VyH - parte 13

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Pri, meu amorzinho, obrigada pela paciência em esperar. Eu sei que já fui uma autora mais presente nos seus aniversários, mas a vida adulta nem sempre é fácil, mas aqui te deixo esse capituluzin e espero que goste.

Te amo muitão.

Victória junto a sua equipe conseguiu resolver a venda da casa, um novo apartamento foi comprado e mobiliado para os três moradores, quatro suítes, banheiro no corredor para as visitas, sala enorme para que as crianças pudessem brincar, cozinha igualmente grande, varanda com hidro e espaço suficiente para receber seus convidados.

A parte de Marcelo na venda da casa foi depositada na conta de Max como haviam concordado na última conversa. O ex marido de Victória ainda tentou fazer com que mudasse de ideia sobre a viagem, mas a estilista estava decidida a partir, queria um pouco de calmaria para os próximos meses e ali na cidade não a teria, principalmente pelas manchetes que já circulavam por todos os lados sobre seu divórcio.

Heriberto como prometido deixou que a mulher que amava decidisse o que era melhor para ela, seu coração se apertava todas as vezes que queria perguntar mais sobre a estilista, marcar um encontro, beijá-la e isso o torturava todos os dias por sempre desistir de avançar os limites. Victória queria a mesma coisa que ele, mas reprimiu cada um de seus desejos, os hormônios da gravidez estavam todos a mostra, irritava-se, logo iniciava o choro por ter maltratado algum funcionário que não tinha nada a ver com seus problemas, estava sempre com fome e ao mesmo tempo jogando tudo para fora como naquele instante.

— Que inferno. — Ralhou sentando-se no chão, o rosto estava molhado das lágrimas e as mãos tremiam pela fraqueza.

Victória não gostava de se sentir fraca, de precisar pedir ajuda a alguém, mas os enjoos estavam cada vez mais frequentes, as tonturas vinham do nada e se não tivesse a parede para se apoiar com toda certeza iria direto para o chão. O apartamento estava vazio, as empregadas já tinham sido dispensadas, Max passaria o final de semana com Marcelo para que pudessem se despedir, o voo estava marcado para segunda-feira.

A estilista voltou a se ajoelhar frente a privada, não tinha mais o que colocar para fora, chorou, a solidão era mesmo uma merda. O dorso da mão direita foi até a boca, forçou-se a ficar de pé, agarrando nas paredes chegou a cozinha, avisou ao porteiro que um médico viria para vê-la e ao desligar, ligou para Heriberto.

— Eu preciso de você... — Já estava chorando sem conseguir evitar.

— Vick... Vick o que aconteceu? — Heriberto se exasperou na ligação.

— Só vem até a minha casa, você tem o endereço novo. — Vick tentou tomar a água que colocou no copo, mas o embrulho no estômago foi maior, o celular foi largado ali mesmo e ela correu direto para o banheiro.

¿?

Heriberto sentia que seu coração sairia do peito a qualquer momento, a ligação não foi mais atendida, o carro parecia voar pelas ruas da cidade, mesmo respeitando todas as leis de trânsito, era um médico e não precisava machucar ninguém para chegar ao seu destino. Vinte e cinco minutos foi o tempo mais rápido que conseguiu chegar ao novo endereço de Victória, sua maleta de primeiros socorros foi tirada do carro, caminhou até o porteiro, identificou-se e por sua vestimenta teve o acesso liberado rapidamente.

Treze andares, porque diabos morar tão alto? A vista poderia ser perfeita, mas numa emergência poderia atrasar tudo como naquele momento, o pé batia no chão de aço, os olhos não saiam da tela em que os números iam mudando, para sua sorte a porta não abriu em nenhum dos andares anteriores.

Pulou no andar de Victória, foi até a porta, iria bater, mas apenas empurrou a porta que já estava aberta. O silêncio dentro do apartamento era ensurdecedor, o corpo gelou com medo do que poderia encontrar, os piores pensamentos passavam por sua cabeça, caminhou pela enorme sala em busca de um ruído que fosse, mas nada ouviu e tratou de buscar por sua amada.

Virada do destinoWhere stories live. Discover now