Capítulo 28

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Melissa

Depois que eu amarrei ele, me senti ruim, pobrezinho, mas sei que é preciso, fiquei ali com ele até que dormi, acordei com ele se balançando todo, de novo aqueles tremores e sangue já escorria do nariz dele, ele balbuciava coisas que não entendo, a voz dele já é assustadora, mas agora estava pior, eu estou com medo, comecei a chorar e chamar por ele, que jorrava pelo nariz e ouvidos e sua boca sorria e cuspia sangue

Mel- Devoooon! Por favor volte? Eu preciso de você – eu tentava segurar seu rosto, mas ele começou a tremer mais e se debater, as correntes estavam cravando e rasgando a pele dos braços e dos pés, comecei a chorar e gritar para ele parar, mas nada só piorava, e logo quando achei que ele fosse morrer ele parou, ficou mole, corri para perto e toquei seu rosto, sua barriga e seus desenhos que tanto amo estavam banhados em seu próprio sangue, assim como sua calça azul do tecido macio que ele tanto gosta, seus pés descalços dava para ver o osso do tornozelos, assim como os pulsos, mas o sangue cessou, toquei seu rosto que estava pendurado como se estivesse morto, meu coração parou por um instante, até tocar seu peito e sentir seu coração e logo sua respiração calma, mas ele não se movia ou respondeu a mim, mas estava vivo, fiquei ali sentada de frente para ele por horas e ele não se moveu, quando percebi já estava escuro eram sete horas da noite, fui tomar um banho, coloquei uma camisola e ele continuava da mesma forma, fui até a cozinha fiz sanduiches e suco, coloquei na frente dele e tentei chama-lo, mas nada, ele estava imóvel, verifiquei sua respiração e estava normal, mas por que ele não se movia? Deve ter ficado cansado de tanto se debater, voltei a cozinha lavei tudo e voltei ao quarto, liguei a tv e fiquei ali olhando, mas sem deixar de olha-lo por um minuto, mas logo o sono me tomou.

Acho que dormi algumas horas, pois acordei com um tilintar de correntes, sentei rápido na cama, olhei para ele e nada, estava da mesma forma, respirei fundo e levantei, eu não sei como, mas senti uma corrente fria e quente ao mesmo tempo passar pela minha espinha e me arrepiar inteira como se me tocasse apenas com o vento e de repente meu estomago ficou como se estivesse cheio de borboletas e minhas pernas bambas, meu coração disparado, mesmo tremendo eu fui até ele em passos lentos, me abaixei em sua frente, afastei seus cabelos e notei que suas feridas fecharam, apenas o sangue restou, falei com ele

Mel- Devon! Está bem? Já está acordado? – assim que terminei de falar lágrimas escaparam de meus olhos e o olhar macabro me encarou eu soltei um grito e cai para trás

Dev- Olá querida! Enfim sós! – comecei a andar de costas me arrastando no chão, não pode ser, mas respirei fundo, ele está preso, não vai chegar até mim, só preciso ser forte e não ter medo, Devon me ensinou isso, ele não vai me fazer mal, ele não vai deixar-

Mel- vá embora! Devon não vai deixar você me tocar, saia dele e o deixe em paz! – ele gargalhou, e logo me encarou

Dev- eu sou melhor que aquele moleque, apenas me ajude a sair daqui querida, prometo que vais gostar! –

Mel- Nunca! Seu maldito, nunca! – sai correndo do quarto e tranquei a porta por fora, eu estava tremendo de medo, ele começou a gritar e tentar se soltar, eu sentia e ouvia o barulho incessante das correntes, cai sentada no chão e chorando, acho que adormeci ouvindo as palavras estranhas que ele dizia, acho que era chinês, pois eu não sei o que eram aquelas palavras, então acordei assustada, nem sei que horas são, meu celular ficou lá dentro, e está tudo silêncio, sinto uma calafrio, eu preciso entrar, seja forte Melissa, seja forte! Levantei e comecei a destrancar a porta, devagar, e assim que a chave rodou a última vez engoli em seco, girei a maçaneta e senti o ar pesado daquele quarto, entrei e tudo estava silencioso, ele deve ter dormido, olhei para a parede e ele estava lá, de cabeça pendurada como antes, respirei aliviada, mas logo lembrei que ele poderia estar morto, corri até lá e não senti sua respiração, logo ele ergueu a cabeça, era Devon, os olhos estavam normais- você acordou! – abracei ele, logo senti ele chorar- o que foi?

Quero ver o que tem No Escuro- LIVRO 1 Saga Luz e EscuridãoDove le storie prendono vita. Scoprilo ora