018

220 27 1
                                    

O cheiro de tinta dentro do banheiro incomodava Layla, mas não tinha escolha no momento. Ela queimou o lixo com suas roupas antigas e as embalagens da tinta, esperando mais alguns minutos e se inclinando sobre a pia, lavando seus cabelos. Quando terminou, ela esfregou uma toalha nos fios, penteando com os dedos e jogando a toalha no fogo.

Pegou sua bolsa no chão e colocou os óculos escuros, saindo do banheiro e andando pelo ponto rodoviário. Com a passagem e o documento em mãos, ela entrou no segundo ônibus, com destino a Traverse City. Foram horas de viagem, a qual ela usou pra pesquisar sobre o endereço que Catarina a mandou. Uma delegacia. Por que não a surpreendia?

Seu celular vibrou e ela o pegou, vendo várias mensagens de Gar e Rachel. Os dois já estavam enlouquecendo por causa de Jason. Layla sabia que uma hora ele pararia. Esperava que não demorasse.

Ela desceu assim que o ônibus parou, pegando sua bolsa e fazendo o caminho tão conhecido por si. Chegou na casa em alguns minutos e colocou o olho no leitor de íris da porta, logo entrando quando a porta abriu. A casa tava bem bagunçada, não a surpreendia muito. Deixou sua bolsa em um dos quartos e organizou a casa, não suportava aquela bagunça.

— espero que seja Catarina — ela murmurou enquanto ia até a porta, depois de ouvir a campainha. Infelizmente não era Catarina atrás da porta quando a abriu. — posso ajudar?

O homem ergueu um distintivo e ela identificou ele como um policial federal. Ótimo.

— policial Rogers. Que relação tem com os donos da casa?

— Daniel é meu irmão, Catarina é amiga da nossa mãe — Ela cruzou os braços e ele concordou.

— devia ter imaginado. Vocês tem o mesmo olhar — ele guardou o distintivo e suspirou. — seu irmão tá preso, sabe disso não é?

— Catarina me disse, por isso tô aqui.

Ele concordou e cruzou os braços.

— preciso que compareça a delegacia.

— vou amanhã — ela disse e ele concordou. — procure por mim e te levarei até seu irmão senhorita Marshall. — ele foi até a viatura e saiu dali.

Layla notou algumas pessoas na rua olhando pra ela. Tinham ligado pra polícia por verem alguém na casa, obviamente. Fofoqueiros.

Ela voltou pra dentro e bateu a porta, respirando fundo e indo pro quarto do irmão. Abriu a gaveta secreta, todos precisavam daquela, a polícia nunca encontrava. Várias seringas e pinos vazios nela. Layla soprou uma risada e pegou um papel que estava junto.

— você tá morto — sussurrou ao ler o nome ao lado do número de telefone.

Na manhã seguinte ela tomou café e foi até a delegacia.

— relação com o preso? — a moça da recepção perguntou.

— irmã. Já fiz a ficha dela, Laura — Alexandre se aproximou. — Senhorita Marshall, por aqui.

Layla seguiu o homem e ele a levou até um escritório, Layla se sentou e ele a entregou uma prancheta com várias folhas.

— ele tá sendo acusado de homicídio, dois adolescentes, reconhece eles?

Ela olhou pras fotos das vítimas. Ariana e Josh.

— não.

— tem certeza?

Ela concordou e passou pra outra folha, vendo as fotos dos cadáveres. Muitos cortes, muito sangue, hematomas de asfixia.

— não venho a essa cidade desde os doze anos — ela disse e passou pras próximas folhas, a biópsia.

RED, Jason Todd - NVWhere stories live. Discover now