Capítulo 8

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Ei, vocês!

Demorei, mas cheguei com o capítulo que vocês tanto queriam!

Tem indicação de música, fiquem à vontade caso queiram ouvir.

Mais uma vez, muito obrigada por todos que ainda estão aqui comigo, vocês são essenciais nessa experiência junto comigo.

Uma ótima leitura.

***

Miami - 2007
Narrador

O céu naquele final de tarde estava carregado de nuvens e a chuva despencava densa no chão fazendo um barulho agudo ao bater contra o concreto. Camila observava pela janela de seu quarto os relâmpagos brilharem no céu, seguidos pelos trovões altos.

Fazia dois dias que a chuva caía sem dar trégua, assim como as lágrimas que deslizavam pelo rosto da latina. Fazia dois dias que Camila se perguntava o que seria da sua vida agora que sua mãe tinha partido, a deixando sozinha com Sofia. Nada parecia ser justo na mente da adolescente que agora tinha a responsabilidade de cuidar de um bebê recém-nascido.

Limpou as lágrimas com as mangas da blusa de moletom que usava ao ouvir o choro de sua irmã vindo de sua cama. No andar de baixo ela podia ouvir vozes altas e risadas estridentes ecoando por todo o espaço. O cheiro de cigarro e álcool embrulhavam seu estômago e mesmo com a porta fechada, conseguia sentir o odor forte.

Mais cedo Ryan havia passado em seu quarto e pedido para que Camila trancasse a porta e não abrisse para qualquer outra pessoa que não fosse ele. O segurança de Alejandro estava ali a todo momento e prometeu que voltaria com algo para que ela e sua irmã se alimentassem.

Camila se sentia em paz na presença de seu amigo, que além de Ally, a ajudava em tudo o que lhe era possível. Desde a noite em que a menor tentou fugir no Natal de 2003, Ryan tratou de amenizar a situação que as mulheres eram submetidas.

Quando ainda estava viva, a mãe de Camila se sentia cada vez mais para baixo e sem vontade de sair de casa. Saia do quarto apenas quando era obrigada a estar presente em algum evento ou quando a sua única amiga, Patricia, a visitava. Tentava a todo custo fingir que estava tudo bem, mas ela sabia que a amiga não era boba. Apesar de não viver nada daquilo, a mãe de Ally conseguia identificar que as coisas não estavam bem para Sinuhe, mas não conseguia arrancar nenhuma confissão da mulher para que pudesse ajudar.

Tentou convencer seu marido de que havia algo errado, mas em troca ouviu risadas desdenhosas, garantindo que seu Alejandro jamais seria capaz de fazer algo contra a sua esposa. Mal sabia Patricia que, quando Jerry contava para seu amigo os desvaneios de sua mulher, Sinu era castigada quando ele chegava em casa.

Assim que engravidou de Sofia, as coisas pareciam melhorar um pouco mais para a mulher. Sinu sorria e cantarolava pela casa enquanto acariciava a sua barriga. Quase todas as noites quando Alejandro não estava em casa, ia até o quarto da filha mais velha e ficava por horas conversando com ela sobre como estava feliz de estar grávida mais uma vez. Os planos que faziam juntas para o futuro, jamais envolveram Alejandro.

E de novo, como se a história se repetisse, Alejandro não ficou feliz com a gravidez da esposa e sabia que daquela vez ninguém poderia impedir de fazer o que ele bem entendesse, já que seu pai que era o único empecilho havia falecido no ano anterior.

Camila se sentia um pouco mais tranquila por ter a presença de Ryan, que por muitas vezes ajudava sua mãe a fazer coisas que já não conseguia devido ao tamanho da barriga.

A amizade entre eles se tornou forte o suficiente para que o rapaz de olhos azuis se preocupasse em demasiado com a mais velha e agora, com as duas garotas. Só não contava que sua ajuda não seria o suficiente para livrar Sinuhe do peso de tudo o que vivera até ali.

Always Been YouWhere stories live. Discover now