VyH - parte 21

220 25 14
                                    

Max sentia seu corpo cansado, o sono estava ali pronto para tombá-lo a qualquer instante, mas a vontade de conhecer a irmã era muito maior o fazendo ficar atento sempre que a porta era empurrada para algum enfermeiro ou médico passar. Heriberto, por mais que quisesse estar ao lado de Victória naquele momento, não conseguiu deixar Max sozinho, queria ter ligado para Marcelo vir buscá-lo, mas o garoto hora ou outra afirmava que só sairia dali depois de ver a mãe e a pequena Elisa.

Já fazia duas horas que os dois estavam sentados na recepção do hospital, a bolsa de roupinha sendo abraçada pelo mais novo que balançava as pernas impaciente pela demora. Heriberto também estava impaciente, desbloqueando o celular toda hora em busca de informação, mas nenhuma notificação nova era entregue.

— Falta muito? — Max perguntou novamente.

— Agora não deve demorar. — acariciou seus cabelos e sorriu. — Já está com fome de novo?

— Não, aquele lanche me entupiu. — Olhou para o mais velho. — Será que Elisa vai ter os meus olhos?

Heriberto abriu um largo sorriso, com o passar dos meses, conversaram, foram se entendendo e a convivência era tranquila quando estava no apartamento. Ele e Victória combinaram de não forçar sua presença todos os dias por mais que a estilista quisesse dormir todas as noites ao seu lado, Heriberto tinha plantões longos e ainda tinha que conciliar com as visitas a Diana, a qual não falhava um dia sequer.

— Com certeza. — o viu brilhar os olhos e seu celular tocou. — Vamos, chegou a hora. — ficou de pé e levou o celular à orelha.

Max pulou do banco, carregou a mala com as duas mãos até ser ajudado por Heriberto que ouvia as informações do outro lado da linha. Era o momento de estar com as duas pessoas mais importantes de sua vida, caminharam para o elevador, passaram na recepção recebendo a identificação de visitante, Heriberto agradeceu, pegou na mão de Max e foram até o quarto.

Heriberto abriu a porta deixando que Max fosse na frente, o menino olhou todo o quarto até focar na mãe deitada na cama com um pacotinho embrulhado no lençol. Victória os recebeu com um lindo sorriso no rosto, sentia-se cansada, os olhos estavam pesados de sono, precisava de algumas horinhas de descanso, depois do parto tão corrido.

— Oi, meu amor. — Vick o saudou. — Vem aqui.

Max se apressou em aproximar-se e sentou na cama para olhar a irmã que dormia tranquila fazendo um biquinho como se estivesse mamando.

— Mãe, a senhora está bem? — perguntou, mas os olhos estavam na irmã. — Como ela é gordinha.

— Eu estou bem, meu amor. — levou a mão ao rosto do filho e o acariciou. — Quer segurar sua irmã?

— Eu posso? — os olhos brilharam em direção a mãe.

— Claro que sim. — Sorriu largamente. — Amor, me ajuda aqui. — olhou para Heriberto que ainda estava escorado no batente da porta os admirando juntos.

Heriberto aproximou-se, deixou a mala ao pé da cama, pegou a filha nos braços, admirou seu rostinho sereno, sorriu, cheirou e sua vontade foi não soltá-la mais. Max sentou-se na poltrona que estava próximo a cama, estava ansioso para segurar a irmã e o médico com cuidado o instruiu a como tê-la em seus braços.

— Oi, irmã. — deu o dedo para pequena que agarrou com força, os olhos se abriram preguiçosamente, piscou umas quantas vezes e os manteve abertos. — Ela tem os olhos da cor do meu, mãe. — falou eufórico e olhou para a mais velha.

Victória tinha os olhos tomados por lágrimas de emoção por vê-los juntos, sua família era tão linda.

— Elisa é a sua cara quando bebê. — Vick respondeu.

Virada do destinoWhere stories live. Discover now