Pena

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Eu posso lançar um feitiço
E você contará seus segredos.
-Whitney Houston

-Whitney Houston

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Nossa... fazia tempo que eu não me divertia assim, pela adrenalina nem senti os tiros direito e a cara de James melhora tudo, é um misto de admiração e surpresa, eu perguntei se ele tinha gostado do meu show mas ele permaneceu quieto.

-Me dá isso aqui – e peguei o kit de primeiros socorros das mãos dele, me sentei no chão e abri a caixa de tamanho médio e a primeira coisa que eu fiz foi pegar a tesoura e cortar as mangas compridas da farda, depois disso eu joguei soro fisiológico para ver o estrago e uma das balas atravessou e a outra ainda estava no meu braço.

-Ótimo – eu resmunguei baixo e James ainda estava encostado no batente da porta me olhando em silêncio.

Após lavar bem os machucados com o soro eu peguei uma luva estéril e coloque na minha mão livre, peguei a pinça para retirar a bala que estava alojada, eu grunhi de dor, eu não conseguia tirar, pois o tiro foi perto do cotovelo e eu não tinha visão.

-Deixa eu te ajudar- James se aproximou e ficou de cócoras pegando a pinça da minha mão e enquanto ele retirava a bala do meu braço eu gemia e grunhia.

-Tirei... e agora o que eu faço? – ele perguntou me encarando sem expressão nenhuma.

-Como assim? - eu fique confusa, ele ia mesmo me ajudar?

-Como que eu faço uma sutura Elena- eu expliquei pra ele e depois de aprender ele resmungava – Passa, vira , pinça...nó.- enquanto fazia uma careta estranha e mordia a ponta da língua, eu não pude perder a oportunidade.

-Cala a boca, para de resmungar e só sutura essa merda – eu disse rindo, ele me encarou com uma sobrancelha erguida como se não tivesse entendido, mas logo a expressão se suavizou e ele entendeu.

-Agora eu entendi o porquê você resmungava... ajuda a não se perder- ele deu um leve sorriso. Ele finalizou as duas suturas em silencio.

-Pronto – ele riu e disse – Saca só Karen, ficou muito bom... mas também, fui eu que fiz- ele disse tentando imitar minha voz e riu mais.

-Nossa tenente, não sabia que eu iria ficar na sua mente – eu disse divertida, mesmo sabendo que eu que lembrei da situação da enfermaria e que ele que ficou na minha mente primeiro... mas ninguém manda ser gostoso assim.

-Acho que é o contrário , quem lembrou da cena da enfermaria foi você mocinha – ele dizia com um sorriso cafajeste nos lábios e se pôs de pé e eu levantei logo em seguida e me aproximei dele, porque agora eu iria jogar com ele.

-Realmente - eu me aproximei e fique na ponta dos pés para poder chegar com a boca perto do ouvido dele e eu sussurrei – você está na minha cabeça desde que entrou como um furacão na enfermaria. – eu me virei e sai de lá e pude ouvir um suspiro dele. Fiquei muito satisfeita em saber que causo algo em James, pois eu estou doida para dar para aquele homem, mas eu não quero ser mais uma que ele teve facilmente.

Quando sai daquela sala eu me dirigi a outra porta que tinha naquele espaço subterrâneo e eu sabia o que teria lá dentro, quando eu entrei as mulheres que eu vi pelas câmeras estavam piores do que eu imaginei...o lugar onde elas estavam cheirava a carne podre, e desde o momento que eu entrei lá elas não falavam e quando eu me aproximei eu percebi... eles cortaram as cordas vocais delas, e elas tinham marcas roxas por todo o corpo , mas principalmente no pescoço, punhos e tornozelos... eu chorei, eu apenas me derramei em lágrimas... cai de joelhos e chorei... eu não consegui me manter forte ao ver aquelas mulheres que cheiravam a corpos em putrefação, com cordas vocais cortadas e que pela situação que estavam ali tiveram seus corpos violados, ouvi passos mas permaneci de joelhos e chorando, a pessoa se abaixou e me abraçou de um jeito estranho.

 

-Calma... vamos tirar elas daqui... me desculpa Elena...Me desculpa por não ter te ajudado. -Era James, mas eu não senti dor em sua voz ou qualquer sentimento de empatia por elas...mas havia um pingo de dó... dó de mim.

 

Os soldados ajudaram a retirar as mulheres de lá e deram as fardas reservas para elas não ficarem nuas até chegarmos na base novamente. Após o abraço sem jeito que James me deu ,nós não trocamos uma palavra e a situação permaneceu na base, pois eu corri para a enfermaria e ele...bom, não sei onde ele foi.

As mulheres que estava no subterrâneo do galpão eram mulheres britânicas, elas estavam desnutridas e desidratadas e eu e Karen ficamos trabalhando e cuidando delas por setenta e duas horas sem parar. Quando elas estavam estabilizadas e as médicas disseram que elas estavam bem e que poderíamos descansar Karen saiu e foi para o dormitório dela e eu fiquei cuidando delas, eu não iria deixar elas na mão e Karen não conseguiu me convencer a sair de lá.

-Hey – eu nem vi James chegar –O Capitão queria falar com você, mas ninguém te achava- ele me encarou melhor – você está pálida Elena, a quanto tempo está aqui? – ele perguntou mexendo nos armários.

-Estou aqui desde que voltamos da missão.

-Você está louca pra caralho, nós voltamos da missão faz três dias. – ele se aproximou com uma barra que usamos em missões que substitui uma refeição e um isotônico que ele achou no armário e a barra ele deve ter trazido com ele- come e toma isso – e me deu a barra e garrafinha – eu sei que você quer ajudar elas... mas você não pode ficar doente.

Enquanto eu comia James ficou em silencio e quando eu dei o último gole na garrafinha ele disse.

-Já mandei mensagem para meu pai avisando onde você está e ele está vindo aqui. - eu assenti- Elena... eu sinto muito... eu deveria ter te ajudado a salvar elas.

-James, você querendo ou não , no fim eu as salvei... na próxima tente pensar fora do seu umbigo, somos militares para ajudar pessoas, lembre se disso.

No caminho da GuerraTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang