Capítulo 29

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Camila Cabello P.O.V

Acabei de encerrar uma chamada de vídeo com minha mãe, ela estava me mostrando como está a construção do meu consultório. Não está nem perto da parte dos acabamentos, talvez demore um pouco. Como ainda não retornei as minhas atividades, só estou usando do dinheiro que consegui nesses últimos dois anos e meio trabalhando para Lauren. Não quero ter que usar o dinheiro dela, eu sei que ela não negaria, mas quero que isso tudo seja parte de um esforço próprio, sem atalhos.

Semana que vem será o dia do julgamento de George, eu confesso ter ficado completamente incrédula em saber que ele havia arquitetado o acidente de Aurora. Veja bem, ele e Lauren pareciam ser os irmãos perfeitos, pelo menos ela sempre estava dando o seu melhor, mas George nunca enxergou isso. Tanto que sua inveja e descontentamento, predestinou sua queda.

A família Jauregui estava desolada com as acusações, George comprou peritos para prescrever um laudo falso sobre o carro, a família de Aurora deixou claro que lutariam com unhas e dentes para garantir uma pena branda e longa, assim dando justiça a Yasmin que por conta de um motivo fútil, nunca poderá conhecer a mãe. Alícia também falará contra George, essa história parece que só piora, eu não vejo a hora de tudo acabar. Lauren tentava disfarçar inútilmente que isso não fazia mal a ela, quando estávamos todas juntas parecia ser o único momento em que ela realmente parecia estar bem.

Faria meu papel de noiva em acompanhar Lauren nesse momento delicado, ela não estaria acusando alguém comum, era o próprio irmão. Eu sei que aquilo estava lhe corroendo, não tinha como ser diferente. Fora a pressão psicológica dos pais dela, seja o que for, George também é filho deles. É óbvio que não estão nada contentes com isso, mas concordam que ele deve pagar pelo o que fez, o mínimo.

Hoje eu estava na fazenda, acompanhando Lauren nos negócios, as meninas estavam com as babás em casa e tia Laura. Me sentei no banco passageiro da colheitadeira enquanto Lauren se ajeitava no banco do motorista, começando a ligar a máquina, apertou alguns botões e logo senti o ar gelado se instalando por toda cabine. Eu poderia morar ali dentro, sem dúvidas. Lauren estava com sua áurea oponente e centrada, usando seus inseparáveis óculos escuros, seu olho ainda estava um pouco arroxeado, ela olhava o horizonte, se eu não a conhecesse poderia jurar que estava me ignorando.

Ela parou de olhar para frente e começou a mexer na pequena multimídia da cabine, eu apenas prestava atenção em seus movimentos, gostava de ficar admirando minha noiva. Logo uma melodia começou a tocar, aquilo era impressionante, eu não imaginava que uma máquina agrícola poderia ter tanta tecnologia, claro, eu sabia que tinha, mas não a esse ponto. Eu conhecia aquela música, era a música favorita de Lauren. Daylight. Ela começou a cantar alguns versos, enquanto trocava olhares entre eu e a plantação em nossa volta. Quando a música acabou ela sorriu pra mim.

- Eu te amo. - segurou em minha mão, onde estava o anel.

- Eu te amo. - respondi de volta, sim, eu era ridiculamente apaixonada por aquela mulher.

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As meninas já estavam de banho tomado quando retornamos para fazenda, Yasmin tomava iogurte, e as gêmeas dormiam. Agradeci aos céus por não ter que amamentar elas naquele momento, eu e Lauren tomamos banho juntas, o que eu posso dizer que, talvez, tenha demorado um pouco. Toda situação desgastante que passamos ao longo do mês, Lauren tem descontado em sexo, o que eu, particularmente, acho ótimo. Aprendemos a usar camisinha, eu já provei que minha noiva é fértil, até demais. Não quero arriscar de novo.

- Mila, sua filha mais velha está com febre. - Tia Laura falou se referindo a Yasmin.

- Mas o que você tem, meu amor?. - peguei ela dos braços da minha tia, seu olho estava caidinho. Yasmin deitou a cabeça em meu ombro, ela realmente estava quente.

- Tia, chama a Lo. - Lauren estava conversando com Dinah no curral.

Subi as escadas com Yasmin no colo, deitei com ela em nossa cama e coloquei o cobertor em cima de nós. Lauren não demorou muito para chegar, se deitando com a gente.

- O que foi, Camz?

- Ela tá com febre, amor. - coloquei minhas mãos sobre a testa de Yasmin mais uma vez, para confirmar.

- Vou pegar o termômetro, ela tomou muito sorvete. - se levantou.

Medimos a temperatura de Yasmin e realmente, ela estava com febre, demos uma medicação para normalizar a temperatura e um banho. Lauren preparou a mamadeira, e deixamos ela assistir desenhos até cair no sono. Uma já estava pronta, agora faltava duas, Beatriz tem o temperamento de Lauren, Sophie eu acho mais parecida comigo, aliás, as duas parecem de uma forma literal.

Nossa noite foi calma, para quem tem três crianças de colo, foi boa até demais. Yasmin dormiu na nossa cama, pelo fato de ter tido febre mais cedo, a deixamos por perto para conferir ao decorrer da madrugada. As gêmeas dormiram quietinhas no berço, ser mãe era uma coisa mágica pra mim, foi inesperado, mas foi a melhor coisa que poderia me acontecer.

Meu consultório em Seattle está em processo de construção, confesso que estou ansiosa e gostaria de estar acompanhando tudo de perto. Mas por enquanto, minha mãe está fazendo isso por mim. É o meu sonho, quero poder trabalhar lá também. Lauren sabe disso, mas não sei como vamos conciliar as coisas, ela não pode simplesmente deixar a fazenda, e eu não posso deixar o meu sonho. Afinal, eu vim a São Francisco para isso. Olhei para o lado direito enquanto Lauren ainda dormia, abraçada com Yasmin. Confesso que a ideia de ter que ficar longe delas, me deixa angustiada.
Ouvi o choro de Sophie e a trouxe para cama, isso pareceu acordar Lauren que estendeu o outro braço para abraçar nossa filha, assim ficando com as duas meninas agarradas a ela. Mais um motivo que me deixava receosa em trabalhar em Seattle, as meninas eram muito apegadas a Lauren.

Welcome To The Mato- Camren G!PWhere stories live. Discover now