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Felix andou até estar muito próximo dele e travou o maxilar.

— Eu não vejo seu pai em você. Eu não chegaria nem a te tocar ou sequer iria conseguir olhar na sua cara se eu visse aquele desgraçado filho da puta em você. Eu precisava te matar antes porque eu queria que ele passasse pelo mesmo que eu, que sentisse a mesma dor. Eu pensei que você fosse parte disso, da máfia, como geralmente é. — Hyunjin notou seus punhos cerrados ao lado do corpo. — Mas quando eu vi suas cicatrizes eu finalmente entendi, você era como eu.

Hyunjin levou a mão lentamente até a lateral do braço alheio e quando viu que ele não iria reagir de forma negativa, rodeou os dedos em seu pulso.

— Você ainda me odeia?

— Você sabe que não. — Disse. Hyunjin procurou algum resquício de mentira ou pouco caso, mas não achou nada além de sinceridade.

— O que nós somos? — Finalmente perguntou o que estava entalado.

— Eu também não sei. — Passou a outra mão no rosto, ainda sendo segurado por Hyunjin.

Hyunjin sorriu pequeno, pois sabia que o que ouviu antes acabou sendo mais importante que qualquer outra coisa. Agora ele sabia que Felix não o olhava com nojo ou desprezo como antes e isso o deixava aliviado, pois não queria ser visto como aquele que acabou com tudo o que ele amava. Aquele monstro que causou um dano tão profundo num garoto a ponto do mesmo querer morrer a cada respiração.

Hyunjin levou a outra mão até a cintura dele e se aproximou até ter seus corpos colados. Felix o encarava com as orbes perdidas, mas quando Hwang levou o rosto para mais perto ele fechou os olhos lentamente e o deixou conduzir como se estivesse entregando sua vida àquilo. Era estranho vê-lo daquela forma e mesmo num momento como aquele Hyunjin precisava reconhecer isso. Lee não era do tipo que se deixava ser dominado ou levado, ele não era vulnerável. Mas neste instante ele estava sendo tudo isso.

Hyunjin o beijou com leveza e ele não tentou ser grosso ou bruto, seus lábios eram como pena no ritmo que Hyunjin determinou. E suas línguas eram macias e lentas, um beijo molhado e vagaroso. Quase não combinava com eles, no entanto parecia tão certo agora. Lee segurou a nuca alheia com delicadeza e tentou aprofundar mais o beijo, como se fosse realmente possível. Era como se seu coração estivesse na boca e Hyunjin sentia isso, era uma mistura prazerosa de sentimentos e tudo se centralizava em sua barriga e ali tinham fogos de artifício.

— Hyun– Jesus! — Ouviram e se afastaram no mesmo instante. Hyunjin arregalou os olhos e passou as costas da mão nos lábios enquanto Felix apenas vestia sua feição de tédio.

— Treinador. — Hwang disse com a voz trêmula.

O homem estava de olhos fechados enquanto apertava o topo do nariz, como se ainda tentasse dissolver o que acabara de ver. Hyunjin apertou a camisa com mais força e começou uma oração — que ele nunca aprendeu — na cabeça, mas que agora fluía como um pedido de socorro a Deus.

Parker pigarreou e finalmente os encarou.

— Que porra é essa? — Foi tudo o que disse. Hyunjin sabia que ele não era o tipo homofóbico e que certamente não iria expulsá-lo do time por isso. Ele nunca disse nada contra Jaehyun e Yuta. Então, talvez a situação não fosse tão precária.

— Senhor, eu...

— Olhem aqui, garotos. Eu precisei separar muitas brigas entre vocês dois, eu quebrei minha cabeça e quase fiquei louco procurando um jeito de fazê-los se darem bem como dois seres civilizados... E agora eu flagro vocês dando uns amassos no vestiário? — Sua indignação era palpável. — Quando isso começou?

THE WEST SIDE WOLVES | HYUNLIXOnde as histórias ganham vida. Descobre agora