Capítulo 2

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"Escritores podem reescrever o mundo a sua maneira, e são poderosos por isso." - Autora.

Amon

Foco meus olhos na humana. Ela parece tão insignificante quanto qualquer outro que já coloquei meus olhos, mas um mero detalhe faz dela totalmente diferente de de todos eles.

Ela não tem uma aura de pecado.

Olhar para ela é como observar algo que eu achei ser impossível durante toda a minha existência, não apenas por ser uma humana pura, mas também, por vir ao inferno sendo assim. Tenho certeza que a chegada dela aqui foi um completo erro, algo que nunca aconteceu antes.

Admiro seu corpo perfeitamente esculpido, talvez um pouco magricela, porém atraente.

Ela ainda me olha surpresa desde que falei a palavra inferno, obviamente assustada. Muitos ficam, mas a maioria tende a gostar daqui.

O inferno é conhecido como o campo de tortura eterna para os pecadores, uma completa distorção da realidade. No submundo, o pecado é o que realmente acontece. Se você esta aqui por um pecado, é nele que irá permanecer por toda a eternidade. Sem tortura. Apenas pecado.

E definitivamente, pecado era tudo o que Melina não trás consigo. Ela é inocente como uma criança, já corou duas vezes desde que entrou nesta sala, é um tanto irritante, mas, ao mesmo tempo interessante.

- Melina. - Ela permanece com os olhos baixos. Observo sua coxa quase completamente descoberta. Excitante. - Saiam! - Todos a minha volta não ousam desobedecer uma ordem clara, e saem rapidamente, deixando-me sozinho com ela.

- Melina. - Gosto do o seu nome em minha boca. Soa como pecado.

Ela levanta seus olhos, agora cheios de lágrimas e espreme os lábios um no outro.

- Por favor, não me machuque. - Francamente, achei que seria mais satisfatório ouvi-la implorar por algo.

- Não falei que iria. - Ela respira fundo. Sua doce face permanece amedrontada; sua pele clara agora vermelha na ponta do nariz, revelando o esforço que faz para não chorar.

Levanto-me e caminho até ela, vendo-a encolher-se ainda mais. Sua respiração acelera mostrando o medo que tem de mim. Fico muito próximo do seu pequeno corpo. Seu cheiro no momento não é dos melhores, muito menos a aparência suja, mesmo assim ela é bela.

Tento pensar no que vou fazer agora. Devolvê-la para Selentys, onde definitivamente é seu lugar, não parece uma opção muito divertida.

Pensar nisso me faz ter outro plano para a mesma.

Melina é uma tela em branco que eu quero sujar, fazendo-a sucumbir ao pecado. Ela é pura, inocente e imaculada, mas eu posso mudar isso, posso quebrá-la até não ser mais merecedora do seu tão sonhado pós morte em Selentys.

Os malditos anjos ainda não vieram atrás dela para corrigir seu erro, e mesmo que venham, nada garante que eu a devolveria.

- Por que está aqui, Melina?

- Porque sou uma pecadora, Senhor. - Ela murmura, a voz doce, um tanto rouca, intoxica meus ouvidos.

- Conheço o pecado, bem de perto, e você não é nem de longe uma impura. - Sussurro no seu ouvido. Ela se afasta como um gatinho assustado.

- Então por que estou aqui? - Ela me devolve a pergunta.

- Um provável erro. - Eu sorrio maliciosamente, o que a faz tremer. - Mas não tenho certeza se posso corrigi-lo.

Seus doces olhos inocentes abaixam entristecidos. Observo-a bem de perto, e penso em como seria manchar algo tão imaculado assim. Eu já tive todo tipo de diversão, mas nunca tornei uma inocente em impura, geralmente os humanos mesmos se mancham.

Virei em direção a saida e fiz um gesto para que ela me siga, vejo-a hesitar por um instante, mas logo me acompanha.

Ando pelo meu palácio e rapidamente chegamos a um quarto. Esses cômodos extras que uso para dar festas, ou orgias, mas, no momento, está vazio. Perfeito para abrigar minha hospede.

Ela entra logo depois de mim, seguindo-me até uma latrina onde ela para na porta e exita entrar.

- Entre. - Aponto para uma banheira cheia de água e panos limpos ao lado. Ela engole o seco e contínua me olhando. - Eu irei sair e quando voltar quero que esteja limpa.

Caminho até ela e a mesma dá espaço para que eu passe.

Melina ainda me encara atentamente.

- Pegue roupas no armário que tem no quarto. - Dito isso, eu saio o mais rápido que posso daquele lugar.

Sua presença é... diferente. Peculiar demais para apenas olhá-la sem encostar.

[...]

- Vai mantê-la aqui? - Olloz, um dos meus principais demônios da luxúria, pergunta como se fosse algo banal, mas interessado mulher no meio das suas pernas.

Ele é o meu soldado mais leal, seu trabalho é colocar cada alma em seu pecado. Quando ele a encontrou, mal acreditou no que viu e então a trouxe até a mim.

- Sim. - Eu respondo ainda pensativo. - Será interessante quando os anjos quiserem-na de volta, e eu não entregar.

Seguro a cintura da mulher muito bonita no meu colo e retiro ela de lá. Não estou no clima para orgia. Concentro-me apenas em assistir os outros casais a minha frente. A luxúria é um dos pecados mais brilhantes, e até mesmo os Selentys foram capazes de admitir isso.

- Pretende quebrá-la até que vire uma pecadora?

- Ninguém peca por obrigação. Irei dar a ela a opção de experimenta o proibido, é assim que ela conseguirá um lugar aqui no inferno. - Sinto que toda a excitação que tinha no meu corpo quando entrei aqui não existe mais. Meu pensamento estava focado na insignificante e preciosa humana.

- Ela é apenas uma humana de dezenove anos, não entendo como ainda pode ser pura. - Meu amigo diz, uma expressão de prazer toma conta do seu rosto.

- Talvez nunca tenham a apresentado os prazeres do pecado. - Murmuro, entediado. - Vou fazer isso por ela.



[...]

N/a: Não sei quando os capítulos ficarão sendo postados. Um por dia, talvez.

Estes primeiros capítulos eu fiz a um tempo e lendo-os agora não gosto muito. Bom, espero que vocês gostem.


Inocente PecadoWhere stories live. Discover now