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De todas as formas de acordar no seu dia de folga — totalmente não obrigatória, depois que Emerson viu o seu estado de zumbi em pé — que Richarlison poderia imaginar. Acordar com um gato berrando que nem maluco na sua orelha, não era uma delas.

Rolar pela cama em busca de distância do som não funcionou como deveria, pois só fez com que a maldita gatinha pulasse para onde ele estava, sentando-se em cima de suas costas mesmo em meio a bagunça do cobertor para continuar miando.

Tabom! Tu ganhou…

Richarlison resmunga contra o travesseiro macio sob sua cabeça, mexendo-se até a gata trocar suas costas pelo chão, ao lado da cama espaçosa, em um pulo rápido.

— Já acordei, tabom!? O que que foi? Tem alguma coisa pegando fogo? — Ele questiona  aborrecido e ainda meio sonolento.

A gatinha branca, mia estridente em resposta. Virando as costas para andar até perto das escadas, antes de virar-se para ele novamente miando.

E Richarlison olha com olhos estreitos e ainda nublados de sono para ela, lembrando-se o porquê não gosta de gatos.

Gatos são animais folgados, mesquinhos, chatos, sem vergonha na cara, amor no coração ou respeito pelo sono alheio!

Ele prefere os cachorros.

Sempre preferiu!

Os cachorros são legais, leais, sabem fazer truques maneiros, e principalmente: não olham para Richarlison como se a sua mera existência no cômodo fosse um incômodo gigantesco.

Mas talvez, essa última parte fosse uma coisa específica da maldita gata branca de Son.

— Eu sei, eu sei! Já tô indo, bola de pêlo.

O brasileiro cospe de volta, arrastando-se para fora da cama enquanto boceja. Seguindo a “Milady, Petisco pra Cachorro” pelas escadas.

Ela vai andando apressada em sua frente e atravessando a grande sala de pressa, até chegar perto dos seus brinquedos e casinhas na parede, parando bem ao lado do seu prato de comida vazio e piscando seus olhos coloridos em julgamento na direção de Richarlison.

Richarlison suspira.

— Admito, erro meu. Foi mal…

Ele resmunga, espiando o dia claro e levemente ensolarado que faz lá fora, pelas janelas da cobertura antes de vasculhar os potes próximos na procura pelo tão requisitado alimento para a gata.

— Aqui está, Rainha Elizabeth. — O brasileiro provoca, depois de encher o prato dela com a ração gourmet que encontrou, e a gata o ignora enquanto come sua comida balançando o rabo.

Ele não pode evitar bufar em aborrecimento, com as mãos esfregando o rosto no caminho de volta ao quarto, em busca da sua escova de dente entre as bagunças dentro da sua mochila. Para poder, finalmente, escovar os dentes e acordar de vez.

E então, é só depois de um pouco de água gelada no rosto que Richarlison consegue limpar o resto do seu sono.

Voltando para o andar debaixo, dirigindo-se à cozinha e encontrando um post-it verde neon grudado na geladeira, estupidamente, grande do coreano.

“Os armários estão cheios e
eu provavelmente não vou voltar aqui
até o próximo final de semana,
mas não hesite em me ligar,
caso precise de algo.
Você já tem meu número ;)

Sinta-se em casa, Richy-ah~”

Richarlison pega o pedaço de papel em mãos, o lendo e relendo algumas vezes antes de deixá-lo em um balcão próximo, coçando a nuca em frustração.

Ah é…

Ele realmente tinha dormido na casa de Son.

Ele meio que tinha ficado anestesiado — ou algo assim — sobre isso, no dia anterior em meio a todo o seu cansaço pela falta de sono e troca de mensagens estressantes com Rafaela sobre a mudança dela de última hora para seu ap.

O brasileiro suspira fundo para si mesmo.

Talvez procurar uma terapia de controle(ou seja lá, como elas se chamam) seja uma boa ideia, ele acaba pensando.

Algo para impedi-lo de sair por aí tomando uma e outra decisão errada na porra sua vida, por puro impulso.

Richarlison acaba rindo sozinho, enquanto vasculha a cozinha do coreano timidamente, em busca de preparar um sanduíche e café para o café da manhã.

Fazer merda, talvez seja o seu verdadeiro sobrenome afinal.

Ele concluiu com desgosto, ficando deprimido outra vez, em meio a sua preparação de um pão com queijo e presunto simples para comer junto com uma xícara rápida de expresso.

Mas não adianta ficar deprimido por isso para sempre. Foram suas decisões de merda, e ele terá que aturar as consequências disso, como sempre fez.

Mesmo que as consequências dessa vez seja: sua ex-namorada traidora morando em sua casa enquanto ele divide cama com um playboyzinho coreano idiota.

Richarlison não pode evitar o estremecimento de vergonha que passa por seu corpo, mastigando um pedaço generoso do seu pão para tentar fingir para si mesmo que não sentiu-se afetado.

Mas então, ao olhar para o lado e encontrar o pote cheio de cookies que o mais velho fez para ele no dia anterior, o constrangimento voltou com tudo.

— Aquele chinês idiota…

O brasileiro resmunga de boca cheia, para ninguém em particular. Já que está sozinho no pequeno loft de Son que deve caber pelo menos três do seu humilde ap alugado.

Bem, não exatamente sozinho Richarlison lembra.

Olhando para a sala e encontrando o Zé gotinha versão felino lhe encarando do ponto mais alto dos seus brinquedos na parede, que ela pode chegar.

Agora além de ter que lidar com o coreano desgraçado — que as vezes nem é tãooo desgraçado assim — perturbando a sua vida, Richarlison também terá como brinde a gata fofa dele, que já parece gostar tanto de mexer com os nervos dele quanto o seu dono também gosta.

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Nada melhor que uma att de richas boiolinha depois do jogo de hoje, né galerinha!?

Espero que gostem do capítulo de hoje! Estou me preparando para finalmente largar o Slowburn e deixar esses dois se pegarem dmssss

Espero que gostem do capítulo de hoje! Estou me preparando para finalmente largar o Slowburn e deixar esses dois se pegarem dmssss

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Com amor, Yumi <3

Talvez em outra vida... | 2SON (incompleta)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora