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A viagem de carro até o endereço mandado por Rafaela foi estranha e silenciosa.

O Audi elegante do asiático é espaçoso e confortável o suficiente para fazer Richarlison se perder em sua própria mente imaginando os mil e um cenários possíveis sobre o que estava acontecendo com Rafaela. Mas o perfume único de Son que parecia estar impregnado em cada canto do veículo, sempre o trazia de volta a realidade de que ele estava indo socorrer sua ex-namorada ao lado do maldito amante dela.

E Richarlison precisa lembrar-se de bater sua cabeça algumas vezes na parede mais tarde, por causa disso.

Son chegar ao local indicado não foi muito difícil com o auxílio do GPS, e logo eles estavam de frente a um prédio bonito com uma familiar Rafaela em frente, meio descabelada e vestindo pijamas. Provavelmente nervosa demais para esperar por ele dentro do prédio, depois que ele respondeu avisando que logo chegaria lá.

A brasileira corre ao seu encontro quando o reconhece saindo do carro. O abraçando forte com o rosto em seu peito antes que ele pudesse reagir.

— Richa! Finalmente você chegou! — Rafaela diz contra seu peito em português. — Obrigada por vim, muito obrigada mesmo.

Que isso… — Ele devolve em inglês, meio inquieto, não sabendo se deveria devolver o abraço da garota ou não, e vendo Son andando para perto deles depois de também sair do carro. — Mas o que que aconteceu? Você tá bem?

— Sério, você não imagina o que tá acontecendo comigo! É ridículo que-

Rafaela para no meio da sua fala quando tira seu rosto dele e acaba olhando para o lado, com a cor do seu rosto sumindo no mesmo momento, ainda abraçada a Richarlison.

— Boa noite, Rafaela.

Son comprimenta, e o ar não poderia ser mais desconfortável entre eles três.

O que você tá fazendo aqui!? — A garota cospe, finalmente afastando-se de Richarlison.

— Só uma gentileza para o nosso amigo Richarlison. — O coreano diz, dando de ombros.

Amigo?

Pois é… — Richarlison é quem responde a ela dessa vez, internamente apreciando um pouco da cara de frustração e confusão dela. — Nós nos conhecemos não faz muito tempo, mas já somos melhores amigos. Descobrimos que temos muita coisa em comum.

Ele ironiza, e Son não contém o bufo zombeteiro em resposta ao seu lado.

Rafaela move seu peso de um pé para o outro em inquietação olhando entre eles, até seu rosto formar uma carranca raivosa em direção ao coreano.

— Não sei como você tem coragem de vir olhar na minha cara quando tudo isso é culpa sua!

Como? — Son questiona confuso.

— Isso mesmo que você ouviu, HeungMin. Tudo culpa sua! — Rosna a brasileira. — Você me demitiu, seu babaca! Mesmo depois de todo aquele papo de: “aí vamos encerrar tudo aqui pois isso não é ético, mas não se preocupe que você não será afetada por isso.” Mentiroso nojento!

— Do que você está falando? Eu não demiti você.

Son defende-se piscando surpreso.

— Você demitiu ela!? — Richarlison não pode evitar repetir, um pouco chocado olhando para o asiático.

Não! — O mais velho defende-se novamente, dessa vez olhando para ele. — E eu só recebo relatórios com números e pontos chaves sobre demissões do RH, então nem tenho ciência de quem é demitido diretamente.

Talvez em outra vida... | 2SON (incompleta)Where stories live. Discover now