Capítulo 25

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         Assim que abri a porta todos encaram-me de uma forma assustada, com exceção do senhor Seo e Seo-Young. O clima havia pesado no momento em que entrei. Continuei a passos curtos até a frente do quadro no qual em breve seria estampado pelo vídeo no qual foi mostrado-me pelo senhor Cha anteriormente. O silêncio ensurdecedor era inacreditável, todos ali estavam aptos a me trair por migalhas. O Senhor Seo sorria de forma sínica como de esperado, ele não tinha nada a perder. Percebi de que o mesmo sentava em minha cadeira, o que era irônico da sua parte. Um lugar no qual ele gostaria de ocupar a muito tempo.

          Dei mais uns passos a frente com a pasta em mãos e não quebrei meu olhar com as duas figuras demoníacas. A senhorita Seo-Young estava mais desconfiada do que o normal. O que acontecera? Ela não esperava em me ver? Ou talvez esperasse que esse momento nunca chegaria? Será que teria a desculpa de que havia sido induzida?

- Me parece que eu estou atrapalhando. - Falei sorrindo colocando os braços para trás aproveitando para olhar a expressão de todos.

- Claro que não, estávamos esperando você. - Senhor Seo me encarava com desdém assim que ficou de pé.

- Ah ótimo! Porque tenho novidades, mas deixarei para o final. - Sorri e puxei uma cadeira ao lado da senhorita Seo. - Continue, não quero atrapalhar.

- Na verdade, iremos adiar nossa reunião por falta de dados. Infelizmente a maioria dos senhores não tiveram tempo suficiente para fazer o levantamento. - Senhor Seo junto os papéis a mesa pronto para sair.

- Que lástima. - Falei fingindo decepção. - Mas não quero que despedissem seu tempo, irei aproveitar para adiantar algumas questões. - A senhorita Seo-Young endireitou-se na cadeira e preparou-se para levantar, quando segurei em seu pulso a puxando de volta a cadeira. - Este assunto requer sua total atenção. - A encarei sarcástico e rapidamente soltei seu pulso. - Senhorita.

- Não nos programamos para uma reunião extraordinária. - Senhor Seo me repreendeu.

- Não precisamos de aviso quando o proprietário exige uma reunião, não acha? - Arqueei a sobrancelha. - Então quero que sente. - Tentei transmitir o máximo de tranquilidade possível, mas ambos não estavam cooperando. - AGORA! - Gritei dando um tapa forte na mesa tirando todos do transe, levando a senhorita Seo-Young quase pular da cadeira, logo o senhor Seo puxou sua cadeira sentando como eu havia mandado.

- Vamos continuar. - Ele sorriu falsamente apertando o punho com ódio.

- Ótimo. - Joguei a pasta no centro da mesa espalhando as fotos e alguns documentos.

         Todos estava confusos com minha atitude. Seu sorriso se desfez assim que as fotos foram passadas mão a mão pelos administrativos ali presentes. O mesmo rapidamente pegou uma das fotos me encarando de seguida, o mesmo foi feito pela senhorita Seo-Young. Encarei o senhor Cha de canto que logo colocou o vídeo para todos.

- Como todos sabem eu e minha família sempre zelamos pela lealdade, confiança e trabalho duro. Não toleramos certas atitudes em nossa corporação. Foi com isto que construímos a empresa com uma visão totalmente diferente das outras. Sem concorrência interna. - O que os senhores veem nessas fotos vai contra todo nosso institucional e integridade. Não me surpreende que o senhor Seo tenha vos trago aqui para iniciar uma guerra civil. Entendam que precisam saber dos dois lados da moeda antes de escolher em quem apoiar. - Suspirei e fiquei de pé. - Mas não foi apenas estas provas que venho trazer, mas sim um comunicado. - Dei um sorriso e vi o senhor Cha caminhar com a carta de demissão na qual eu havia solicitado anteriormente, me fazendo jogar em frente ao senhor Seo. - Você está demitido, assim como iremos dar andamento a uma certa quebra de contrato. - Encarei a senhorita Seo-Young.

- Eu estava apenas sendo apresentada a novos fornecedores, eu não sabia que eram seus concorrentes! - A senhorita Seo-Young tentou se defender.

          O senhor Seo ficou desnorteado e amassou uma das fotos sem deixar de me encarar, apenas sorri satisfeito com toda a situação. Coloquei as mãos no bolso e dei mais alguns passos ao redor da grande mesa ouvindo alguns comentários de indignação dos administradores, enquanto finalmente ficava de frente para o senhor Seo que agora estava de pé.

- Me parece que a casa caiu. - Falei baixo e logo ri. - Achou que eu não era esperto o suficiente? - Antes que o saísse o vídeo foi posto no telão, enquanto deixava a confusão acontecer sob minhas costas.

          Saí da sala sem ao menos estabelecer o mínimo de contato com todos que estavam ali presentes. Eu precisaria urgentemente dar o fim de uma vez por todas nesta corrupção e traição. Coloquei as mãos no bolso enquanto caminhava em direção a saída e encontrei ninguém mais ninguém menos do que a senhorita Seo. Tal pai e tal filha mantinham as mesmas expressões. Eles eram idênticos. Ela aproximou-se de mim lentamente com um olhar desconfiado.

- Tae-Moo, o que faz aqui tão cedo? - Sua voz me dava ânsia de vômito.

- Acredito que não lhe devo a mínima satisfação. - Falei de forma seca enquanto ela aproximou-se de mim tocando com seu indicador por meu ombro tentando me provocar.

- Eu não responderia assim se fosse você. - Logo seus lábios estavam sob minha orelha sussurrando. - Não foi assim que eu te eduquei, precisa ter modos com sua futura chefe.

- Modos? - Percebi que havia saído do controle quando segurei seu pescoço com uma das mãos o apertando, a fazendo sufocar enquanto tentava soltar com ambas suas mãos. - Acha mesmo que isso vai terminar do jeito que imagina? - Dei um passo a frente a encostando na parede apertando ainda mais seu pescoço, enquanto me aproximava de seu ouvido sussurrando. - Se eu fosse você fugiria do país, porque eu estou só começando. Eu costumo brincar com a comida antes de devorá-la. - Rapidamente a soltei de uma vez, vendo-a buscar ar enquanto se curvava. - Não apareça mais na minha frente ou nesta empresa, não espere pagar para ver. Estou ficando impaciente.

- Acha mesmo que vai ficar por isso? - Ela gritou ficando de pé novamente enquanto eu continuava caminhando em direção a saída. - Eu vou acabar com você!

- Entra na fila. - Acenei enquanto descia as escadas encontrando o senhor Cha na saída.

- Recebi o último arquivo que faltava. - Ele falou enquanto me entregava seu celular com um áudio.

- De quem é?

- Do responsável pelo ataque a senhorita Alice. - Meu corpo gelou o que me fez parar de andar. - Ele assume que foi pago pelo senhor Seo, e que não poderá revelar sua identidade por ser o seu trabalho.

- Trabalho? Matar pessoas é um trabalho? - Eu estava indignado.

- Para ele me parece que sim, senhor. - Devolvi o celular do senhor Cha.

- O que preciso fazer agora? - Perguntei passando a mão no rosto.

- Primeiramente ir a delegacia prestar uma queixa, as demais documentações já foram enviadas para nossos advogados, a partir do horário da tarde o senhor Seo e a senhorita Seo-Young não farão mais parte da empresa, pois a mesma feriu a quebra de contrato se encontrando com outros concorrentes e apresentando projetos.

- Ótimo! Alice já está fora da Golden? - Arquei a sobrancelha.

- Sim, preparamos uma carta de demissão que será entregue junto a documentação da senhorita Seo.

- Ótimo, precisamos de imediato uma medida protetiva de todos eles. Alice não poderá voltar até que estejam presos. 

- Isto será fácil. Já providenciei a melhor parte.

- Obrigado, senhor Cha. - Dei um meio sorriso.

- Estou apenas fazendo meu trabalho.

- Eu sei, mas isto significa muito para mim. - Além de ser meu secretário particular, o senhor Cha é meu único amigo de infância, eu devo muito a ele por toda compreensão durante todos estes anos.

- Fico feliz em ajudar. - Ele deu leves batidas em minhas costas.

- Vamos, precisamos prender estes vigaristas. Onde está seu carro?

- Logo ali. - Ele apontou para o outro lado da rua enquanto seguíamos em silêncio mas uma certa felicidade que não cabia no peito. Tudo aquilo iria terminar do jeito que deveria. Mas a minha vingança estava apenas começando, porque o senhor Seo não tinha ideia do que eu planejava para ele assim que entrasse na prisão.

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