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— Qual é o seu problema comigo, hein?

Richarlison rosna, virando-se para soar mais alto ao coreano. Percebendo que o mais velho ainda não tinha afastado-se dele.

Son apenas o olha de perto, divertido.

Muito perto.

Perto o suficiente para que Richarlison possa sentir o cheiro de Rum da bebida do asiático, através da sua respiração calma.

— Estou apenas brincando com você, Richarlison. — Son dita, ainda com um sorriso idiota no rosto.

— Você não disse que veio com um amigo? Por que não vai brincar com ele então?

Richarlison joga de volta alto, afastando-se um pouco só para recuperar o limite do seu espaço pessoal.

Desviando o olhar para a multidão animada ao redor deles, Son suspira carrancudo.

— Ele me trocou por alguém de pouca roupa e muito glitter, cinco minutos depois que chegamos. Também não sou uma pessoa de baladas.

Son resmunga e o brasileiro não pode evitar rir dele.

O que?

— É só que eu acharia que baladas são a sua coisa.

— Por que você pensaria isso? — Questiona o asiático em confusão.

O que? Um lugar cheio de gente querendo sexo fácil e que te faz achar que só precisa pagar uma bebida qualquer pra poder entrar nas calças de alguém. — Richarlison zomba, acenando o queixo em direção a taça pela metade em suas mãos. Em uma indireta muito direta. — Pra mim parece muito com um lugar que combina com você.

Eu não estou-

O coreano desiste do que ia dizer no meio da frase. Contorcendo o rosto em uma careta, e visivelmente mordendo a própria língua enquanto desvia o olhar de Richarlison para a multidão novamente.

E Richarlison sorri vitorioso.

É bom pra caralho deixar esse maldito playboyzinho desconfortável e sem palavras, pra variar.

O brasileiro também aproveita para mandar uma mensagem avisando para o Jack idiota que ele estava indo embora. Só para caso o outro lembre que veio para a balada com alguém, sabe?

Son suspira depois de um tempo calado, bebendo o resto do líquido no seu copo de vez antes de olhar para Richarlison de novo.

— Preciso fumar. Me acompanha?

Richarlison sabe que o coreano só está perguntando por educação. E na verdade, o brasileiro nem gosta tanto assim de cigarro. Mas ele estava entediado, chateado com o “encontro” merda e — principalmente — tentando fugir pelo máximo de tempo que puder do gasto alto que vai ter para voltar para casa.

— Tá.

Ele concorda simples, também bebendo o resto da sua bebida rápido, levantando-se para seguir o asiático.

Son o guia de forma fácil dentre a multidão até a parte VIP da balada, e depois até a área de fumantes dela.

Há algumas poucas pessoas quando eles chegam lá, fumando e imersos em suas próprias conversas. E ele e Son caminham entre elas até ficarem ao lado do parapeito.

O mais velho tira do bolso sua cartela de cigarros, oferecendo um a Richarlison que o pega entediado, levando a boca. Son pega seu isqueiro chique — do tipo que o brasileiro só via na mão dos mafiosos ricaços dos filmes de ação e que quase o fez rir — fazendo uma barreira contra o vento noturno de Londres usando seu próprio corpo e mãos para acender o cigarro nos lábios de Richarlison, antes de tirar um pra ele e acender o seu próprio.

Talvez em outra vida... | 2SON (incompleta)Where stories live. Discover now