sorriu para a criança, sua mão balançando suavemente de um lado ao outro, algo que tirou um sorriso banguela da criança.

– Bem vinda ao mundo, doce Nox.

    Porém Odin não parecia feliz naquela noite, quando ele entrou no quarto após todos terem sidos retirados, o pai de todos caminhou até o berço dourado onde a criança dormia paciente, porém quando a sombra do homem bateu em seu corpo a menina chorou, como se aquilo fosse Ragnarok; tal ato fez Odin encarar Frigga que sorria para ele, deitada na cama, o cetim tocando suavemente sua pele.

– Ela é amaldiçoada! _ declarou Odin, algo que fez Frigga se arrumar no local rapidamente, o sorriso saindo de seu rosto e ganhando lugar para uma carranca desagradável.