What song is this?

016

Eu e Tom depois de algum tempo percebemos que finalmente estávamos secos então nos soltamos e vestimos as roupas. Um silêncio se fez presente entre nós, pudia perceber que ele queria me falar algo mas não conseguia por seu ego enorme.

Saímos em direção de onde os outros estavam e Bill veio rapidamente em meu encontro e com um sorriso enorme no rosto.

- Advinha, uma mulher que trabalha na produção geral dos nossos shows está super interessada no seu trabalho. Ela falou que você é super versátil e ela tem muita curiosidade sobre o que você pode fazer.

- É sério isso? Bill pelo amor de Deus não brinca com isso. - falei com certo receio já que era algo muito incrível pra acontecer assim.

- Eu não tô mentindo pra você, pode acreditar gata. Seu trabalho tá sendo reconhecido. - ele falou saltitando.

- Isso é incrível, eu não acredito que isso tá acontecendo. - eu sorria cada vez mais.

- Ae Delphinha tá ficando famosa. - acrescentou Gustav que fazia sinal de dinheiro com os dedos.

- Parabéns Delph, você trabalhou muito bem. Mais que merecido. - falou Georg me dando um abraço.

Me virei para falar com Tom e ele estava de costas conversando com algumas pessoas.

- Você ouviu? - falei cutucando ele.

- Ouvi, parabéns. - disse ele rapidamente retornando para a conversa que estava.

Como ele conseguia ser assim? Uma pessoa muito atenciosa que me salvou de uma hipotermia e ao mesmo tempo um tanto faz pra mim.

- Ei, ela quer te ver amanhã. Vamos ter uma reunião sobre a volta dos shows depois dos três meses e ela vai estar lá na nossa casa então pediu pra que você aparecesse. - Bill disse me puxando de volta para onde estava.

- Então amanhã eu vou. Que horas vai começar?

- Vai ser uma reunião matinal então era bom se você dormisse lá hoje, tem um quarto de hóspedes sobrando.

Fiquei um pouco receosa mas os meninos conseguiram me convencer como sempre.

Conversamos mais um pouco sobre o show e como tudo foi perfeito. Eu realmente me emocionei com a apresentação e com o que falaram. Agradeci muito a eles, especialmente ao Bill já que tenho quase certeza de que a idéia disso tudo foi dele.

- Bora, tô morrendo de fome. - disse Georg saindo em direção ao carro.

- Pizza? - perguntou Gustav que comemorou quando todos concordaram.

- Ué, onde está o Tom? - perguntei vendo que ele havia desaparecido.

- Acabou de mandar uma mensagem dizendo que não ia agora com a gente. - falou Bill e notei uma certa preocupação da parte dele.

Não falei nada, apenas peguei meu celular para enviar uma mensagem para ele.

- Seu irmão está preocupado com você, deveria valorizar pelo menos ele que faz de tudo pra te ver bem. - digitei isso mas não enviei.

Desliguei o celular e dei um abraço de lado em Bill enquanto andávamos. Ele sorriu forçadamente e me encarou.

- Essa calça é minha.

- Eu sei, mas fica melhor em mim. - rimos juntos e saímos do lugar.

Chegamos na casa dos meninos e Gustav já correu pra pedir as pizzas. Bill me mostrou o quarto de hóspedes e todos ficaram na sala brincando de verdade ou desafio até que a comida chegasse.

- As regras são: qualquer pergunta e desafio são válidos e se não quiser responder tem que dar um selinho em quem perguntou ou deixar que te acertem um murro. -falou Bill.

- Caramba que regras são essas? - falei rindo da situação.

Bill girou a garrafa que parou com o gargalo em Gustav e a parte de trás nele. Gustav então escolheu verdade.

- Gustav é verdade que você ainda tá lacrado? - perguntou Bill se referindo a virgindade do baterista.

- Claro que não, já vivi muitas coisas só não deixo vocês descobrirem. - respondeu Gustav.

- E quem foi a doida que deu pra você? Gustav você contratou uma prostituta? - perguntou Bill em meio aos nossos risos.

- Isso aí já é outra pergunta, gira a garrafa. - respondeu Gustav que estava vermelho.

- Georg pergunta pra Delph.

- Verdade ou desafio? - perguntou Georg

- Verdade.

- Quem foi sua primeira paixão? - ele me perguntou e eu sabia que por mais que eu evitasse a resposta era Tom.

- Não quero responder essa.

- Então escolhe, ou você é agredida ou dá um beijinho do nosso metaleiro. - disse Bill.

- Pode ser na bochecha? - perguntei e Georg concordou indo contra as regras de Bill.

Dei um rápido beijo na bochecha de Georg e ele sorriu um pouco sem jeito assim como eu.

- Vou contar pro Tom. - riu Gustav e eu lhe acertei um tapa no pescoço.

- Gustav pergunta pra Georg. - falou Bill

- Eu escolho verdade vai logo.

- Tá apressadinho né. Então vamos lá, quem é a mulher mais bonita que você já conheceu?

- Delphine. - respondeu ele sem demora e nos deixando um pouco sem reação já que sempre que perguntavam quem era a mulher mais bonita ele respondia que era Bill.

- Acho que perdi meu lugar no coração do Georg pra você Delph. - riu Bill tirando a seriedade de nossos rostos.

Os meninos escutam a campainha tocar e me pedem para ir ver se era a comida.
Pego as pizzas e pago, levo para onde estávamos e lá ficamos comendo e conversando por um bom tempo.

- Caramba Delph, quase esqueci. Aqui seu pagamento pelas fotos. - Bill me entregou um envelope que continha mais notas do que eu conseguia contar.

- Isso tá certo? Tem muita grana aqui.

- Você foi fotógrafa, maquiadora, figurinista e ainda trabalhou no pós sessão. Então tá tudo certo sim. - afirmou com clareza Bill.

Eu tinha recebido meu primeiro pagamento trabalhando com o que eu realmente gostava e não pudia esconder que estava muito feliz, era nítido o sorriso em meu rosto.

Mas essa alegria acabou quando Tom passou pela porta, ele estava bêbado e cambaleando de um lado pro outro, não sei como havia conseguido vir dirigindo.

Pegamos ele e o sentamos no sofá vendo aquela cena deplorável de um cara tão novo.

- Delph me desculpa eu sei que fui um babaca mas eu só sei ser assim. - falou ele com muita dificuldade e sem nem conseguir abrir os olhos direito.

- Bill, acho que ele usou alguma coisa. - falei tirando de dentro do bolso do casaco dele um saco transparente com um pouco de uma substância branca em pó dentro.

- Eu não sei mais o que fazer. - disse Bill que sentou no chão com as mãos na cabeça e deixando algumas lágrimas escaparem.

Já ouvi os meninos falando que ele nunca chorava, tava sempre tentando ver um lado bom nas coisas, mas dessa vez ele estava desesperado.

Sentei junto a ele e apenas o abracei com força para que não se sentisse sozinho, não gostava de ver meu Bill assim.