Capítulo 12

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Boa leitura! ;)

***

Nova York - 2020
Narrador

O pedido de Camila para Lauren soou dentro de si mesma como um golpe de misericórdia, como se de alguma maneira irreal aquilo fosse diminuir a dor dilacerante que sentia em seu interior.

Cada palavra proferida por Troy, deixava todos os seus pensamentos desconexos e sem sentido algum. Sua mente poderia desligar a qualquer momento e talvez ela nem sentiria, estava entorpecida com as novas informações.

Seus pensamentos vagavam de sua mãe, para Ryan, até chegar em Sofia.

Sofia.

Todos os anos passados procurando por sua irmã e a única coisa que encontrou no meio do caminho foram portas fechadas em sua cara. Mas, a esperança vivia dentro do seu peito batalhando diariamente para que ela não desistisse mesmo que sem forças para continuar.

O que Sofia representava para Camila?

A força de não desistir do que se quer encontrar? Mas, e se já tivesse desistido?

A fraqueza por ter sido vencida tão fácil? Sentia-se assim, vencida pelo cansaço de procurar por alguém que representava algo grandioso em sua vida.

A culpa agora corroía todo o seu interior, de dentro para fora com uma força nunca vista antes. Pensava já ter vivido suas maiores dores e que aquilo jamais se repetiria, mesmo que o medo fosse constante em sua trajetória.

Parecia que havia tomado socos violentos ao saber da possível verdade de sua mãe ter sido assassinada. Completava a sua culpa por ter sido tão tola em acreditar que aquela mulher partiria, largando as filhas a própria sorte, à mercê do inferno que era sobreviver naqueles tempos com alguém tão cruel como era Alejandro.

O golpe de misericórdia falhou assim como era esperado.

O silêncio era estarrecedor dentro daquele carro. Lauren por vez ou outra olhava de soslaio para a mulher ao seu lado que ainda permanecia da mesma forma com a cabeça encostada no banco, olhando através da janela.

Preferiu não dizer uma só palavra e tentava absorver tudo o que havia acontecido na casa de Allyson. Absorta em seus pensamentos, não conseguia criar uma linha de raciocínio coerente sobre todas as coisas que lhe acometeram em poucos dias. Estava no meio de um furacão.

Pensava em como Camila poderia estar se sentindo com as informações recebidas e entendia que aquilo abriria portas para algo perigoso. Respirou fundo ao lembrar que seu plano para procurar Sofia já havia iniciado e após ouvir a latina dizer que a irmã também tinha sido assassinada, aumentou ainda mais a sua força para encontrá-la.

Sofia tinha que estar viva.

A empresária parou o carro para aguardar o portão da garagem abrir e olhou para o retrovisor, avistando o carro de Paco parado do outro lado da rua. Abaixou o vidro e sinalizou com a mão para que o rapaz pudesse ir embora, que assim o fez.

Entrou com o carro devagar até estacionar em sua vaga com cuidado. O silêncio não estava confortável, mas sabia que era necessário naquele momento. Retirou o cinto e fechou os olhos por alguns segundos, puxando o ar para dentro de seus pulmões.

Seu olhar cauteloso encontrou o rosto banhado de lágrimas silenciosas, fazendo-a morder o lábio para engolir seu próprio choro ao ver Camila daquela forma.

Sua mão subiu devagar acabando com o espaço entre elas e tocou a lateral do rosto da latina com os dedos, deslizando vagarosamente. Ela não se movia, ainda estava estática da mesma maneira que esteve durante todo o caminho.

Always Been YouWhere stories live. Discover now