4. Deixo Kai me tocar

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Depois que larguei um Kai confuso no corredor, tranquei a porta do meu quarto. Em hipótese alguma eu dormiria na mesma casa que aquele maluco sem uma porta trancada entre nós.

Sentei—me em minha cama completamente derrotada. Estava com tanta raiva de mim mesma, pois, havia deixado que ele me intimidasse mais uma vez.

Quando entramos no carro, tentei ignorá—lo o máximo possível. Até quando ele me chamou de BonBon. Apenas Damon tinha permissão para usar esses apelidos idiotas comigo.

Eu sabia que não era uma boa ideia fazer aquilo, mas, apenas queria ficar em paz. Foi aí que ele simplesmente explodiu daquela forma e fiquei apavorada achando que ele fosse voar sobre mim ou coisa do gênero. No entanto, ele apenas se desculpou. Mas aí, a merda já estava feita.

Pronto, meus nervos estavam em frangalhos. E me permitiu dar um último olhar de puro ódio para ele antes de continuar dirigindo. E Kai encolheu—se envergonhado com o que tinha feito.

Durante todo o caminho tentei me controlar, mas minhas mãos estavam tremendo descontroladamente e eu não conseguia parar de chorar. Kai ficou me encarando o caminho todo em silêncio.

Aquele doente deveria estar apreciando o trabalho que havia feito.

Quando chegamos em casa, o larguei dentro do carro e subi os degraus que levavam até a varanda. E ele já estava atrás de mim como um cachorrinho abanando a cauda.

Entrei, deixando a porta aberta. Quando ouvi algo se chocando contra a barreira de proteção da casa.

Droga!, bufei. Esqueci da barreira.

Ouvi o som de uma risada meio histérica logo em seguida. Quando voltei à porta, Kai esfregava a testa e ria como um maluco. O encarei até que percebeu meu olhar e parou com o show de babaquice na mesma hora. Deixei que entrasse e ele ainda parou para ficar olhando para minha sala e uma voz irritada na minha cabeça dizia que se aquele sociopata abrisse a boca para falar algo sobre a decoração, eu, com toda a certeza explodiria os miolos dele.

Chamei ele e indiquei o quarto que seria dele e o resto você já sabe.

Sentada em minha cama, tudo o que eu podia fazer era me entregar às lágrimas. Eu estava frustrada e completamente arrependida com o que acontecera naquela noite, embora, parte de mim também estivesse feliz por ter sido capaz de proteger meus amigos.

Depois de chorar até não aguentar mais, me levantei e fui tomar um banho. Vesti somente uma blusa e calcinha e fui dormir assim mesmo. Acho que adormeci antes que minha cabeça encostasse no travesseiro.

***

Fui acordada de um sono profundo, por aquela batida insistente em meu peito. Aquilo pulsava feito um coração acelerado. E claro que o susto foi tão grande que meu próprio acelerou.

Olhei em volta do meu quarto, assustada já presumindo que Kai estava ali e queria me matar. Mas não havia ninguém.

Olhei no relógio sobre o criado—mudo e eram três e meia da manhã. Deitei— tentando dormir novamente. Rolei de um lado para o outro, mas o sono não vinha. Suspirei, me levantando. Talvez se bebesse um copo d’água conseguisse dormir. Peguei meu robe vermelho de seda em cima de uma poltrona e o vesti.

Fui até a porta do meu quarto, destranquei—a devagar e enfiei a cabeça no corredor olhando para a última porta.

Sei que isso parece ridículo, mas me sentia uma prisioneira em minha própria casa. Com medo até mesmo de respirar na presença sufocante daquele bruxo homicida.

A porta do quarto de Kai estava fechada, então, presumi que estivesse dormindo. Bom, do tempo que passei no Mundo Prisão com ele, aprendi que mesmo que a casa desabasse nele, o cara não acordaria.

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOWhere stories live. Discover now