Assim que saímos da casa da Rafaella eu encaro meu irmão.
Dhiovanna: oque e porque, Gabriel?
Gabigol: não entendi.
Dhiovanna: quero saber o porque que você voltou pra essa mulher, e oque que tá acontecendo.
Gabigol: é complicado, tem coisas que não tem como explicar.
Ou tem coisas que você NÃO PODE explicar.
Dhiovanna: eu sou sua irmã Gabriel. Você não tá feliz com essa mulher, você não a ama, você não sente nem uma mínima atração por ela. Então, porque?
Gabigol: porque você acha que eu não sinto atração por ela?
Eu o encaro.
Dhiovanna: você não suporta ficar perto dela e nem consegue disfarçar, você não encosta nela, você não tem um toque carinhoso com ela, porra, você nem beija ela.
Gabigol: não sou do tipo carinhoso, você sabe disso.
Dhiovanna: bom, com a Ana você era. Você sempre tava mandando mensagem, sempre queria ficar perto dela. Gabriel, você literalmente só faltava agarrar ela na frente de todo mundo. Isso sim é relação amorosa, é você ver a pessoa e mal suportar não tocar nela.
Ele desvia o olhar e seu corpo fica ainda mais tenso.
Gabigol: bom, as pessoas mudam.
Dou risada.
Dhiovanna: se isso fosse verdade a gente não estaria indo pra casa do Guedes agora.
Ele estaciona o carro.
Gabigol: é aqui?
Dhiovanna: sim.
Ficamos um pouco mais pra frente.
Gabigol: ela veio de carro?
Dhiovanna: ele foi buscar ela.
Gabigol: não tô acreditando que os dois estão juntos, que ela esta perto dele.
Dhiovanna: penso a mesma coisa sobre você e a Rafaella.
Ele suspira fundo.
Gabigol: você não vai parar com isso, né?
Dhiovanna: não, não até você me dar uma desculpa lógica pra ter voltado com ela.
Gabigol: só confia em mim.
Eu o encaro.
Dhiovanna: eu confio em você. Mas me admite que você não quer ficar com a Rafaella, e que tem um motivo que está te obrigando a fazer isso.
Gabigol: eu não quero ficar com a Rafaella, e tem um motivo para eu fazer isso. Mas a Ana não pode saber de nada disso, eu vou dar um jeito, mas vou precisar de ajuda.
Escuto tudo oque eu precisava escutar.
Dhiovanna: eu vou ajudar.
❤
Ana Pinheiro
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Vejo o carro estacionar e eu abro a porta.
Sinto o cheiro de seu perfume e vejo que as coisas não mudou tanto.
Guedes: oi. - ele me abraça desajeitamente.
Ana: oi. - dou um sorriso fraco.
Guedes: como que você tá? - ele da partida.
Ana: bom, eu já estive melhor. Mas já estive pior também, então, estou razoável. E você?
Guedes: bom, eu também estou razoável.
Ele sorri.
O clima esta pesado, tem muito a se dizer.
Guedes: estava boa a festa?
Ana: bom, estava. É surreal o jeito que eu me dou bem com os meninos. Eles já são parte da minha família.
Assim que digo eu me arrependo.
Penso no quanto deve doer escutar isso, porque em três meses eu me dou tão bem com os meninos, já digo até que faz parte da família.
E com os amigos de time dele não era assim, o único que eu realmente gostava e fazia questão. Era o Yuri.
Guedes: fico feliz por você, nunca te vi tão... viva.
Sorrio.
Ana: bom, obrigada. E você, como vai com o time?
Guedes: ha, sempre vai bem. Claro que perdemos muito esse ano - ele ri. - mas os meninos e eu sempre estamos bem um com o outro.
Ana: e o Yuri? Como que ele tá?
Guedes: ele tá bem, tá sendo o maior artilheiro do Corinthians no ano. - ele diz orgulhoso.
Uma curiosidade sobre o Guedes: ele não demonstra amor a quase ninguém, muito menos valoriza realmente uma amizade. Mas o Yuri é a ÚNICA exceção, acho que ele é a única pessoa que o Guedes realmente torce pra ser melhor que ele.
Ana: sinto muita saudade dele.
Guedes: ele também sente sua falta. - ele da uma risada fraca. - lembra quando nos três saia juntos?
Lembro, era os poucos momentos no nosso relacionamento que eu era realmente feliz.
Ana: lembro.
A gente foi o caminho todo falando sobre o passado. E foi bom até.
Agora estou sentada no sofá de sua sala vendo ele pegar suco.
Ele me da um suco natural de morango, e paga um de abacaxi pra ele.
