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A gente para pra cantar o hino e eu a encaro de longe. Ela está com uma blusa do Corinthians na torcida do Flamengo.
Arqueio a sombrancelha sem entender muito.
Mas hoje ela não olha pra mim, ela olha pra ele. Eu ia preferir que fosse um olhar de desejo ou algo do tipo.
Mas não tem segurança o suficiente pra ter desejo.
É um olhar de medo.
Ele tá sorrindo pra ela como se tivesse amando tudo oque tá acontecendo.
Eu e o Bruno Henrique nos encaramos e logo voltamos a atenção pro campo.
O juiz apita e o jogo começa.
A bola começa com o Arrascaeta e ele passa pra mim.
Driblo o Yuri e consigo passar a bola pro BH.
Então a bola volta pro Arrasca e ele passa pro Pedro.
O Pedro me procura pelo campo e passa pra mim.
Nem penso só jogo diretamente pro gol e dou uma conferida.
Sim, primeiro gol. Em três minutos do primeiro tempo.
Vou correndo até o torcida do Corinthians me arrasto de joelhos no gramado e faço a minha comemoração.
Como sempre sou muito bem recebido com copos jogados em mim.
Eu abro o meu melhor sorriso e mostro o nome da minha camisa.
Procuro ela com o olhar e quando acho eu faço minha comemoração lentamente. Como sempre.
Procuro o Guedes e ele me encara puto.
O jogo prossegue e o Guedes acaba conseguindo fazer um gol.
Agora é a vez dele de ir na torcida do Flamengo pra provocar.
Mas agora a Ana não está olhando pra ele, está olhando pra mim.
E quando ele percebe isso fecha a cara.
Ele passa por mim e eu saio dali.
Não sei se consigo me controlar, nunca quis tanto quebrar a cara de alguém.
Não demora muito para o primeiro tempo acabar. O Arrascaeta faz mais um gol e até o momento a gente está na frente.
Entro no vestiário e vou mandar mensagem pra Ana.
" duas notícias " " fiz gol pra você " " e a próxima preciso falar pessoalmente "
Ela não responde então volto pro campo pra começar o segundo tempo.
Olho na arquibancada e meu coração acelera quando a vejo com lágrimas nos olhos.
Vejo o Guedes entrar em campo com um sorriso enorme no rosto.
Gabigol: oque esse filho de uma puta fez? - falo pra mim mesmo.
O segundo tempo começa e o Yuri faz mais um gol.
Não acontece muita coisa no segundo tempo, a não ser briga de corpo e faltas.
O jogo acaba em 3 × 3.
Eu fiz mais um gol, e ele também.
Assim que saímos do campo eu corro pro vestiário e não a encontro lá.
Vou perto da arquibancada e não a vejo também.
Quando estou indo pro estacionamento sinto alguém me puxar pela camisa.
Guedes: escuta oque eu estou te falando. Não te quero perto dela.
Gabigol: desde quando você tem direito de me pedir alguma coisa?
Encarei o mesmo e dou uma risadinha pra provocar.
Guedes: ela sempre vai preferir a mim, você é apenas um muleke.
Assim que ouço, viro meu rosto pra trás e viro para ele, dando um soco forte em sua cara e derrubo ele no chão, por cima, vou dando socos por toda a sua cara.
Guedes: eu vou te encher de porrada, seu filho de uma puta.
Ele diz tentando revidar os socos.
Gabigol: o que que você fez com a ana? Fala, porra.
Grito para o mesmo e agarro a camisa dele com força.
Guedes: vc nunca vai descobrir.
Ele ri da minha cara.
Gabigol: ah não?
Dou outro soco na cara do mesmo.
Ele vem pra cima de mim e nós começamos a trocar socos.
Não demora muito e vejo os seguranças e os caras se aproximando, o Jesus estava no meio.
Bruno Henrique, arrascaeta e ayrton Lucas me seguram, os seguranças seguram o Guedes, Jesus fica no meio tentando me segurar.
Jesus: tinha que ser, né? - ele bate palmas em olhar para o Guedes.
Guedes: saudades, sogrinho. - diz tentando se soltar dos seguranças.
Jesus: não estou pra brincadeira.
Ele fica sério e cruza seus braços.
Gabigol: nunca mais chega perto dela, se não eu te mato. - digo bufando e apontando meu dedo em sua cara.
Guedes: vamos ver, machão. - ele ri em um tom de provocação.
Jesus: calem a boca! Você.. sai daqui, vaza, não vou repetir novamente. - diz gritando.
Guedes: vc não é o meu chefe.
Jesus: independente ou não, eu falei pra vc sumir da vida da minha filha, agora some da minha frente!
Ele diz e o Guedes saí andando, mas logo olha pra trás e manda beijo pra mim.
Gabigol: esse cara tá de sacanagem.
Tento me soltar dos caras, mas sou segurado a força.
Bruno Henrique: sossega Gabriel, não vai fazer mais merda.
Ele segura em meus braços.
Arrasca: não dá o que ele quer, ele quer te descontrolar.
Jesus: acabou o show, cada um vão pras suas casas. - Diz batendo palmas para a multidão que estava ali.
Ele sai do estacionamento e os seguranças voltam aos seus lugares.
