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Jason entrou na mansão com Layla nos braços, gritando por Bruce, o desespero o tomando cada vez mais.

Bruce: o que aconteceu?

Ele apareceu confuso com os gritos, franzindo o cenho ao ver a garota nos braços dele.

Jason: ela foi baleada. Um... Tipo diferente. Não dava pra leva-la pro hospital e-

Bruce: eu entendi, venha.

Bruce o guiou pra uma sala na mansão, uma espécie de enfermaria improvisada. Jason a deitou na maca e observou o adulto se aproximar com um carrinho cheio de coisas, conectando os aparelhos de medição cardíaca e de pressão nela. Ele ia cortar o tecido do vestido, mas Layla segurou sua mão com força, o fazendo olha-la e franzir o cenho com a dor.

Jason: Layla, tá tudo bem.

Ele se aproximou ao perceber, tocando a mão dela e a afastando da do adulto. Bruce cortou o vestido, colocando um pano pra estancar o sangue que ainda escorria dos buracos das balas.

Bruce: ela já devia estar morta.

Jason: pode fazer alguma coisa?

O adulto fez uma pequena careta.

Bruce: não sou médico Jason, não posso tirar as balas.

Layla: eu faço.

Eles a olharam, Jason afastando os cabelos ruivos do rosto dela, acabando por mancha-lo com o sangue.

Jason: tem certeza?

Ela fechou os olhos com força antes de voltar a abri-los, estava com muita dor, mal conseguia manter os olhos abertos.

Layla: assim que eu tirar... O veneno vai espalhar mais rápido.

Bruce: veneno?

Jason: e o que fazemos depois?

Ela apoiou um cotovelo na mesa, tirando o pano de sua barriga e vendo os cinco furos, todos próximos de mais.

Layla: nada eu acho... Lembra das seringas?

Ele concordou, se lembrando do momento em que ela fincou a seringa em si mesma.

Layla: se funcionar, eu vou melhorar...

Jason: e se não funcionar?

Ela sorriu fraco e ergueu a mão sobre a barriga, respirando fundo antes de começar. Um grunhido longo de dor saiu de sua garganta enquanto as balas eram puxadas pra fora, rasgando um caminho de saída. Assim que a última saiu, sua mão caiu e ela perdeu a consciência novamente, caindo na maca. Sua pressão começou a cair e o aparelho conectado a si começou a fazer o barulho que fez Jason entrar em completo desespero.

Jason: não. Não, não, não. Layla! Layla, por favor! Faz alguma coisa!!

Ver o desespero de Jason fez Bruce se sentir horrível. Se sentia horrível só de saber que ela teve que lidar com aquilo sozinha, que Jason chegou tarde de mais, e que ele nem sequer ficou sabendo do que acontecia. Ele era o Batman, era responsável por aquilo e a culpa o perseguiria eternamente.

Jason: por favor.

Ele tocou seu rosto, sentindo a temperatura fria e então o barulho que fez Jason desabar completamente, as lágrimas que ele tanto segurou descendo por seu rosto. Aquele pi longo e agonizante.

Bruce: sinto muito Jason.

Ele tocou o ombro dele em uma tentativa de conforto, logo saindo da sala, sabendo que Jason precisava ficar sozinho pra processar aquilo. Era o jeito dele, a evitação e exclusão, pra poder surtar em paz até se acalmar e poder raciocinar. E ele estava certo.

A primeira coisa que Jason fez depois que ouviu a porta fechar foi gritar, jogando o carrinho de coisas no chão. Passou as mãos pelo cabelo, o puxando pra trás. O cheiro do sangue o deixava tonto.

Ele foi até a pia e lavou as mãos e braços, esfregando a pele até ficar vermelha. O sangue sendo lavado junto do suor.

Jason: não era pra ser assim.

Ele voltou pro lado dela, limpando o sangue de seu rosto com um pano molhado, as lágrimas ainda escorrendo por seu rosto.

Jason: eu sinto muito...

Ele não estava lá. Ele não estava lá quando ela se vestiu linda daquele jeito. Não estava lá quando ela pegou o diploma. Não estava lá quando os homens chegaram. Nem mesmo pode dar feliz aniversário pra ela, porque esqueceu completamente dele. Porque estava ocupado com as coisas de Robin, as coisas de Dick, ao qual ele não deveria ter se metido.

E agora ela estava alí. Morta. E ele não podia fazer nada.

Pensou em ir ao apartamento dela e pegar as outras seringas. Talvez se aplicasse nela, ela melhoraria. Mas desistiu em seguida. Não sabia o que mais podia acontecer. Elliot parecia bem preocupado com a seringa, então deveria ser algo perigoso. Layla sentiu dor depois da aplicação, talvez fosse piorar.

Estava completamente perdido.

E odiava isso.




Fazia dois dias que Layla tinha morrido. Mesmo assim, Jason se recusava a mandar seu corpo pra polícia ou qualquer lugar. Mesmo que Bruce tivesse tentado convencê-lo de todas as formas possíveis. Jason ainda acreditava que podia ter uma chance.

Layla não estava se decompondo, deveria significar alguma coisa. Tinha que significar.

Jason trocou ela, a vestindo com roupas comuns, além de trocar os curativos a cada dose horas. Não dormia direito, mal comia. Passava o dia inteiro naquela sala, esperando por um milagre.

Até que aconteceu.

O aparelho cardíaco captou um batimento fraco e fez barulho. Jason levantou tão rápido do chão que quase caiu de volta, parou ao lado da maca e tocou o rosto dela, o sentindo minimamente mais quente.

Ele passou horas olhando fixamente pra ela, esperando por qualquer sinal. Quando finalmente dormiu, acordou assustado pelo barulho do aparelho apitando sem parar. Os batimentos dela estavam em uma frequência inumana. Quando ele tocou sua pele, teve que afastar a mão por causa da alta temperatura. Assustador.

E então ela abriu os olhos, completamente vermelhos. Aos poucos seus batimentos diminuíram até o ritmo normal e seus olhos ficaram normais.

Jason: amor?

Ela o olhou, demorando pra reconhece-lo graças a sua visão toda desfocada.

Jason: o que tá sentindo?

Layla: você...

Ele franziu o cenho em confusão, logo se lembrando que ela tinha poderes.

Layla: bem aqui...

Ela ergueu a mão e tocou o peito dele, bem em cima do coração, sentindo as batidas rápidas.

Jason: você tá bem?

Layla: vou melhorar...

Ele hesitou antes de tocar sua mão, a segurando contra o peito e depois a beijando.

Jason: achei que tinha te perdido...

Confessou em um sussurro contra sua mão.

Layla: nunca vai... Me perder...

Jason: promete?

Ela sorriu e concordou.

Layla: não vai se... Livrar de mim...

Jason: ainda bem.















[Não revisado]

Meu dia foi horrível mas não podia deixar de postar, mesmo que fora do horário que costumo.

Jason surtando com a idéia de perder a Lay, cof cof dependência emocional cof.

O ato 2 vai demorar um pouco pra sair, quem me acompanha sabe como funciona.





RED, Jason Todd - NVOnde as histórias ganham vida. Descobre agora