VyH - parte 19

273 26 20
                                    

Heriberto queria um buraco para se enfiar dentro, se arrependeu imediatamente de ter aberto a porta, deveria ter chamado Victória para receber quem quer que fosse que estivesse chegando a sua casa, imaginou que fosse qualquer funcionário do prédio, até mesmo o berço da filha chegando, menos o ex-marido acompanhado do filho da estilista. O médico parecia ter desaprendido a respirar, falar ou ter qualquer reação humanamente educada, Max deu um passo atrás com medo e os olhos procuraram pelo pai que tinha o olhar cravado como uma faca em Heriberto.

— Quem é você? — Max perguntou. — O que fez com a minha mãe?

Heriberto voltou a olhar para o mais novo e respirou fundo.

— Max, sua mãe está dormindo. — Conseguiu responder para o tranquilizar.

— Não fale com meu filho! — Marcelo ralhou.

Heriberto concordou com um manear de cabeça e deu um passo traz para que entrassem.

— Entre, eu vou avisar que estão aqui. — Avisou, assim poderia fugir daquele encontro constrangedor. — Merda! — sussurrou para si.

O silêncio era constrangedor, a cabeça do médico começou a latejar, não queria arrumar problemas para Victória com seu ex, mas agora era tarde demais. Heriberto entrou no quarto, sentou na cama, tocou a pele exposta das costas de seu amor, se aproximou um pouco mais, beijou seu ombro e a chamou.

— Amor, acorda. — A chamou e recebeu um resmungo. — Eu sei que tenho que te deixar dormir um pouco mais, mas Max acabou de chegar com o pai.

Victória de imediato abriu os olhos, só poderia estar tendo um pesadelo, não era para nenhum dos dois estar em sua casa, olhou para qualquer canto do quarto tentando se manter acorda e virou o corpo para encarar Heriberto.

— O quê? — Victória perguntou confusa.

— Max está na sala com o pai. — Repetiu. — Eu abri a porta, não pensei que os veria, mas agora estão os dois lá na sala achando que matei você. — Beijou sua boca.

— Isso só pode ser um pesadelo. — Victória levantou com a ajuda de Heriberto, a barriga já pesava bastante e naquele momento parecia pesar o dobro. — Eu vou me trocar, você pode fazer o café?

— Amor, eu não...

— Marcelo vai ter que se acostumar a te ver, não pretendo te deixar longe da minha vida nunca mais. — Sorriu para ele.

— Tem certeza? — Suspirou, não queria problemas àquela hora do dia.

Victória se aproximou novamente de seu amor e passou os braços por seu pescoço.

— A menos que não queira estar comigo, eu tenho certeza sim! — O beijou nos lábios. — Agora preciso que saia desse quarto ou não consigo pensar em nada que não seja nós dois de volta nessa cama.

Heriberto acariciou suas costas nuas, sorriu lindamente e a beijou no pescoço.

— Eu te amo.

Victória sussurrou contra sua boca que também o amava e foi para o banheiro. Heriberto deixou o quarto novamente, caminhou até a cozinha, mas sentiu o olhar de ódio contra si, respirou fundo, não queria que seu primeiro encontro com o filho de Victória fosse daquele jeito, mas com os dois nada, era do jeito mais fácil. Victória não demorou a aparecer, usava um vestido longo na cor verde de alças finas, os cabelos soltos e os olhos inchados por dormir menos do que deveria.

— Mamãeee. — Max correu até a estilista e a abraçou pela cintura. — Por que tem um estranho na nossa casa? — Olhava na direção da cozinha.

— É Victória por que tem um estranho na sua cozinha? — Marcelo também questionou.

Virada do destinoWhere stories live. Discover now