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— Layla Marshall. Estava ansioso pra te conhecer.

A garota permaneceu parada na porta da sala, o homem se virou pra ela, mais sério do que ela esperava.

— chá? — Lex Luthor ofereceu e ela arqueou a sombrancelha, o tirando uma risada soprada. — se sente ofendida com chá?

— só acho ridículo acharem que todo inglês gosta de chá.

Ele deu de ombros e voltou a ficar de costas pra ela, servindo uma segunda taça de vinho.

— você é igual a sua mãe — ele disse.

— obrigada.

Ele a estendeu a taça de vinho e ela hesitou antes de pegar.

— Vanessa que te mandou?

Ela concordou e bebericou o vinho tinto, o gosto do álcool se espalhando por sua língua e garganta como um veneno.

— ela te disse o por quê?

— você fundou a Cadmus — ela disse e ele concordou, encostando na mesa e bebendo o vinho.

— precisamos de uma amostra do seu sangue.

— achei que ainda tivessem — ela bebericou o vinho e ele suspirou.

— já se passaram anos, a fórmula antiga não faz mais tanto efeito, então estão refazendo a fórmula.

Ela concordou.

— antes eu quero saber de tudo.

— está tudo no contrato — apontou pra pasta na mesa e a garota se aproximou, pegando a pasta de papéis. — mas te falarei o que quer.

Ela o olhou confusa.

— Ward será solto e seu irmão terá tratamento psiquiátrico.

— estão mesmo desesperados — constatou e ele soprou uma risada, a estendendo a caneta.

— apenas garantindo sua resposta.

Ela hesitou mas pegou a caneta, assinando onde precisava.

— não é só isso — ele disse e ela viu a marca de sangue na assinatura abaixo.

Ela suspirou e furou seu dedo com a ponta da caneta tinteiro, pressionando o dedo com o sangue em cima da sua assinatura.

— o contrato é uma mera formalidade, a Colméia é bem mais rígida que nós — ele disse.

— rígida é outra palavra pra desumana?

Ele deu um sorrisinho e ela sorriu.

— foi um prazer conhece-la, Layla.

Ela acenou com a cabeça e ele apontou pra saída, ela saiu da sala e logo do prédio. Viu Vinice encostado no carro e foi pro lado oposto, tinha uma última coisa que precisava fazer em Detroit. Ela fez o caminho que se lembrava e parou na frente da casa. Ficou minutos parada alí, em conflito, até que cedeu e apertou a campainha. Assim que a porta abriu ela sentiu o coração disparar.

— oi vovó.

— querida — a senhora a abraçou e ela sorriu, a abraçando de volta e apoiando a cabeça em seu ombro. Aquele contato afetivo familiar que sentia falta. — venha querida, entre, acabei de terminar o almoço.

Ela entrou na casa e a senhora a guiou até a pequena cozinha.

— vou ligar pro seu pai.

— não. Não precisa — ela impediu a senhora de ir até o telefone, segurando suas mãos enrugadas e as acariciando. — eu posso vê-lo depois. Vamos comer.

RED, Jason Todd - NVWhere stories live. Discover now