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Fim do segundo tempo, e se o placar 0 × 0 estressou a mim, imagine a ele.
Assim que todos estão no vestiário, eu espero um pouco e vou lá
Assim que entro vejo o Bruno Henrique segurando um pacote de gelo em cima de seu tornozelo enquanto ele movimenta o pé.
Ana: você se machucou? - abraço ele desajeitamente e o beijo.
Gabigol: imagina amor, isso é coisa de jogo. Já tô pronto pra outro. - ele diz irônico.
Eu comprimento o Bruno Henrique e ele sai nos deixando sozinho.
Ana: posso admitir uma coisa? - digo segurando o saco de gelo em seu tornozelo.
Gabigol: pode.
Ana: achei que ia ser estranho ver você e ele jogando, porque é meu ex e meu " atual ". - ele concorda. - mas quando você se machucou, eu vi que ele não importa mais, que ele não tem relevância em minha minha. Tudo que me importou naquele momento era saber se você estava bem, tudo que eu mais queria era entrar naquele campo e te proteger em meus braços de todo o mal que alguém poderia causar a você. Hoje eu percebi Gabriel, que eu só tenho olhos pra você.
Ele sorri todo bobinho pra mim e seus olhos tem um brilho diferente.
Eu estou apaixonada.
Eu sei, porque o mais perto que eu já senti por alguém foi o amor. E foi depositado em uma pessoa que não merecia nem um por cento de tudo que eu fiz.
Mas isso é paixão, e o melhor de tudo é que tem reciprocidade.
Gabigol: eu percebi que tinha alguma coisa errada rolando comigo, quando o único olhar que eu procurava pela arquibancada era o seu.
Eu seguro seu rosto em minhas mãos e o beijo com cuidado.
Momentos como esse são tão perfeitos que parecem irreais.
Ele parece irreal.
Gabigol: segurei o placar zero a zero e machuquei a perna. - ele faz um mini draminha. - mereço ser cuidado a noite toda.
Eu dou risada e dou um tapinha leve em seu ombro.
Ana: Gabriel, eu aqui sendo fofa e emotiva e você pensando em sexo. - digo revirando o olho.
Gabigol: ninguém manda você ser tão gostosa, a culpa é sua. Eu sou uma vítima.
Ana: falando sério. - eu o encaro. - e meu pai?
Gabigol: ele tá dando entrevista ainda, esses repórter são chatos pra caralho.
Ana: eu sei que são.
Gabigol: oque foi aquilo na arquibancadas mais cedo?
Ana: aquilo oque?
Gabigol: oque a mulher disse de mim?
Ana: ela te chamou de gostoso.
Gabigol: hum. - ele sorri de canto - e você disse que é minha dona?
Ana: não precisei, alguém da própria torcida disse " olha a mulher dele aqui "
Ele sorri satisfeito.
Gabigol: hum, que bom.
Ana: achei que você gostasse de ser elogiado por mulher, jogador.
Gabigol: eu amo ser elogiado pela minha mulher. - ele diz e eu abro um sorriso. - você tá tão gatinha.
Ana: eu tô como sempre.
Gabigol: então, tá perfeita como sempre.
Ele ia me beijar denovo até que meu pai entra ofegante pela porta.
Jesus: Filho! - ele corre até o gabi. - como que você tá? Aquele cretino te machucou?
Gabigol: pai, tá tudo bem. Isso é coisa de jogo, vou vingar meu tornozelo quando eles irem no Maracanã.
Jesus: desculpa pela demora, mas chovia microfone pra todo lado. Consegui despistar alguns, nadei contra a multidão, e cheguei.
Ele e meu pai riem.
Só aí que meu pai nota a minha presença.
Jesus: filha, você tá aqui. - ele me abraça e beija minha testa. - como você tá? Tá tudo bem?
Ana: tá sim, pai. Só queria saber como esse jogador aí tá. - rio. - eu até que gosto dele um pouquinho, sabe?
Jesus: hoje os repórters me perguntaram como que era a sensação da filha namorar o camisa dez do time que você treina.
Gabigol: você respondeu oque? - ele arqueia a sombrancelha.
Jesus: bom, não posso dizer exatamente oque eu disse pra eles, mas eu dei a entender que por mim vocês ja estariam casados e com filhos.
Ana: meu deus, pai. - ela bate a mão na testa. - quero nem abrir o Instagram.
Gabigol: que nada, pai. É bom que eles divulguem que ela é minha mulher mesmo, a torcida vai abraçar o relacionamento e os gados vão parar de dar em cima. Só vejo vantagem.
Estávamos lá rindo e brincando até que a porta se abre e a última pessoa que eu imaginaria ver nesse momento está bem ali.
Guedes: oi, aninha. - ele diz entrando pela porta.
