VyH - parte 15

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Para Victória foi o melhor final de semana que já teve em muito tempo, a companhia de Heriberto foi excepcional, conversaram, se conheceram melhor e na manhã seguinte quando a estilista acordou vomitando, ele estava lá ao seu lado para segurar seus cabelos enquanto a confortava. Seriam memórias que a acompanhariam durante todo o tempo em que ficaria fora, Victória estava com o coração apertado por ter que se afastar, mas a decisão tinha sido sua própria e não voltaria atrás.

O aeroporto estava lotado de jornalistas, mesmo sendo um voo privado e de madrugada. Victória queria entender como eles conseguiam esse tipo de informação, queria privacidade, mas seria difícil sendo uma estilista famosa. Os seguranças do aeroporto, juntamente com sua equipe a ajudou a passar por todos eles, segurou Max de encontro ao seu corpo para que ninguém o puxasse na tentativa de ganhar sua atenção e enfim conseguiram chegar à sala privada.

Victória sentia que estava fugindo, olhou para o filho deitado no banco com a cabeça em sua perna, tocou seus cabelos e, por um instante se imaginou pegando-o no colo e voltando para o carro. A estilista respirou fundo, olhou para a escuridão através da janela, sentiu seu celular vibrar e o pegou. Era Heriberto.

Te deixar ir é a coisa mais difícil que tenho que fazer e pela segunda vez em menos de um ano. — Victória começou a ler o texto. — Não sei como serão esses meses sem sua presença, sem te sentir ou fazer uma loucura junto com você. — Parecia que o ouvia rir e sorriu do mesmo jeito. — Mas você me fez prometer que continuaria com meus projetos, que aproveitaria muito a chegada de Diana e é o que farei. Estarei te esperando com ansiedade e, por favor, não esconda nada sobre você e o nosso bebê. Eu te amo e tenha um ótimo voo.

Victória olhou para qualquer lugar, não deixaria as lágrimas transbordar ou realmente não conseguiria embarcar naquele avião. Voltou os olhos para o celular e apenas digitou.

TE AMO!

A comissária de bordo avisou que estava tudo pronto e Victória embarcou para uma aventura em Milão.

¿?

Se disser que o tempo foi amigo e passou rápido, estarei mentindo. Cinco meses pareciam cinco anos para quem esperava reencontrar o verdadeiro amor. Heriberto poderia se considerar o homem mais feliz do mundo, sua pequena Diana estava para completar dois meses e era a doçura em forma de bebê, não passou um dia sequer em que não a ninou, declarou seu amor e a encheu de promessas.

Marina podia se considerar uma mulher afortunada por tê-lo ao seu lado, conversaram sobre o que os separou e, a arquiteta foi bem receptiva, tranquila e decidiram que pelo bem de Diana seriam amigos. A ruiva tinha certeza que não era apaixonada pelo médico, tinham se encontrado numa noite ruim para ele,  transaram nessa e em várias outras noites e era para ter ficado somente nisso, mas a pequena Diana quis vir ao mundo para bagunçar um pouco mais a vida dos pais — num sentido totalmente bom — acharam que daria certo, mas não se cura um coração com outra relação, o melhor era serem amigos e a relação estava funcionando muito bem assim desde então.

— Heriberto, para de mimar essa menina, depois sou em quem tem que balançá-la a noite inteira. — Era uma repreensão diária da ruiva para o médico.

— A perfeição dessa menina não me deixa me afastar. — Essa era a justificativa para o amor que sentia ao tê-la em seus braços.

Heriberto era feliz, logo seria duplamente feliz ao ter seu outro filho nos braços, faltavam dois meses para conhecer a outra metade do seu coração, não sabia qual era o sexo do bebê, Victória quis deixar para que descobrissem juntos quando retornasse ao país. O médico até propôs viajar até ela para descobrirem, mas a estilista achou melhor não serem vistos juntos, sua carreira estava em alta pelos burburinho de quem seria o pai de seu bebê, muitas manchetes maldosas foram escritas, outras a apoiavam qual fosse o desfecho da história.

Virada do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora