Elena Clarke é uma fisioterapeuta e tenente no exército brasileiro, ela é ótima com armas brancas. Mas um dia ela é chamada pelo seu superior que faz uma proposta fora do comum : ela pode atuar no exercito britânico.
James Smith, um tenente as...
Você precisava de mim Para sentir um pouco mais -Rihanna
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Os dias estão passando cada vez mais devagar e meu peito parece cada vez mais apertado e esse sentimento avassalador que estou sentindo não faz sentido nenhum, meu pai nunca foi muito presente por estar sempre trabalhando e faz pouco tempo que conheço Elena.
Hoje meu dia foi como todos os outros, acordo no quarto do meu pai, o cheiro do perfume amadeirado que comprei de presente para ele ainda está no lençol, os quadros dele pendurados nas paredes me trazem lembranças boas dele.
"-Olha papai, pintei a floresta que tem do lado do Fort! - meu pai para de pintar o quadro dele e vira o rosto para olhar e analisa meu quadro com atenção.
-Está muito bom meu filho, olha o meu- eu me levanto e paro do lado do cavalete dele.
-A praia que fomos com a mamãe no verão passado, que lindo- eu sorri pra ele, e voltei a me sentar no banquinho para continuar minha floresta."
Passei a mão no quadro da praia, meu pai sempre amou todo tipo de arte, mas depois que minha mãe foi embora ele parou com a pintura e me proibiu de pintar. Nosso passatempo era sentar no quintal de nossa casa, cada um com seu cavalete e um banquinho e pintamos juntos várias experiências, paisagens, memórias e sonhos, mas quando mamãe se foi, tudo se foi junto com ela, até mesmo a nossa casa.
Suspirei e levantei da cama e coloquei o disco preferido do meu pai para tocar na vitrola, o timbre da música suave e delicada chegou como um soco que gritava saudade e enquanto eu cantarolava eu olhava o quarto e em cada canto tinha um pedaço do meu pai. A roupa de cama, as paredes e os moveis eram todos em diferentes tons de cinza, igual como um dia nublado e chuvoso. Meu pai podia ser um dia nublado de outono e uma tempestade em um inverno feroz, mas os quadros e a música clássica me lembraram um dia fresco e romântico da primavera, meu pai realmente era uma incógnita, eu nunca entendi bem a personalidade do homem que me amou e me criou com tanta alegria mesmo estando vazio por dentro.
Havia na mesa dele uma foto nossa, na cozinha de casa, eu deveria ter uns dez anos de idade, a foto em questão era uma selfie que meu pai tirou, onde eu estava coberto de farinha após fazermos uma fornada de biscoitos e papai estava sorrindo, mesmo com uma expressão que poderíamos considerar feliz, os olhos entregavam, eram vazios e sem brilho igual as paredes cinzas e sem graça do quarto dele.
Mamãe me tirou tudo, me tirou o amor de mãe, roubou o brilho do meu pai deixando-o apenas com o corpo aqui nesse mundo, a alegria de meu pai e toda a parte artística dele se foi com ela. Ele vendeu o piano que eu tanto amava ele tocar Korobeiniki, os dedos ágeis e precisos se foram junto com minha mãe, e eu a culpo por tudo, eu daria tudo para rever o brilho nos olhos do meu pai, ver ele fazer o piano chorar uma melodia reconfortante pelos seus dedos, os pinceis dançando sobre o quadro criando telas com beleza única que só ele fazia, a risada gostosa que ele dava sempre que dançava valsa com minha mãe na sala quando ele colocava a vitrola para tocar todo sábado à noite após o jantar, todas as vezes que ele fazia cerâmicas para decorar a casa porque ela amava pratos e ele fazia de bom coração e com todo amor mesmo que ele odiasse pratos e preferisse vasos, mas tudo, TUDO isso se foi com ela.
Papai vendeu a casa e fomos morar no Fort, ele se acabou em trabalho para esquecer a mulher que ele tanto amou.
Odeio minha mãe.
Mãe não.
Ela foi minha genitora.
Ela me abandonou.
Ela abandonou eu e meu pai.
Ela foi embora com outro homem.
A vitrola parou de tocar, o disco acabou, igual meu amor por minha mãe.
A vida continuou e não será diferente agora, preciso do meu pai de volta, eu desligo a vitrola e vou para meu quarto, eu preciso de um banho, depois de tomar uma ducha eu me enrolo na toalha e saio do box e paro em frente ao espelho. Desembaço o espelho com a mão e eu estou feio para um caralho, é até difícil admitir isso já que sempre fui um cara que se cuidou e tudo mais, mas caralho, to com olheiras fundas, o meu cabelo cresceu e estou nem ai parar a regra de ter cabelo com corte militar, estou pálido e dá pra ver que estou como uma caixa vazia, pois eu sinto falta do meu pai, mas a real é que me preocupo com Elena, eu fui um babaca com ela e é muito clichê da minha parte em sentir falta dela agora que perdi, eu posso nunca mais vê-la e ela pode não querer olhar na minha cara.
Elena é uma mulher orgulhosa e dona de si mesma e assim como dormi no quarto de papai eu dormi no dela, é ruim eu dizer que Henri estava certo em partes e a raiva que eu sentia por ela era atração.
A parte que Henri errou foi: não é atração, eu me apaixonei por Elena.
Eu me apaixonei por aqueles olhos que todos dizem ser verdes, mas eu sei que são azuis, as sobrancelhas expressivas que diziam muito sobre ela, o cheiro de baunilha do corpo e dos produtos de coco que ela usava no cabelo, o jeito que ela suspirava quando estava com raiva, a humildade e empatia que exalam daquele corpo escultural que ela tem.
Eu acordava no quarto dela e eu escutava as músicas de cada banda de rock presente nos posteres pendurados, e cada música representava Elena de uma forma única, todas as banda eram de Metalcore, um rock que tinha solos de guitarra, gutural e vozes pesadas mas que quando menos você esperava o vocalista cantava de forma sutil, e Elena é isso, ao mesmo tempo que é forte como aço ela tem sua sutileza e não foi apenas a música que entregou, foram seus livros, era estranho uma pessoa que escuta rock e tudo mais ter vários romances que descobri serem "água com açúcar" e que tenho olhar açucarado quando se trata dela.
E eu olhava a beleza dela nas fotos de seu Instagram, a personalidade única que possuía aquela mulher alta e esbelta.
Se Elena fosse uma deusa as pessoas chutaram Afrodite pela beleza, mas Elena é muito mais que um simples rostinho bonito, minha Elena é com Héstia a deusa do fogo, e esse fogo não diz respeito à energia sexual, mas sim ao quente do conforto, da segurança e acolhimento dos lares. Ela representa a organização, a moradia e a harmonia do lar e Elena é isso, eu vi conforto e segurança nas duas noites que passamos deitados na mesma cama. Ela deve achar que eu a acolhi, mas na verdade foi ela que me acolheu, Elena tem cheiro e sabor de lar e meu coração chora pela falta que ela está fazendo.
Com toda certeza estou apaixonado por ela.
Foi rápido? Foi, mas eu pesquisei e vi que precisamos apenas de um terço de um segundo para nos apaixonamos e esse terço de segundo foi quando ela disse que iria cortar minhas orelhas. Eu preciso dela, preciso beijar, abraçar e sentir cada átomo de Elena tocar meu corpo, eu quero dar amor pra ela e sentir esse amor preenchê-la até escorrer pelas pernas dela.
Elena, minha doce e agressiva Elena, eu te acharei e a trarei novamente para cá, eu necessito do amor do meu lar.
E farei você ser minha de uma vez por todas, você querendo ou não.
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Comentem o que estão achando.
Eu adorei escrever esse cap e mostrar esse outro lado do James.
Vou aproveitar e dizer que criei um insta, o user é o mesmo daqui do wattpad.