25 - Mesmo quando não houver motivos.

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Finalmente depois de um mês e alguns dias, voltei a postar (Uhuuuuul), peço desculpa aos velhos leitores e aos novos também... E por falar em novos leitores, espero que estejam gostando da história.

Acordei no dia seguinte e o tempo estava fechado, levantei e tomei um banho quente, desci para cozinha para tomar café. Resolvi não acordar Murilo e o deixei no quarto.
A casa era praticamente toda de vidro, o que facilitava a visão da praia. Enquanto tomava meu café dei uma olhada nas minhas notificações e havia uma smensagem do meu padrinho.

"Passagem comprada, Diego... Fiquei sabendo que você foi viajar, então vou deixá-lá com sua avó. Qualquer coisa me liga!"

Ao terminar de ler a mensagem senti um vento me fazendo sentir como se a temperatura houvesse caído um pouco. Apertei a tecla de bloqueio e larguei o telefone na bancada.
O fantasma de ter que contar pra Murilo sobre minha viagem, estava me atormentando novamente.

- Bom dia, meu amor. - Murilo estava vinha em direção à mim com uma calça de mais moletom e uma camisa fina.
- Bom dia! - Respondi dando lhe um rápido beijo.
- Dormiu bem? - perguntou ele. - Tá com uma carinha.
- Dormi sim. - respondi disfarçando a preocupação. - E você?
- Dormi bem, mas porque você não me acordou pra não ter que ficar sozinho? - perguntou ele do outro lado da bancada mordendo seu pão com queijo.
Até nisso nós éramos iguais, não comíamos presunto.
- Você parecia cansado, não queria acabar com seu descanso.
- Ah sim... Bom, o tempo não está muito bom, né? Vai querer fazer o que? - perguntou ele entusiasmado.
- Tanto faz, o que você decidir está bom. - respondi levantando pra lavar a xícara do meu café.
- Diego, senta aqui. Vem cá! - disse ele olhando pra mim com uma aparência séria.
Segui em direção à cadeira referente onde ele queria que eu me sentasse. Olhei nos olhos dele e suspirei.

- Pronto, senhor "sou sério". Sentado estou. - falei ironicamente.
- Diego, agora estou falando sério. Se tem alguma coisa te incomodando você pode falar. Você está muito estranho ultimamente. Com um ar de preocupação que não está cabendo em você.

- Eu estou bem, sério. - respondi - são só coisas minhas.
- Você quer ir embora? - Perguntou ele.
- Não! Claro que não. O que eu mais quero e preciso agora é de você e desse lugar maravilhoso. - Falei levantando-me da cadeira e indo em direção à ele para dar-lhe um beijo.

- Ok - disse ele retribuindo o beijo. - Já que você não quer falar, eu respeito. Vamos assistir um filme enquanto essa chuva não para?
- Vamos. Uma pena que esteja chuvendo, estava desejado aquela praia lá embaixo. - disse eu observando o vai-e-vem das águas do mar. - Esse lugar fica praticamente sem graça sem sol.
- Concordo - confirmou Murilo enquanto lavava a louça dele. - Mas assim, você disse certo. Aqui fica "praticamente sem graça".
- O que você tem em mente? - perguntei
- Só o mesmo de sempre. - respondeu ele rindo. - Você!
O clima estava frio, mas a pegada de Murilo não e como sempre aquilo me fazia ir à loucura. Quase me fazia esquecer de tudo. Aliás, quase não. Eu não lembrava nem quem eu era quando eu estava com Murilo. O beijo dele fazia um calor se acender em mim de uma maneira indescritível, a forma como a barba dele roçava em meu rosto enquanto nos beijávamos, me fazia quer beijá-lo mais e mais. A forma como os braços dele se encaixavam perfeitamente ao redor da minha cintura, forçando meu corpo sentir cada parte do dele, cada movimento que fazia ao me beijar, fazia eu me sentir cada vez menor perto dele.
Até hoje eu me pergunto o que eu tinha que fazia Murilo gostar de mim, sempre fui magrelo, depois de alguns anos que criei um pouco de massa, porém nada que fizesse muito efeito. Também nunca fui muito atraente, por isso eu sempre dava uma olhada na internet procurando por alguma novidade no mundo da moda masculina que me fizesse pelo menos me sentir um pouco melhor em relação à roupas. Eu era totalmente diferente de Murilo, ao que parece ele sempre foi o típico bebê lindo de propaganda de fraldsas descartáveis, durante a infância parecia ser aquele menino no qual era invejado por todos os seus amiguinhos de escola, por além de lindo, também tinha de tudo e no colegial, era o garoto que todas as garotas queriam como príncipe em suas festas de 15 anos... E agora, está aqui comigo. Não que eu estivesse reclamando, mas parecia um sonho. Eu não merecia uma pessoa tão "perfeita" pra mim, no qual eu me sentia pior ainda, por não contá-la sobre a viagem de última hora que eu nem sabia quanto tempo duraria.

Em Comum.Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin