Capítulo 9

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Quero informá-los que este livro é recomendado para maiores de 16 anos.

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"Apenas beija-lo não é o suficiente." - Autora.

   O sentimento de perda fica pairando sobre meu coração, como uma brisa fria na mais escura das noites. Minha mente afunda pelos meus sonhos mais infantis e ingênuos de como deveria ser perfeito meu primeiro beijo. O amor que deveria vir com a perda de uma das partes mais guardadas do meu corpo.

   Não que o sentimento de ter os lábios de Amon no meu tenha cido ruim. Esse é o maldito problema. A forma que gostei de ser beijada por ele, de ter suas mãos na minha e
cintura e se aprofundando em meus cabelos. Foi como ter minha alma agarrada e levada para longe da santidade. E a sensação foi incrível.

   Não poderia negar nem em mil anos que eu deixaria ele unir nossas bocas de novo.

   Quando pensei que Londom fosse me beijar algo ruim se apossou das minhas entranhas, mesmo sem conseguir negar o tinha me pedido.

   Mas Amon... O cruel e perverso Amon me roubo o mais perfeito dos beijos, meu primeiro beijo, e eu queria mais.

   Nem sequer passava pela minha cabeça em como isso degradava minha alma. Talvez isso me torne definitivamente uma impura. Uma alma exilada e condenada a viver no pecado, e talvez, se aquele toque entre mim e ele for o pecado, desejei por um segundo pecar de novo.

  Estava com a cabeça tão perdida nos últimos acontecimentos, que não percebi quando fui guiada para dentro do palácio e levada à um quarto. Tal quarto que é estranho para mim. Não o que estou hospedada desde que cheguei aqui. Este tem uma ar mais escuro e sombrio, suas paredes são revestidas por ilustrações em dorado, com toques brutos e delicados que fazem um contraste perfeito das imagens. A primeira imagem que vejo, fica em frente a cama enorme bem no centro do lugar, ela mostra um monstro travando uma batalha com alguém que eu diria ser um deus. Este empunha uma espada coberta por chamas, a coragem brilha em seus olhos.

     Oh... Os belos olhos azuis.

      É Amon ilustrado na parede, seu  rosto é tão bem esculpido que dar para ver cada emoção em sua face.

      — O primeiro Gatheers criado e treinado. — Amon fala atrás de mim. Não ouso desviar meus olhos da parede, então prossigo admirando a imagem. — Minha criação. — Sinto um tanto de orgulho em sua voz.

      Ter aquela criatura na minha frente com certeza foi uma das coisas mais assustadoras que presenciei.

      — Por quê? — Murmuro. Minha voz sai tão baixa, que só tenho certeza de que ele escutou quando responde:

      — Gatheers são os instrumentos de batalhas mais letais que podem existir. Nenhum soldado nos três mundos pode fazer tanto estrago quanto eles. — Ouço seus passos, fortes e determinados, aproximando-se de mim. — Imagine uma guerra como esta. — Ele para ao meu lado e aponta para a pintura na parede. — Onde todos os melhores soldados são varridos como pó com apenas um bater de asas de um Gatheers.

      — Não vejo sentido e se vangloriar por criar algo assim. Guerras nunca devem ser almejadas. — Afasto o pensamento de que Tylos pode estar em guerra nesse momento. Tudo se ruindo ao puro caos.

      — Alteza, não se engane, guerras são uma realidade. Não almejá-las não as tornará inexistentes. — Olho para ele por canto de olho, pensando em encontra-lo olhando para a imagem na parede, mas me surpreendo quando vejo que ele contempla a mim com seu olhar excêntrico. — Todos temos que lutar algumas batalhas. Elas nos fazem fortes. Trazem glória.

Inocente PecadoWhere stories live. Discover now