Chapter 37 - Castelos e xeque-mate

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A noite envolveu o quarto em um manto de escuridão, enquanto Harry dormia profundamente, envolto em lençóis que não conseguiram protegê-lo do pesadelo que o aguardava. As imagens começaram a se formar em sua mente, uma sucessão de cenas terríveis e familiares que o arrastaram para o abismo de seu próprio medo.

No pesadelo, o cenário se desdobrou diante dos olhos de Harry como um pesadelo sombrio e implacável. Ele se encontrava na varanda de um apartamento alto, a cidade estendendo-se abaixo dele em uma tapeçaria de luzes cintilantes. O vento sibilava ao seu redor, selvagem e voraz, como as vozes de inúmeras almas perdidas sussurrando em uníssono. A sensação de altura era avassaladora, o chão distante como um abismo negro e infinito.

Harry estava encurralado, suas costas pressionadas contra a grade de metal frio da varanda. Seus dedos estavam brancos de tensão, agarrando-se à estrutura com desespero enquanto ele lutava para manter seu equilíbrio precário. O coração batia selvagemente em seu peito, quase sufocando-o com sua intensidade pulsante. Cada batida era um eco ensurdecedor da sua própria vulnerabilidade.

Um sorriso distorcido e cruel se espalhou pelo rosto de Christopher, seu olhar injetado de malícia. Os olhos de Harry se encontraram com aqueles de seu agressor, e ele viu o reflexo de seus medos mais profundos dançando nas pupilas de Christopher.

— Harry, meu querido — a voz de Christopher sibilou, envolvendo-o como uma névoa gélida. — É hora de você voar.

A sensação de desespero tomou conta de Harry, e a simples ideia de deixar a segurança da varanda era quase insuportável. Ele balançou a cabeça freneticamente, os cabelos grudados na testa com suor.

— Não! Você não pode me controlar, não mais. Eu sou mais forte do que você!

Christopher riu, um som tão gélido e sinistro que parecia rasgar o próprio tecido da realidade. Seus olhos brilharam com um prazer doentio.

— Forte? Oh, Harry, você é tão ingênuo. Acha que o seu pequeno romance com Louis é suficiente para salvar você? Você não merece o amor dele, é fraco, patético.

As palavras atingiram Harry como golpes brutais, cortando fundo em sua autoconfiança já abalada. Ele sentiu uma onda de raiva e determinação se misturando ao medo, uma chama ardente queimando dentro dele.

— Louis me ama de verdade, ele nunca me abandonaria. Ele me ajudou a superar meus medos, a enfrentar meus demônios.

Christopher soltou uma risada desdenhosa, o som ecoando como uma cacofonia infernal.

— Oh, Harry, você é um tolo. Louis vai te deixar assim que descobrir quem você realmente é. Um fardo. Um problema. Você nunca vai ser bom o suficiente para ele. Harry, você é descartável!

As palavras de Christopher perfuraram Harry como lâminas afiadas, arrancando dele um grito de frustração e agonia. Ele se agarrou com força à grade, mas sua resistência estava cedendo, suas mãos escorregando lentamente.

O vazio negro o engoliu, a sensação de queda livre envolvendo-o como um pesadelo vivo. O coração de Harry estava em sua garganta, suas mãos agarrando o ar enquanto ele se precipitava em direção ao abismo imensurável. O vento uivava em seus ouvidos, o som uma cacofonia ensurdecedora que ameaçava rasgar sua mente em pedaços.

Ele caiu.

Um grito estrangulado rasgou a escuridão e Harry acordou em um sobressalto, o suor cobrindo sua pele, seus pulmões queimando como se tivesse realmente caído. Ele ofegou, tentando recuperar o fôlego, seu coração ainda martelando descontroladamente em seu peito.

Mas a sensação de terror não desapareceu. Ele olhou em volta, seus olhos selvagens, procurando por qualquer sinal de perigo. E então ele viu, à sombra no canto do quarto, uma figura se materializando lentamente.

Don't Let Me Down || L.SWhere stories live. Discover now