VyH - parte 12

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Victória queria chorar, quebrar metade daquela sala, descontar sua frustração de algum modo, levantou, foi até o pequeno bar, encheu um copo de vodka, o levou aos lábios e de imediato cuspiu o liquido novamente no copo ao se recordar de que estava grávida. Marcelo queria desestabilizá-la, fazer com que se mostrasse desequilibrada, mas não daria esse gostinho a ele, ganharia Max de outro modo e o faria pagar por cada ameaça que lhe fez.

Heriberto estava incerto se deveria ou não sair do quarto, mas precisava ver se tudo estava bem com a mulher que amava, vestiu-se, sua camisa estava completamente amarrotada, caminhou pelo corredor, observou a decoração, parou para ver se ouvia algo, não queria interromper nada, mas tudo estava absolutamente quieto que o fez seguir. Victória ainda estava na mesma posição, segurava o copo com o liquido transparente, pensava que um gole não faria mal mesmo já sentindo o gosto amortecer sua língua.

— Vick? — Chamou com a voz comedida.

Victória soltou o copo, e lentamente se virou para ele, ainda tinha o rosto avermelhado de raiva, mas não chorava e não choraria.

— Está bem?

— Não, mas irei ficar. — A estilista deu um meio sorriso torto.

Heriberto se aproximou o suficiente para segurá-la pela cintura com uma mão e a outra foi até seu rosto.

— Quer que eu vá embora? — não queria incomodar.

— Não me deixe sozinha aqui nessa casa enorme. — O abraço e deitou a cabeça em seu peito. — Agora eu não vou conseguir resolver nada.

— Tudo bem, eu estou aqui, meu amor. — Beijou seus cabelos.

O silêncio se estendeu por alguns minutos, era tão confortável estar nos braços dele que o apertou um pouco mais o fazendo sorrir.

— Precisamos comer alguma coisa. — Acariciava suas costas. — Não é bom ficar tanto tempo sem comer.

Victória apenas concordou, sempre que algo lhe acontecia o silêncio era a sua maior arma, caminharam juntos até a cozinha e tudo estava pronto apenas esperando para que fosse servido, a estilista autorizou, sentaram-se ao redor da mesa.

— Isso está uma delicia. — Heriberto verbalizou sua satisfação.

— Lu sempre cozinhou perfeitamente e por isso não a deixo ir. — Brincou e olhou para a mulher escorada da morta.

— Assim eu irei ficar convencida. — Lu brincou com as bochechas coradas.

— Lu, você esta de parabéns. — O médico arriscou no elogio já que ali não era seu ambiente.

— Obrigada, senhor. — Acenou com a cabeça. — Eu vou estar na cozinha para o caso de precisarem de mais alguma coisa.

— Obrigada. — responderam juntos.

O restante do jantar foi tranquilo, a torta de limão fechou a noite fazendo com que Victória a colocasse pra fora assim que raspou a taça com a última colherada. Heriberto a ajudou no banheiro até que jogasse tudo para fora e então pediu que a ajudasse no banho.

— Não precisa usar roupa... — Vick comentou.

— Eu só vou te ajudar para não cair, depois te colocarei na cama e então vou para casa. — Piscou para ela.

Victória se resignou a apenas tomar banho, vestiu uma camisola confortável, deitou-se e o puxou para que ficasse até que dormisse.

— Sabe que pode conversar comigo.

— Eu vou vender essa casa e passar uma temporada em Milão com meu filho. — Confessou deitada no peito do médico.

— Victória...

Virada do destinoWhere stories live. Discover now