A ida para o hospital depois que Richarlison fugiu, foi nada menos que estranha e confusa. E definitivamente não era desse jeito que Son gostaria de ter terminado sua noite.
Porém, por alguma misericórdia divina, o médico conseguiu limpar tudo e cuidar dos curativos sem a necessidade real de pontos no ferimento. Mandando Son de volta para casa com uma receita de antiinflamatórios e um “Não faça de brigas um hábito, jovem. Hoje pode te render apenas uma pequena cicatriz, mas amanhã poderá ser algo mais sério”.
Ele teve um final de semana longo e frustrante. Contorcendo-se entre ler seus relatórios pendentes para a próxima semana, brincar com Snow até a pobre gata gastar toda a sua energia guardada e cogitar entrar em contato novamente com o brasileiro raivoso, só para acabar descobrindo que tinha sido — obviamente — bloqueado pelo outro.
Iniciar uma nova semana de trabalho com um curativo na sobrancelha foi algo bem mais incômodo do que ele imaginava, e no fim do dia o coreano já não aguentava mais recitar a mesma mentira praticada sobre a origem do machucado.
E sem dúvidas, Son havia roubado no mínimo três anos de expectativa de vida de Dejan, ao ser sincero com seu secretário sueco e explicar o que, de fato, tinha acontecido na sua sexta-feira.
Quando finalmente chega em casa, o coreano não pode deixar de sentir-se ainda mais cansado do que no final da sua semana anterior.
— Estou em casa, rarabodji~
Son comprimenta, trocando seus sapatos pelas pantufas da casa depois que passou pela porta e avistou seu avô na sala de estar, próximo a mesa de centro, que estava coberta pela suas cartas.
— Bem vindo de volta, pirralho! Eu estava mesmo te esperando. Venha logo e sente-se, eu quero tirar as suas-
Seu avô interrompe-se ao levantar a cabeça e olhá-lo no rosto, enquanto Son já estava jogando-se no grande sofá. Livrando-se do blazer do dia e desabotoando suas mangas para sentir mais conforto ao chegar em casa.
— O que diabos aconteceu com o seu rosto, HeungMin!? — Seu avô exclama em preocupação.
Son suspira antes de repetir pela centésima vez no dia, a sua mentira.
— Escorreguei no banho… Bati a cabeça na banheira, mas já fui ao médico e está tudo bem.
— Aigoo! Desde quando você é desastrado assim, pirralho!? Tome cuidado.
— Eu estou bem vovô. — Ele frisa para acalmar o mais velho, com um sorriso suave. — Nem precisei levar pontos.
— E isso te deixa mais tranquilo!? — O idoso acusa alto. — Você tem que tomar mais cuidado com seu rosto bonito, é ele quem vai fazer o coração do seu amor passado palpitar nessa vida também.
E Son não pode evitar rir amoroso olhando para o seu avô. O homem mais velho é um supersticioso de carteirinha, sempre preocupado em resolver seus karmas da vida passada e — em especial — ajudar o único neto a encontrar o seu amor destinado das vidas passadas.
— Tenho certeza que o meu amor da vida passada não vai se importar com uma pequena cicatriz na sobrancelha.
Ele brinca, assistindo seu avô negar olhando para ele em desaprovação.
— Aish… Desisto de tentar colocar juízo nessas cabeças duras de você e seu pai por hoje. Apenas comece logo a tirar suas cartas, já faz um tempo desde a última vez que li as suas.
Son ri baixo, mas começa a fazer o que foi pedido. Tirando algumas cartas aleatórias do baralho nas mãos do seu avô, de forma despreocupada. Ele nem pode mais contar quantas vezes ele e o mais velho já sentaram-se assim para conversar e ler as cartas de Son.
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Talvez em outra vida... | 2SON (incompleta)
Fanfic(incompleta e sem previsão de volta :(( Uma história em que Son e Richarlison precisam de mais de uma vida para viver o seu amor. Ou onde a namorada de Richarlison o trai com o seu chefe(só para acabar largada após o cara descobrir que ela era sua f...