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A imponente imagem do grande hotel luxuoso quase faz o queixo de Richarlison ir ao chão, quando o táxi o deixa em frente ao destino. Porém, não demora muito para a ansiedade rapidamente voltar a reinar por cada canto do seu corpo.

Certo, ele ia fazer isso.

Ele realmente ia fazer isso, contra todos os bons argumentos e lógicas de que ele NÃO deveria fazer isso.

Ele irá fazer.

Pois afinal, o que ele tinha a perder? Sua dignidade? Seu réu-primário? Ou talvez, muito dinheiro com advogado para tentar provar em um tribunal que ele bateu em um riquinho babaca por pura legítima defesa?

Okay, Richarlison tinha muito a perder!

Mas nada disso foi suficiente para impedir que seus passos rápidos o levassem até a recepção impecavelmente arrumada.

— No que posso ajudá-lo? — Uma das recepcionistas de uniformes elegantes pergunta, com voz incerta, mesmo que mantenha um sorriso educado muito bem polido no rosto.

E o brasileiro não pode culpa-lá. Pois mesmo que ele tenha feito questão de vestir o melhor que pode para a ocasião, por puro capricho e ego, ele sabe bem, que a sua figura não deve ser de alguém da clientela habitual do hotel.

Sim, eu… Eu vim me encontrar com o Son HeungMin.

Richarlison responde, esperando que a sua pronúncia do nome estranho tenha saído certo o suficiente para a mulher compreender.

Amy — nome que ele pode lê em seu crachá dourado — olha boquiaberta por um instante, antes de puxar de volta sua postura profissional, limpando a garganta.

— Entendo. Por favor, espere um segundo. — Amy diz, ocupando-se em puxar um telefone fixo para a sua orelha. Lançando um pequeno sorriso educado até que a linha seja atendida. — Sr. Son! Seu convidado acabou de chegar. Devo deixá-lo subir imediatamente? Certo… Farei isso agora mesmo, senhor. — A mulher encerra a ligação voltando sua atenção para o brasileiro, enquanto o entrega um cartão e sinaliza para uma direção. — O senhor deve seguir essa direção e encontrará o elevador. Por favor, passe o cartão pelo scanner do mesmo e aperte o botão preto, no topo do painel. O sistema entenderá automaticamente que o seu destino é a nossa cobertura. O Sr. Son já o aguarda.

Ahn? Hmm… Obrigado?

Richarlison responde, piscando um pouco atordoado. Olhando para o cartão dourado liso que recebeu com uma mistura de confusão e descrença.

Então o Sr. Son babaca também era do tipo playboyzinho amostrado?

Claro que era! Ele bufa em zombaria consigo mesmo, enquanto caminha na direção indicada, até encontrar o elevador citado seguindo os passos que a recepcionista lhe passou, antes de dar uma última olhada em si mesmo, pelas paredes internas espelhadas do elevador.

Ele suspira, segurando firme toda a sua coragem em meio às ondas de ansiedade que inundam sua mente. Richarlison prepara a sua postura como quem vai à guerra: ombros retos, peito estufado, cabeça erguida e respiração o mais uniforme que consegue.

Ele precisa fazer isso.

Precisa de algum tipo de encerramento, conclusão, ou só cuspir toda a sua frustração no culpado.

Richarlison não consegue olhar no rosto de Rafaela desde o dia que descobriu tudo, e nunca mais teve contato com ela, desde que, com voz quebrada mandou ela embora da sua casa e a assistiu arrumar as malas de forma apressada. Saindo pela porta da frente, sem nem mesmo olhar para trás.

Então, ele terá que se contentar em descontar suas frustrações no que tem à disposição agora. Afinal, uma pequena vingança não faz mal a ninguém, não é mesmo? Richarlison ficará satisfeito com um ou dois soco e a cara que o idiota vai fazer quando descobrir quem ele é de verdade.

Sendo sincero, o brasileiro admite que sua mente está repleta de expectativas específicas em relação ao maldito coreano.

Ele pensa em um safado nojento que vai tentar entrar nas calças dele depois de cinco minutos de conversa, um babaquinha arrogante que vai tentar comê-lo enquanto se gaba de ser rico achando que isso vai seduzi-lo, talvez um idiota com tendências sadomasoquistas, ou até mesmo um maluco que já estará pelado antes mesmo que Richarlison entrasse no quatro.

Contudo, nenhuma das suas expectativas alinha-se com o que ele encontra quando as portas do elevador finalmente se abrem.

Um pequeno hall de entrada, com uma sapateira no canto com alguns sapatos sociais e esportivos, juntos com pantufas simples. E sem nem mesmo precisar mover-se do seu lugar — ainda no elevador aberto — ele conseguia enxergar toda a grande sala de estar elegante e bonita, janelas que iam do chão ao teto mostrando a paisagem noturna da cidade de Londres, e uma escada ao fundo, que parecia levar a um segundo andar que não dava para analisar muito pela diferença de altura.

O som das portas do elevador começando a se fecharem novamente é o que o faz mover-se para dentro do quarto? Apartamento? O brasileiro ainda não sabe dizer ao certo, pois tudo o que ele consegue pensar é em um tipo de loft de rico com conceito aberto, porém eles estão em um hotel. Quem caralhos mora em um maldito hotel e não em um prédio de apartamentos normal, que nem todo mundo?

— Hey! Estou na cozinha. — Uma voz ecoa pelo ambiente, chamando a sua atenção mesmo que ele não possa enxergar a fonte de onde está. — Fique à vontade para deixar os sapatos aí do lado, acredito que essa pantufas extra devem servir em você.

Richarlison pisca, atordoado e genuinamente confuso, enquanto troca seus sapatos pelas pantufas de forma automática e lenta. Só depois de dar mais alguns passos — agora macios e silenciosos com o uso do novo chinelo, que por alguma graça divina não ficou muito apertado em seu pé — é que ele consegue visualizar a presença de uma cozinha ao longe. Ocupada pela figura de alguém de costas para ele, mexendo em algumas panelas no fogão.

Apenas quando o brasileiro está a poucos passos de distância, que o coreano desvia sua atenção do que está preparando no fogo. Lavando as mãos de forma rápida e as secando em um pano próximo, antes de se virar para ele. Sorrindo largo enquanto encurta mais a distância, oferecendo sua mão em um cumprimento educado.

Richarlison não consegue encontrar sua própria voz, ou desviar o olhar dos olhos bonitos do homem à sua frente. Eles são penetrantes de uma maneira que faz com que um arrepio corra por toda a sua espinha.

Mas que porra toda é essa!?

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Finalmente os dois cara a cara aeeeeee

Nota: quando vocês pensarem no Son dessa fic, eu quero que vocês pensem nesse Son aqui nesse puto canalha cafajeste delicioso ele!!!

Nota: quando vocês pensarem no Son dessa fic, eu quero que vocês pensem nesse Son aqui nesse puto canalha cafajeste delicioso ele!!!

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Com amor, Yumi.

Talvez em outra vida... | 2SON (incompleta)Where stories live. Discover now