27 - Tá regredindo?

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- Migs, pelo amor de Deus. Tá regredindo aos 16 anos? Pintando o cabelo de azul? - disse Luciano se jogando no sofá.
- Ihhhh, a pessoa chega já me arrasando? Que coisa horrorosa. - Respondi me jogando no outro sofá.
- Mas então, me diga agora o motivo dessa rebeldia toda com seu cabelo? - perguntou Luciano.
- Eu estava nervoso e simplesmente confuso.
- E tem que descontar nesse cabelo maravilhoso que Deus te deu? - Interrompeu Luciano - Isso é tão 2011. Apenas pare! Até porque se seu tio te ver dessa maneira, tu é um menino praticamente sem cabeça.
- Enfim, chega! - disse eu me irritando - E o que você está fazendo aqui e como me encontrou?
- Amigo, um telefonema e uma pesquisada na internet sobre passagens e tudo resolvido. - respondeu Luciano envolvido em seu celular. - Aqui tem wifi? Meu celular está em roaming e eu não quero que meu pai me mate por causa do valor da conta de telefone
- Ainda não, o técnico da operadora vai vir amanhã de manhã pra instalar a televisão, o telefone e internet. - respondi rindo.
A campainha tocou e eu fui atender dizendo ao Luciano que deveria ser a pizza que eu havia pedido.
- Pizza, tudo que eu precisava. - gritou Luciano.
Realmente era o entregador de pizza no qual Luciano fez questão de atender logo que percebeu que ele era gato.
- Nossa, todos os entregadores de São Paulo são gatos como você? Porque no Rio não temos isso. - disse Luciano ao entregador.
- Não sei dizer - respondeu o entregador todo envergonhado.
- Luciano, para de dar em cima do entregador. - disse eu tentando fazer com que Luciano parasse. - Cara, desculpe o meu amigo. Ele é meio atiradinho assim mesmo.
- Relaxa, deu 44,50 tudo. - respondeu o entregador ainda envergonhado.
- Toma aqui e pode ficar com o troco. - falou Luciano entregando o dinheiro junto com um pedaço de papel. - Call me maybe.
- Agora chega, obrigado cara. - disse eu fechando a porta. - Mas gente, chegou no cio, hein?
- Relaxa, quero apenas um pouquinho de diversão. - disse Luciano rindo.

A noite passou voando e Luciano e eu passamos horas conversando. Contei tudo o que já havia acontecido para ele.
- Mas gente, você ficou dois dias longe de mim e já está com a agenda cheia. - disse Luciano.
- Você nem tem noção, ainda tem a admissão de um outro grupo de vendedores que eu tenho que resolver. - respondi bocejando.
- E quando você volta ao Rio? - perguntou ele.
- Acho que em duas semanas. No mínimo, porque eu realmente tenho muita coisa pra resolver. - respondi comendo outro pedaço de pizza.
- Você está resolvendo tudo, mas fugindo do que realmente tem que resolver. - Falou ele despertando e olhando pra mim com uma feição séria.
- Eu fugindo? Do que? - perguntei
- Murilo, seu namorado. - respondeu ele ainda sério.
- Bom Luciano, ele simplesmente sumiu do mapa, não me procurou pra tentar resolver as coisas e eu também não vou procurar ninguém. Eu não sou culpado de nada.
- Sinceramente, vocês dois estão parecendo duas crianças. Ele pode estar estar pensando dessa mesma maneira que você e pelo mesmo motivo não está te procurando. Mostre que você é diferente, que você está certo, que se ele não aceita isso, nada vai mudar e ele vai te perder. Você precisa ligar pra ele e resolver isso logo. - disse Luciano pegando o telefone.
- Deixa pra amanhã, agora está tarde. - respondi.
- Não tem problema, ele está online. Logo está acordado.
- Tem certeza que eu tenho que fazer isso? - perguntei
- Now! - respondeu ele.

Peguei o telefone e disquei o número de Murilo. O toque de que estava chamando tocou duas vezes e logo depois aquele "alô" que me fazia tremer todo só de ouvir.
- Te acordei? - perguntei indo pro quarto e deixando Luciano na sala.
- Não, faz alguns dias que não consigo dormir direito. - respondeu ele - Sinto sono o dia todo e quando deito, simplesmente perco o sono.
- Entendi... Tirando isso, como você está? - perguntei.
- Estou bem, eu acho... E você? Como está sua vida ai em São Paulo? - perguntou ele parecendo triste.
- Estou indo e minha vida aqui está um correria... Mas não foi pra isso que eu liguei e tenho certeza que você sabe disso. - falei sendo direto.
- Eu sei, Di... Como eu queria está com você nesse momento. Eu fui um idiota, me desculpe, sério. Eu tô morrendo de saudades de você, eu não estou conseguindo dormir pensando em você, eu passo o dia pensando em você, imaginando milhões de formas de te pedir desculpas.
- E não usou nenhuma delas para tentar. - disse eu interrompendo-o.
- Eu não sabia como... Você tem razão, eu fui muito infantil agindo daquela maneira. - disse ele
- É, você foi... Maaaaas a culpa não foi só sua. Eu devia ter contado, mas fiquei com medo. Não sei de que, mas fiquei. - disse eu. - Mas há um problema mesmo que a gente resolva isso tudo.
- Qual? - Perguntou ele.
- Eu não sei por quanto tempo ficarei em São Paulo. - disse eu. - E isso dificulta muito nosso relacionamento.
- Você está querendo terminar comigo? - perguntou ele com um tom de tristeza.
- Não, eu não quero terminar com você. - disse eu com um tom sério, prestes a chorar - E se eu tivesse que fazer isso, não seria pelo telefone.
- Então quer dizer que você volta pro ao Rio?
- Talvez, em duas semanas. - respondi.
- Sinto muito a sua falta, dos seus beijos, dos seus carinhos, da forma como você me deixa feliz, só de estar ao meu lado.
- Também sinto sua falta. Você não tem noção. - disse eu ainda sério. - Bom, espero que estejamos resolvidos. Agora vou dormir, pois tenho que acordar cedo.
- Amanhã a gente se fala? - Perguntou ele.
- Claro, se você quiser.
Desliguei o telefone e logo depois veio o choro. Não sabia o motivo de estar chorando, saudades talvez, mas apenas cirei. E de tanto chorar, apaguei na cama.

Então galerinha, saudades das constantes postagens da história? Então, pretendo voltar a postar (sempre digo isso e nunca volto) , maaaaas preciso da ajudinha de vocês. Me incentivem, me dêem ideias, me perturbem, me peçam. Sei ! Apenas mostrem que vocês querem mais. E caso eu suma de novo, vocês podem me encontrar em todas as redes sociais como @Miojodebaunilha. Beijos! ;*

Em Comum.Where stories live. Discover now