23. Férias forçadas

3.5K 192 153
                                    

Abotoei minha calça, enquanto Kai se levantava e vestia a camisa, que alguns minutos antes, eu havia arrancado.

Ele não havia me dito muitas coisas, apenas o que soube por Damon: Theodora havia sido encontrada. Mas sob quais condições não sabíamos.

Kai parecia muito nervoso e preocupado.

Estranhei aquilo. Pelo pouco que sabia, tia e sobrinho não se davam bem, porém, era muito difícil ficar sabendo algo de sua família, pois Kai era muito fechado com esse tipo de coisa.

Ele vestiu a camisa, cobrindo aquele corpo maravilhoso. Claro que as circunstâncias não eram boas, mas não conseguia parar de pensar que por pelo menos alguns minutos ele foi meu, só meu. E não sei o que deu em mim para fazer aquilo, dominá-lo daquela forma. Eu nem sabia que tinha tanto poder nas mãos, apenas havia me deixado levar pelo instinto e pelo prazer.

Meu corpo vibrou em protesto, querendo mais dos beijos e carícias de Kai. Me sentei em sua cama, enquanto ele calçava as botas. Ele se virou, olhando para mim e seus olhos cinzentos ardiam com o mesmo desejo que os meus.

— Vamos resolver esse problema — disse de forma intensa — E quando voltarmos, vamos terminar nossa conversa.

Revirei os olhos, mas não conseguia esconder o sorrisinho bobo que surgiu em meus lábios. Eu queria mais. Queria cada parte dele.

Tudo em mim, era um mar de confusão. Ainda estava irritada com Kai, queria muito acreditar em suas palavras, mas a imagem daquela vagabunda em cima dele, não saía da minha cabeça. Uma parte de mim dava sorrisos de satisfação, só de pensar no quanto bati na Piranha Cross. E o segundo motivo, para eu ainda estar irritada com Kai, era porque ele não me deixou acabar com aquela garota.

Obviamente, os dois motivos eram irracionais e movidos por puro ciúme. Eu sabia que deveria acreditar em Kai. Ele não seria capaz de mentir para mim. Pelo menos, queria acreditar que não.

— Você vem? — perguntou Kai, parado na minha frente com a mão estendida. Não tinha nem percebido o quanto estava imersa em pensamentos.

Segurei sua mão, sentindo o calor gostoso que irradiava dela. Kai ajudou- me a levantar e quando já estava de pé, ele me puxou subitamente para seu corpo. Seus braços envolveram minha cintura. Ele se inclinou, querendo me beijar. Coloquei um dedo em seus lábios, os impedindo de tocar os meus.

Ele franziu as sobrancelhas escuras, magoado. Continuei firme, apesar de querer aquele beijo loucamente.

— Não — disse eu, seriamente — Tem que fazer por merecer.

E revirou os olhos e rapidamente beijou meu pescoço. 

— E eu não fiz? — sussurrou, contra minha pele.

Tentei controlar a forma como o ar entrava e saía dos meus pulmões.

— Definitivamente, eu a deixo muito nervosa, BonBon — murmurou, me soltando carinhosamente.

Eu estava ofegante, mas tentei manter o que restava da minha dignidade. Revirei os olhos, passando por ele, indo em direção a porta de seu quarto.

— Cala a boca, Parker.

Ao entrarmos na garagem, Kai parou em frente a porta do meu carro, encostou- se nela de braços cruzados e ficou me encarando. Já sabia o que ele queria.

— Nem pensar — neguei, escondendo a chave do veículo no bolso de trás da calça.

Kai ergueu uma sobrancelha.

— O que você disse mesmo quando eu estava no meu leito de morte? — perguntou, de maneira sugestiva.

Cruzei os braços, trocando o mesmo olhar sério.

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOWhere stories live. Discover now