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Passei a volta pra casa pensando nas palavras de Fred. Por mais que fossem pra me atingir, ele tinha razão. Mas será mesmo que Murilo tinha algum sentimento por ele além da raiva?

- Chegamos. - disse Murilo despertando-me do transe - Tá tudo bem?
- Tá sim, tô só um pouco cansado. - falei fazendo esforço para algo que parecesse um sorriso - Vou tentar descansar o máximo que conseguir pra poder chegar em São Paulo o menos cansado possível, ainda mais que vou voltar com o carro. Assim que eu chegar lá, vou ter que ir direto pro trabalho.

- Não quero que você vá embora. - disse Murilo pousando sua mão em minha coxa - Vou sentir saudades de você.
- Awwn, bebê. Eu também vou. - respondi puxando-o pra um beijo. Nos despedimos depois de várias tentativas de Murilo me fazer desistir da ideia de viajar com o carro e eu entrei. Fui pro quarto terminar de arrumar a minha mala.
Ao terminar de arrumar a mala, liguei para Luciano que até então não havia dado noticias de vida.

- Alô?
- Sou eu Luciano. - falei assim que ele atendeu - Como estão as coisas aí?
- Bom, depois de algumas poucas horas de discussão, eu tô vivo. - respondeu ele
- Mas as coisas estão bem mesmo? - Perguntei mesmo sabendo a resposta devido ao seu tom de voz. - Vamos voltar pra São Paulo?
- Acho que não vou mais, Di. - respondeu ele fungando - Meu pai tá encrencando, minha mãe está puta comigo e eu também não quero ficar atrapalhando sua vida.
- Ai pelo amor de Deus Luciano, você não está dando essa desculpa de "atrapalhar sua vida" pra cima de mim não, está? - falei - Cara, o apê é grande, e eu não ligo de ter você comigo. Você pode trabalhar na boate do seu primo lá. Ele não tem uma lá também? Conversa com ele e cai dentro. Mas não dá mais pra você fiar ouvindo reclamação do seu coroa e ficar se sentindo mal por isso.
- Você tem razão, - respondeu ele - mas então vou esperar a poeira abaixar um pouco.
- Ok então - falei - caso mude de ideia, você sabe onde me encontrar.

Desliguei o telefone e deitei na cama, procurei meus fones de ouvido embaixo do travesseiro e coloquei a primeira música que tocou no volume máximo. Não demorou muito e logo estava eu novamente pensando nas coisas que Fred me disse. Sacudi a cabeça tentando afastar os pensamentos sdos acontecimentos daquela tarde e virei, logo dormi.

Despertei assustado com o telefone tocando. Era Murilo. Desconectei o fone e atendi.

- Alô? - respondi meio sonolento.
- Já está saindo de casa? - perguntou ele
- Acabei de acordar. Acordei assustado com o telefone tocando. - Tirei o telefone da orelha e verifiquei a hora. - Mas porquê?
- Vim lhe pedir mais uma vez pra não ir de carro. É perigoso. - falou ele.
- Mas já viu a hora? É impossível conseguir uma passagem de avião essa hora.
- Faz o seguinte, entra no site agora e compra no meu cartão se estiver muito caro. Eute envio as fotos com os dados do cartão. - falou ele. - E eu levo seu carro no final da semana pra você.
- Porra, você é muito chato quando quer. Hein? - falei rindo - A questão nem é dinheiro, mas se ei vou conseguir a passagem. Enfim, vou tentar comprar.
- Que bom que consegui te convencer. - falou ele
- Não é muito difícil me convencer de algo às 4:15 da manhã. - respondi
- Vou te mandar as fotos do cartão agora. Boa viagem e te amo muito.
- Te amo também, chato.

Por fim consegui comprar a passagem de avião que iria sair em três horas.
Tomei banho, me arrumei, tomei café, acordei minha avó pra me despedir e parti para o aeroporto.

Uma hora depois, Murilo me manda uma mensagem dizendo que havia acontecido um acidente na estrada. Rio - São Paulo. A mesma que eu pegaria se viesse de carro.

Em Comum.Où les histoires vivent. Découvrez maintenant