06 - Pov Sonny

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A ida para o hospital depois que Richarlison fugiu, foi nada menos que estranha e confusa. E definitivamente não era desse jeito que Son gostaria de ter terminado sua noite.

Porém, por alguma misericórdia divina, o médico conseguiu limpar tudo e cuidar dos curativos sem a necessidade real de pontos no ferimento. Mandando Son de volta para casa com uma receita de antiinflamatórios e um “Não faça de brigas um hábito, jovem. Hoje pode te render apenas uma pequena cicatriz, mas amanhã poderá ser algo mais sério”.

Ele teve um final de semana longo e frustrante. Contorcendo-se entre ler seus relatórios pendentes para a próxima semana, brincar com Snow até a pobre gata gastar toda a sua energia guardada e cogitar entrar em contato novamente com o brasileiro raivoso, só para acabar descobrindo que tinha sido — obviamente — bloqueado pelo outro.

Iniciar uma nova semana de trabalho com um curativo na sobrancelha foi algo bem mais incômodo do que ele imaginava, e no fim do dia o coreano já não aguentava mais recitar a mesma mentira praticada sobre a origem do machucado.

E sem dúvidas, Son havia roubado no mínimo três anos de expectativa de vida de Dejan, ao ser sincero com seu secretário sueco e explicar o que, de fato, tinha acontecido na sua sexta-feira.

Quando finalmente chega em casa, o coreano não pode deixar de sentir-se ainda mais cansado do que no final da sua semana anterior.

Estou em casa, rarabodji~

Son comprimenta, trocando seus sapatos pelas pantufas da casa depois que passou pela porta e avistou seu avô na sala de estar, próximo a mesa de centro, que estava coberta pela suas cartas.

Bem vindo de volta, pirralho! Eu estava mesmo te esperando. Venha logo e sente-se, eu quero tirar as suas-

Seu avô interrompe-se ao levantar a cabeça e olhá-lo no rosto, enquanto Son já estava jogando-se no grande sofá. Livrando-se do blazer do dia e desabotoando suas mangas para sentir mais conforto ao chegar em casa.

— O que diabos aconteceu com o seu rosto, HeungMin!? — Seu avô exclama em preocupação.

Son suspira antes de repetir pela centésima vez no dia, a sua mentira.

Escorreguei no banho… Bati a cabeça na banheira, mas já fui ao médico e está tudo bem.

Aigoo! Desde quando você é desastrado assim, pirralho!? Tome cuidado.

— Eu estou bem vovô. — Ele frisa para acalmar o mais velho, com um sorriso suave. — Nem precisei levar pontos.

— E isso te deixa mais tranquilo!? — O idoso acusa alto. — Você tem que tomar mais cuidado com seu rosto bonito, é ele quem vai fazer o coração do seu amor passado palpitar nessa vida também.

E Son não pode evitar rir amoroso olhando para o seu avô. O homem mais velho é um supersticioso de carteirinha, sempre preocupado em resolver seus karmas da vida passada e — em especial — ajudar o único neto a encontrar o seu amor destinado das vidas passadas.

— Tenho certeza que o meu amor da vida passada não vai se importar com uma pequena cicatriz na sobrancelha.

Ele brinca, assistindo seu avô negar olhando para ele em desaprovação.

Aish… Desisto de tentar colocar juízo nessas cabeças duras de você e seu pai por hoje. Apenas comece logo a tirar suas cartas, já faz um tempo desde a última vez que li as suas.

Son ri baixo, mas começa a fazer o que foi pedido. Tirando algumas cartas aleatórias do baralho nas mãos do seu avô, de forma despreocupada. Ele nem pode mais contar quantas vezes ele e o mais velho já sentaram-se assim para conversar e ler as cartas de Son.

Talvez em outra vida... | 2SON (incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora