Capítulo 16

5K 476 74
                                    

Quem é vivo sempre aparece né

Xxx


Lauren Jauregui P.O.V

No sábado, exatamente às nove da manhã, estava eu e Camila, no shopping escolhendo roupinhas de bebê para minha filha. Há uma semana atrás Aurora após completar cinco meses de gestação, havia feito uma ultrassonografia para descobrir o sexo do bebê, eu estava acompanhando ela nesse dia, fiquei tão feliz quando o médico disse que seria uma menina.

Sempre imaginei ter filhos e vê-los correndo pela fazenda, eu estava muito animada com a ideia de ser mãe. Felizmente Camila não desistiu de mim por esse fato, nesse exato momento ela estava segurando laços cor de rosa, ela provavelmente vai ser uma mãe babona quando chegar sua vez. Eu estava segurando alguns body's estampados, já tínhamos comprado meias, toucas, luvinhas, estavamos entretidas com as compras.

Eu sempre tinha nomes na minha cabeça, se fosse menino eu escolheria Davi, se fosse menina seria Yasmin. Bem, agora eu precisava entrar em um consenso com Aurora, agora ela parecia me odiar menos. Quando os pais dela descobriram, quase fui linchada, chegaram até me encontrar na fazenda exigindo que eu tivesse responsabilidade com a filha deles. Como se eu não fosse fazer isso, por mais que, logo quando ela me contou eu fui uma imensa idiota, nunca neguei amparo a ela, e tudo que ela e Yasmin precisarem eu estarei aqui para dar.

Saímos da loja de roupas com mais ou menos cinco sacolas em cada mão, Camila escolheu bem mais coisas do que eu, parecia até que ela seria a mãe. Depois de deixarmos as compras no carro, resolvemos passar num restaurante para almoçar. Passamos a tarde inteira na cidade, Camila quis ficar com o pai então fui levar as coisas de Yasmin para a casa da mãe dela. Cheguei na casa de Aurora sendo recebida pela minha ex-sogra. Ela não me disse muitas palavras, apenas apontou que Aurora estava na sala, a barriga dela estava redondinha e com tamanho médio, eu tinha que admitir que ela estava linda grávida.

- Eu já escolhi o nome.. dela. - falei enquanto Aurora deixava as sacolas no sofá e se sentava.

- Eu não tenho muitas ideias, estava pensando em Maria alguma coisa assim.

- Minha filha não vai se chamar Maria de jeito nenhum, será Yasmin. - falei com firmeza.

- Gostei de Yasmin, tudo bem então. Você está com ela né?. - eu sabia do que ela estava falando, era de Camila.

- Sim. - respondi sem estender mais aquele assunto.

- Que bom, espero que sejam felizes. - forçou um sorriso.

- Eu já estou indo, qualquer coisa você pode me ligar. - me levantei do sofá.

- Você não vai querer conhecer o quarto da sua filha?. - ela perguntou, então eu a segui até um corredor extenso e sofisticado, paramos em uma porta branca com detalhes em letras cor de rosa escrito "nossa menina", ela girou a maçaneta me dando espaço para que eu pudesse entrar, era realmente lindo, tinha um berço enorme parecendo ser extremamente confortável, um guarda-roupas rosa com vários espelhos, uma pequena mesa decorativa com luminárias em formas de brinquedos, o quarto ainda estava em processo de arrumação para se adaptar a pequena Yasmin, eu realmente não via a hora de poder ver o seu rostinho, e ter ela em meus braços.

- Está ficando lindo. - falei enquanto terminava de admirar todo o espaço.

- Ela é nossa, Lauren, espero que seja parecida com você. - colocou minha mão sobre sua barriga, e eu percebi que nunca havia feito isso antes, eu reduzia todo contato físico com Aurora, me esquecendo que dentro dela havia Yasmin e ela precisava saber que tinha outra pessoa que a amava aqui fora.

- Ela será linda como você. - sorri enquanto fazia carinho na barriga dela, sentido Yasmin dar leves chutes.

- Ela gosta de você, e sente sua falta.. eu sinto sua falta, nos precisamos de você. - Aurora colocou sua mão sobre a minha, que ainda estava na sua barriga.

- Você pode ficar comigo lá na fazenda, eu não posso ficar na cidade, você sabe disso.

- Eu não quero atrapalhar você e a veterinária, não preciso ter uma gestação estressante, só peço que seja mais presente. Sua filha precisa mais do seu toque, do que de sua voz por uma chamada de telefone.

- Eu estou fazendo tudo que eu posso, mas vou tentar fazer mais, por ela. Agora tenho que ir.

Aurora me acompanhou até a porta, antes de sair deixei um beijo em sua barriga e disse a Yasmin que voltaria em breve, e que eu a amava, ela estava se tornando meu coração batendo fora do peito. Uma sensação que nunca tinha sentido antes, um amor furioso, eu faria qualquer coisa por minha filha, estaria disposta a tudo para o bem dela, eu nunca permitiria que alguém a machucasse, o mundo seria dela, somente dela.

Retornei para a fazenda, dando continuidade a algum dos meus afazeres, quando notei alguns gritos vindo do andar de cima, as vozes eram muito familiares parecia a voz da Alícia. Apressei meus passos para chegar mais rápido até o quarto de onde vinha todo aquele barulho e quando abri a porta não acreditei no que estava vendo. George estava literalmente, socando Alícia, não pensei muito quando joguei o corpo dele na parede, sentindo todos os hormônios de raiva me atingirem. Dei alguns socos nele, até conseguir o imobilizar.

- Que merda você pensa que está fazendo, George? Você tá maluco seu merda!?. - eu não podia acreditar que logo o meu irmão, o irmão que eu tanto amava estava fazendo aquilo, eu estava com uma onda de raiva e decepção, crescendo cada vez mais dentro de mim. Alícia estava encolhida do outro lado do quarto, com o lábio cortado e alguns roxos pelo corpo.

- Essa inútil - apontou para Alícia - que nem para me dar um filho serve. - completou a frase.

- O único inútil aqui é você, e eu acho bom você sair daqui, antes que eu chame a polícia. - ele saiu batendo a porta e eu fui até Alícia, que estava chorando enquanto mantinha os braços em volta de si, na intenção de se proteger.

- Ei calma, já passou. Vai ficar tudo bem agora, ok? - a abracei tentando trazer ao menos um pouco de conforto.

George pagaria pelo o que fez, não é por ser meu irmão que ele sairia impune. Aquelas palavras foram duras demais para serem ditas em voz alta, ainda mais para alguém como Alícia, que sempre esteve ao lado dele. Eu não o reconhecia mais.

Welcome To The Mato- Camren G!PWhere stories live. Discover now