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Sempre tive o hobby de tirar fotos. Sejam elas de qualquer coisa que me chame atenção. Peguei minha câmera, arrumei algumas coisas e fui de encontro à Murilo que até agora não me contou onde iríamos.

- Garoto chato, já cheguei. Cadê você?

- Nossa, mas esse apelido pegou mesmo hein? Enfim, já estou chegando, relaxa.

- OK, não demore. Não estou afim de ficar esperando ninguém. - Falei irritado. Odeio esperar.

- Tá ok, Diego. Não saia daí. - Respondeu ele meio que se desculpando.

Esperei pelo Murilo por mais uns 15 minutos. Quando ele chegou, eu já estava bufando de raiva.

- Pronto, senhor irritadinho. Cheguei!

- Quinze anos depois, né? Primeira regra sobre mim: não me deixe esperando. Eu sou ultra pontual, logo faça o mesmo comigo.

- Mas é difícil te agradar. Enfim, me desculpe... Vamos? - Perguntou ele.

- Vamos! - Respondi ainda irritado.

- Meu carro está estacionado ali na frente.

- Teu carro? Você não disse que tinha carro.

- Devo ter esquecido.

Entramos no carro, que por sinal era lindo. Ele ligou o rádio e seguimos caminho pela serra que tinha vontade uma vista linda. Ficamos cerca de meia hora sem trocar uma palavra dentro do carro, apenas ouvindo música.

- Pretende ficar nesse silêncio até quando? Ainda está chateado por eu ter te deixado esperando?

- Não, desculpa. Estava admirando a paisagem. O lugar é lindo. - Respondi.

- Hmm, que esteja gostando. Já estamos chegando.

- Acho que você já pode me dizer onde estamos indo.

- Calma que eu não estou te levando pra nenhum ritual de magia negra onde você será o sacrifício. - disse ele rindo.

- Idiota! Estou falando sério. Onde estamos indo? Pra um lugar que eu amo. Quase não tenho tempo pra vir , mas amo.

- Você não vai me contar mesmo, né? - perguntei.

- Eu já disse que não - respondeu ele, prestando atenção no trânsito.

Ele entrou numa estrada à direita que dava pra uma casa no alto. Ele estacionou em frente a casa, pegou às chaves, saiu do carro e disse:

- Chegamos! - disse ele com um lindo sorriso no rosto.

- E onde nós estamos? - Perguntei.

- Essa é uma das casas de veraneio dos meus pais. Eles costumavam vir pra cá quando eu era mais novo, mas com os anos eles compraram umas outras duas e deixou essa pra lá. Mas essa é minha preferida por ser mais natural.

- Esse lugar é lindo. Entendo o porquê de você gostar mais daqui.

- Vem, vamos entrar e me ajude a levar essas coisas lá pra dentro.

Ele havia comprado algumas coisas pra comermos. A casa era linda, tanto por fora, quanto por dentro. Havia grandes luminárias, tapetes, móveis antigos de madeira e uma piscina imensa nos fundos.

- Quer comer alguma coisa?

- Não, obrigado. Estou encantado, tudo aqui é VV perfeito.

- Eu sabia que ia gostar - disse ele me beijando.

Nosso beijo foi ficando mais quente, ele foi me pondo contra a parede e intensificando cada vez mais nosso beijo. Minha insegurança foi tomando conta de mim, mas resolvi deixar as coisas acontecerem, fui correspondendo aos poucos ao modo como ele ia me agarrando.

- Você me deixa louco - disse ele entre um beijo e outro.

- Você ainda não viu o que posso fazer. - Não devia ter dito isso

- Te dou toda permissão pra me mostrar a hora que você quiser.

- É uma pena se eu dissesse que agora não. - disse eu me esquivando de mais um dos seus intensos beijos.

- Mas porque não?

- Por nada, apenas acho que não é o momento certo.

Notei que ele focou um pouco chateado, mas soube disfarçar.

- Vamos pra piscina ou prefere descer pra praia? - Perguntou ele.

- Vamos ficar aqui mesmo, depois a gente desce.

O dia foi incrível, pulamos na piscina, fomos à praia, vimos o pôr do sol agarradinho, pegamos no sono.

- Diego... Diego, acorda. - disse ele bocejando.

- Ai, sério? Eu não queria ir embora - disse eu despertando.

- Eu também não queria ir embora, mas amanhã é segunda. Infelizmente - disse ele me agarrando.

Os beijos do Murilo eram incríveis, faziam me subir um calor e me fazer perder o controle facilmente. Era quase uma missão impossível resistir aos seus abraços, cada movimento era uma explosão sentimento.

Fomos jantar antes de irmos pra casa em um restaurante italiano, conversamos sobre tudo.

- Vou te levar em casa e nem adianta me contrariar.

- Mas gente, assim vou acabar me apaixonando. - disse eu ajeitando o cinto de segurança.

- Mas é isso que eu quero.

- Você sempre bem direto, né? - perguntei

- Eu gosto de surpreender.

- Tô vendo. Percebi isso desde o começo.

- Então, por eu gostar de surpreender e principalmente por ser direto eu quero dizer que, eu estou gostando de você...

- Vire na próxima esquerda. - informei à ele.

- E com tudo o que anda acontecendo na minha vida, todas as coisas nas quais está sendo um pouco difícil de conseguir aguentar, mas sei lá....

- É aqui! - falei.

- Você está me ouvindo? - perguntou ele meio irritado.

- Estou! Me desculpe.

- Então, mas sei lá... Com você as coisas ficam melhores. Você me faz esquecer todos os meus problemas, as coisas com você se tornam feliz... É inexplicável. O importante é que eu só preciso fazer uma coisa. - ele pegou na minha mão, me beijou e disse. - Diego, eu sei que pode parecer estranho, mas é o que eu quero e quero muito. Você quer namorar comigo?

Um milhão de coisas passou pela minha cabeça, três anos começaram a voltar, eu fui pego de surpresa e a única coisa que saiu da minha boca foi:

- Não! Eu não aceito.

Em Comum.Where stories live. Discover now