14 - Fim

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Levantei, limpei o rosto e tentei agir de forma mais normal possível. Estava chateado, mas não queria perder a cabeça, agir de modo precipitado e acabar fazendo algo que eu fosse me arrepender.

Achei o que o Murilo fez errado, mas queria usar isso contra ele no momento certo.

- Amor? - disse ele acordando de seu sono.

- Oi. - respondi

- Achei que você já tinha ido embora sem se despedir.

- Eu não faria isso. Relaxa! - falei dando lhe um beijo - Me leva pra casa?

- Aaah mais já? Não quero que você vá.

- Acontece que já está tarde. Não avisei que viria pra cá. - falei

- Dorme aqui. Liga pra sua casa e avisa.

- Hoje não dá. Eu queria, mas não dá.

- Ok! Espera eu colocar a roupa.

Ele pegou umas peças de roupa e caminhou até o banheiro deixando a porta aberta.

- Deixarei a porta aberta, caso você queira entrar. - Disse ele rindo

Ele tomou banho, colocou a roupa e entramos no carro. O caminho da casa do Murilo pra minha era meio longo e seria um momento certo pra conversarmos, porém travei e só fiquei observando o caminho de volta. Apenas pensando em tudo e não pensando em nada. Eu tinha muita facilidade em me perder em meio aos meus pensamentos.

- Diego, aconteceu? Alguma coisa?

- Não, por que? - Respondi

- Sei lá, você está meio estranho desde que acordamos. Como se algo estivesse te incomodando.

- Coisa da sua cabeça. - respondi forçando o riso.

- Coisa da minha cabeça? Cara, tem dez minutos que estamos no carro e você não mexeu no celular nem pra ver a hora.

- Tem horas no console do carro. Ali, são 22:20.

- Você nunca vê a hora aqui. Vai me fala... O que aconteceu?

- Ai, se eu mexo no celular você reclama, se eu não mexo reclama também. - respondi irritado

- Viu? Mas tudo bem. Você não quer falar? Ok!

Cinco minutos de silêncio reinaram dentro do carro depois daquilo que nem eu mesmo sabia como definir.

- Murilo?

- Que é?

- Me desculpe... Eu... Deixa.

- Você?

- Murilo, você me ama ainda?

- Eu já não sei mais o que fazer pra demonstrar isso pra você, mas está difícil. - disse ele suspirando.

- Difícil ao ponto de desistir de mim? - Perguntei

- Não, jamais. Mas porque isso agora?

- Não sei. Eu prometo que eu tentei sabe? Eu tentei não me apegar à você, mas não consegui. Quando vi já estava apaixonado por você. Não quero perder você, nosso relacionamento é lindo e eu te amo.

Ele parou o carro e ficou me fitando com os olhos sem entender nada.

- Primeiro, o que aconteceu?

- Nada estou inseguro. - respondi prendendo o choro.

- Inseguro por quê?

- Porque te amo.

- É a primeira vez que você me diz isso.

- Estou confuso, Diego. Acho melhor darmos uma pausa no nosso relacionamento. Pelo menos até eu pôr minha cabeça no lugar.

- Não cara, eu não aceito. Você não pode fazer isso comigo. Foi alguma coisa que eu fiz? Me diz por favor.

- Não, foi como eu te falei. Eu estou confuso. Por favor! - respondi

Ele retornou à dirigir, já estava quase chegando em minha casa. Quando chegamos no portão da minha casa ele estacionou e ficou me olhando por uns minutos. Eu por minha vez tentava não chorar e me conter.

- Amor, se foi algo que eu fiz, me desculpe. Por favor! Eu realmente não sei o que aconteceu. Mas por favor, não me troque por uma outra pessoa. - pediu ele

- Nossa, tem certeza que eu que irei te trocar? Me desculpe, mas há algo de errado aí. Enfim, vou entrar. Obrigado por me trazer e fique bem.

- Diego, cara por favor... Você é a única pessoa que consegue fazer com que eu me controle. Eu não estou conseguindo mais aguentar toda essa pressão e o que eu fiz?

- Murilo, eu já disse que a culpa não foi sua. Eu simplesmente preciso organizar minha mnte. Eu gosto muito de você e é exatamente por isso que eu não quero te machucar.

- Isso está muito estranho.

- Bom, estranho ou não, tá decidido. - falei dando o assunto por encerrado - Estou indo... Tchau!

Fui saindo do carro quando Murilo me segurou pelo braço fazendo-me voltar pra dentro do carro.

- Diego você não pode ir embora sem isso. - disse Murilo.

- Isso o que? - Perguntei não entendendo.

E mais uma vez ele me surpreendeu me roubando um beijo no qual eu estava evitando, mas não sabia como. Ele sempre me fazia enlouquecer quando me envolvia em seus braços fazendo minha mente ir à todos os lugares mais prazerosos do mundo, sem que eu saísse de seus braços. Ele era incrível, porém havia cometido um erro e bem grande.

Quando ele me soltou (não soltando totalmente), me encarava com aqueles belos olhos castanhos que me fizeram perguntar se eu estava fazendo a coisa certa, nas eu sabia que deveria fazer.

- Diego, por favor! Não faz isso. Eu te amo.

Sai do carro, fechei a porta e suspirei.

- Tchau Murilo.

Em Comum.Où les histoires vivent. Découvrez maintenant