capítulo 2

701 67 3
                                    

Entro dentro de casa com a mala de Carol em minhas mãos. Quando chegamos elas puxaram a ruiva pra dentro da casa e me deixaram do lado de fora sozinha.

— Vocês são ótimas amigas.— Grito na entrada e coloco a mala no canto.— Me deixaram sozinha!— Carol aparece na porta da cozinha e vem até mim.

— Desculpa.— A ruiva sorri e me passa o braço por minha cintura.

— Não sei se você merece desculpa.— Coloco a mão no queixo e finjo pensar. Ela ri e fica na ponta do pé me dando vários beijos pelo rosto, sorrio com isso e puxo mais a garota em meus braços.— Ok, você merece desculpas.— Ela suspira aliviada.

— Vem, vamos comer, eu tô com tanta fome.— Ela me solta e pega minha mão e me puxa pra cozinha.

— O que vocês fizeram pra comer?— Puxo uma cadeira pra sentar e Carol senta em meu colo. As meninas se olham antes de soltarem sorrisos maliciosos e eu reviro o olho, a ruiva parecia alheia a tudo porque só deitou a cabeça em meu ombro e fechou os olhos.

— Fizemos Lasanha.— Dinah levantou as mãos.— É a única coisa que Lauren sabe fazer sem colocar maconha.— Ela riu alto e Lauren deu dedo a ela.

— Podemos comer logo?— Carol perguntou de olho fechado ainda.— Eu tô tão cansada e só de pensar que tenho um show amanhã denovo e daqui a um mês vou ter que viajar pra outro país, me deixa cansada.— Camila gritou que tava com fome que deveriamos comer logo e foi isso que fizemos.

Depois de comer, as meninas foram embora alegando que tinham coisas pra fazer, mas eu sabia que era apenas pra deixar eu e a ruiva sozinhas e agradeci por isso, Carol tava cansada e queria dormir e eu queria matar a saudades da minha amiga.
A ruiva disse que ia tomar banho enquanto eu lavava a louça suja.

Sinto Carol se aproximar por trás de mim e seus braços rodearem minha cintura, sorrio de canto e a ruiva encosta a cabeça em minhas costas.

— Você já tá terminando?— Carol pergunta com a voz abafada e eu murmuro que sim.— Você vai no meu show, não é?— Eu suspiro. Eu não queria ir pro show, tudo porquê Carol cantando, fazendo solo e naquele palco, me deixava mais atraída por ela.— Você prometeu ir, S/a.

— Eu vou, ruivinha.— Enxugo a mão no pano se prato e viro pra ela, ela ainda continua abraçando minha cintura e eu coloco o braço ao redor do seu pescoço e sorrio.— Eu não perderia seu show por nada.— Toco na ponta do seu nariz e ela faz uma cara fofa.

— A gente podia assistir alguma coisa, não é?— Ela pergunta e se afasta de mim, agora que eu reparei no que a ruiva usava, ela estava com uma blusa minha do Atlético de Madrid que ia até sua coxa e um short fino.— S/n? Eu tô aqui encima— Pisco algumas vezes e coço a nuca.

— O que você tinha perguntado mesmo?— Carol nega com a cabeça e eu sorrio amarelo.

Estava deitada de barriga pra cima e Carol deitada encima de mim enquanto eu fazia cafuné nela. Estávamos assistindo "Gente Grande", que sinceramente era meu filme favorito.

E com estávamos assistindo, eu quero dizer que eu assistia enquanto Carol dormia desde a metade do filme. Tiro minha mão de cima da cabeça a garota e coloco atrás da minha cabeça pra servir de apoio. Olho pra ruiva dormindo e sorrio, se ela soubesse o quanto eu sou apaixonada nela.

— Porque você parou?— Carol perguntou com a voz de sono.— Quem deixou você parar?— Ela levanta o pescoço pra me olhar e puxa meu braço colocando minha mão de volta em sua cabeça.

— Mas que folgada, né? Você dá intimidade e é isso que acontece.— Ela ri e eu volto a fazer carinho em seus cabelos.

— Ninguém mandou você me dar espaço, agora tem que lidar com isso.— Ela se mexe e alinha seu rosto em meu pescoço.— Você é tão cheirosa.

— Eu sei.— Levanto o rosto convencida.

— Quando você vai lançar seu álbum?— Ela senta no meu quadril e eu engolo seco e olho pra ela.

— Daqui a três dias.

— Posso ouvir uma prévia de alguma música.— Ela joga o cabelo pro lado e faz biquinho, a maioria das músicas são sobre ela, mas eu não poderia dizer não.

— Tudo bem.— Respiro fundo.— Vamos lá encima e eu mostro a você.— Encaro ela.

Entramos no estúdio que tinha na minha casa, eu pedi pra construísse isso pra que treinasse nos finais de semana, ou quando eu quisesse compor e quisesse silêncio.
Me sento na cadeira em frente ao computador e Carol se senta no meu colo.

Eram 12 músicas no total, fora as que foram descartadas no meio do caminho, tinha alguns feat. O nome do álbum é Red hair
E era um dos maiores motivos das meninas zoarem com a minha cara, se chamava literalmente "Ruiva".

Desço o olhar pra tela do computador e tento me concentrar nisso, Carol se aproximar da tela e aponta pra uma música.

"Die For You"

— Eu quero ouvir essa?— eu murmuro um "uhum" e dou play na música, eu só deixaria apenas 1 minuto da música, não queria estragar a supresa que era ela inteira.

Assim que eu pauso a música, Carol levanta e me olha com um sorriso no rosto.

— Gostou?— Cruzo os braços e encaro a ruiva.

— Eu amei.— Ela vibrou.— Tem alguma pessoa que você usou como inspiração pra essa música?— Ela me olha com os olhos semi cerrados.

— Como?— Você.— Não.— Digo rapidamente e ela sorri travessa e se aproxima.

— Vamos, S/a. Eu sei que tem alguém, quem é?— Ela faz cócegas em minha barriga e eu me remexo na cadeira.

— Ninguém, ninguém.— Me esquivo das cócegas e puxo ela pro meu colo.— Achou mesmo que podia fazer cócegas em mim e se safar?— Levanto da cadeira com Carol ainda no meu colo.

— S/n, o que você tá fazendo?— Ela sorrio desesperada quando saí de dentro do estúdio e desci as escadas.— Pra onde você tá indo?— Ela questiona e eu abro a porta que dar direção pra o quintal, onde tinha a piscina.— S/n, me solta.— Ela se debate já percebendo o que vou fazer.

Não digo mais nada e pulo dentro da piscina com a ruiva.

Mergulho ouvindo os protestos de Carol e nado até ela.

— Caralho, você tá maluca?— Falo quando Carol joga água na minha cara.— Você quem começou, viu?— Joguei água na cara dela e ela devolveu.

Carol nada se afastando de mim e eu nado atrás dela, continuamos jogando água uma na outra durante um tempo.

— Cansei.— Paro na frente dela e ela suspira.

— Cansamos!— Ela ri e eu acompanho.

— Eu amei a música.— Ela disse depois de um tempo calada, estavamos próximas, próximas até demais e nos encaravamos.
Eu concordei com a cabeça e desci o olhar pra sua boca, a ruiva lambeu os lábios e sorrio pra mim, antes que eu pudesse me dar conta nossas bocas já estavam grudadas. Seguro a cintura de Carol e a puxa pra mais perto de mim e ela suspira.

Nos afastamos por falta de ar e eu encosto minha testa na dela, me mantenho de olhos fechados e sei que Carol fazia o mesmo que eu, tínhamos uma realidade, e não era uma que estávamos juntas.

— Isso não deveria ter acontecido.— Ela suspira.

— Eu sei.— Diz.— Me desculpa.— Ela sussura antes de se afastar de mim e sair de dentro da piscina, vejo Carol caminhar pra dentro de casa e fecho os olhos com força me praguejando por ter estragado o momento.

Saío de dentro da piscina e subo as escadas, a porta do meu quarto estava fechada, então vou pro banheiro e tiro as roupas molhadas e visto uma blusa larga e uma cueca e ando em direção ao estúdio.
Minha mente estava a mil, e eu tinha uma ideia pra mais uma música.

Olhos TeusOnde histórias criam vida. Descubra agora