Quero ver o que tem No Escuro- LIVRO 1 Saga Luz e Escuridão

Capítulo 11

Devon

Levanto um celular descartável e acendo meu cigarro, a voz conhecida por mim atende, eu sei bem quem ele é, mas ele não faz idéia de quem eu seja, e vai continuar assim, ele manda entregar onde indico e alguém indicado por mim as pega

xxx- alô! – Sorrio de lado entrando em carro jogando longe o cigarro

Dev- olá Kerin, a quanto tempo não? – ele gargalha

Ker- pois eu fico alegre que tenha me ligado, meus bolsos se agitam com sua voz monstruosa – sorrio com seu comentário idiota – achei que não me ligaria nunca mais querido Devill, seu nome é pronunciado com medo e pior ainda como o carrasco da máfia, e agora como o cara que teve a coragem de ir contra a família e contra o sheik chefe da máfia terrorista mais poderosa do mundo, achei que jamais apareceria, mas vejo que sua coragem e sua força são bem maiores e mais suicidas que imaginei – sorrio de lado pelo desafio que me foi lançado, este merdinha acha que vai me por medo e cobrar mais caro, está bem enganado

Dev- e eu vejo que não tem medo de morrer da pior forma e ainda ter que passar a eternidade sendo esfolado por mim no inferno não? – ele engole ar e o prende, lembrando de quem sou e sabendo que o boato de que sou servo de Lúcifer o deve ter batido a mente

Ker- Bem Devill, sei que não me ligou apenas para conversar, quantas e quais quer? – ele sabe bem como se livrar, verme!

Dev- as mesmas de sempre só que o quíntuplo de munição para cada- ele sorri

Ker- se preparando para a guerra mesmo, lhe desejo sorte, todos estão a sua procura inclusive, o exército americano, Devill, espero que valha mesmo a pena – eu desligo assim que ele diz isso, mando o endereço por mensagem, este infeliz tem razão, estou mesmo ferrado, quanto tempo até me encontrarem? Não só por mim, mas se o porco por as mãos nela, sua vida será de nojo e repugnância, não quero que ela sinta o mesmo que eu, nunca.

Pego um drogado qualquer que queira grana fácil e mando ir pegar minha mercadoria, assim ele faz, quando ele me entrega lhe dou a grana e um tiro na cabeça sempre apenas paguei, mas agora não posso me dar ao luxo de deixar testemunhas, terei de mudar minha aparência ou terei problemas logo, vou deixar meu cabelo crescer e a barba também, assim cobre um pouco minhas tatuagens, vou ter que sair menos, posso acabar chamando muita atenção, ainda mais em uma cidade pequena um cara como eu com cara de mau e cheio da tatuagens e com um carro importado não é nada comum, preciso de um carro simples também, saio e providencio isso, deixo o meu em uma garagem na saída da cidade, pego o esportivo simples e igual a quase todos aqui, passo tudo para ele e sumo de vista, não tão rápido como o outro, mas terei de me acostumar, preciso também encontrar um esconderijo em outro país, caso este seja descoberto, preciso de uma rota de fuga, vou fazer isso assim que chegar em casa, solto uma lufada de ar, a chegar me trás uma felicidade que eu nunca mais havia sentido.

Faço o mesmo trajeto de sempre e assim que entro não escuto nada, sei que é tarde, mas será que ela dorme? Fugir é impossível então, saio dali e vou reto a sala, nada, entro no quarto e escuto barulho de chuveiro, ela está no banho, largo tudo que comprei pra ela em cima da cama e volto a sala, encho meu copo com meu precioso liquido dourado e acendo meu cigarro, pego papéis e começo a trabalhar na minha rota de fuga e escolher nomes e países para providenciar vistos, identidades falsas, tudo que precisa para se sumir no mapa, estou concentrado a um bom tempo que nem percebo ela entrar na sala e então apenas sinto braços quentes envolverem meu pescoço e sua voz entrar nos meus ouvidos como brasa quente

Mel- obrigada, titio! = me viro e recebo um estalo em minha bochecha quase em minha boca – ops! Quase dei selinho – ela sorri baixinho e eu fico sem saber como agir, como ela pode agir assim comigo? Eu sou um monstro, a machuquei, matei seus pais e odeio que me toquem, mas ela apenas sente gratidão e me toca como se fosse a coisa mais comum do mundo